Começou na manhã deste sábado, 2, em Porto Alegre, o calendário nacional de competições de atletismo e natação paralímpicos. Cerca de 100 atletas com deficiência do Rio Grande do Sul participaram da etapa de abertura do Meeting Paralímpico na piscina do Grêmio Náutico União e na pista e no campo de atletismo da Sogipa, na capital gaúcha.
Os Meetings são uma adaptação aos tradicionais Circuito Regionais e Nacional, que são realizados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2005, para a temporada 2021. Dez estados e o Distrito Federal sediarão ao menos uma etapa de atletismo, natação e/ou halterofilismo até o dia 12 de dezembro.
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Voltando a competir
A abertura da temporada de Meetings coincidiu com o fim das férias de quatro atletas renomados, que disputaram os Jogos Paralímpicos de Tóquio, entre agosto e setembro. Maria Carolina Santiago, dona de cinco medalhas na capital japonesa, três das quais foram de ouro na classe S12 (baixa visão), e atleta do Grêmio Náutico União, foi uma das que caiu na piscina neste sábado ensolarado em Porto Alegre.
“Foi muito bom encerrar as férias um pouquinho antes e poder representar o União junto com meus amigos daqui do Sul, e estar próximo dos atletas mais jovens, que estão começando agora, fiquei muito feliz e animada para começar o novo ciclo [paralímpico]”, comentou Carol.
Ela nadou os 50m livre e fez 27s33, prova da qual é atual campeã paralímpica e recordista mundial, com 26s72, alcançado em junho, durante a seletiva para Tóquio, realizada no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
Dois outros companheiros de GNU de Carol e integrantes da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Tóquio também nadaram na manhã deste sábado. Os gaúchos Roberto Alcalde (S6) e Susana Schnarndorf (S4) caíram na água e gostaram do resultado.
“Eu comecei a nadar aqui no GNU, então é muito bom voltar e competir aqui, gostei do tempo, acho que foi importante participar e estou muito feliz”, disse Susana, sexta colocada em Tóquio nos 150m medley da classe S4. Neste meeting, ela nadou em 3min08s23.
“Deu para descansar bastante desde o fim dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, e este Meeting coincide com o fim de nossas férias. Na segunda-feira, recomeçamos os treinamentos em São Paulo, e eu nadei muito bem, nunca havia retornado de férias com desempenho tão bom”, comemorou Alcalde, que nadou em 57s88 os 50m livre pela manhã.
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Atletismo
Já no atletismo, não houve participação de atletas que disputaram os Jogos de Tóquio, mas uma geração talentosa que surge com resultados importantes. É o caso de Wallison André Fortes, de 25 anos, que defende a ASPA. Ele é da classe T64, para amputados de perna, e competiu há 15 dias no CT Paralímpico nas Paralimpíadas Universitárias e voltou à pista no Meeting Paralímpico. Nos 200m, ele foi o mais rápido com 24s57, e nos 400m ficou a apenas 45 centésimos do recorde brasileiro, que pertence a ele mesmo. Na pista da Sogipa, ele marcou 53s18.
Também nas provas rasas, na classe T47 (amputação de membro superior), Vanessa Molon, representante do RS Paradesporto, ficou a 80 centésimos de quebrar um recorde brasileiro que já dura oito anos. Nos 100m, ela correu em 13s56, enquanto que a melhor marca do país nesta classe para esta distância é de Teresinha de Jesus, de junho de 2013, com 12s86.