Wendell Belarmino, medalhista de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, já retomou a rotina de treinos. O atleta estava em recuperação desde o retorno ao Brasil, no início deste mês, e agora volta a acelerar as batidas para recuperar o condicionamento físico. No Parque Aquático do Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília, em Brasília, já busca o melhor condicionamento para competir no Mundial de natação paralímpica da Ilha da Madeira, em Portugal, ano que vem.
“Voltei a treinar no último dia 20, com um pouco de piscina, academia e aeróbico. Minhas séries, por enquanto, estão voltadas para o condicionamento físico. Estou também aproveitando para curtir minha família e meus amigos e para descansar. Sempre com foco total nos meus próximos desafios”, diz Wendell Belarmino. “Nos dias 24 e 25 de outubro, vou participar de um meeting, aqui em Brasília, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, que será uma classificatória para as competições nacionais do ano que vem. Além de seletivas para o Mundial.”
Mais conhecido
Wendell Belarmino trouxe três medalhas na natação paralímpica dos Jogos Paralímpicos. O ouro foi nos 50m livres da classe S11. Foi, ainda, prata no revezamento 4x100m livre misto 49 pontos e bronze no 100m borboleta, também na S11. Conquistas que trouxeram mudanças para a vida do brasiliense de 23 anos. “As pessoas me mandam várias mensagens nas redes sociais e me param na rua para tirar uma foto, para me cumprimentar. Além disso, minha agenda está completamente preenchida com vários compromissos interessantes para mim e para a bandeira do paradesporto. Enfim, tem sido bem bacana essa atenção que eu tenho recebido do público, dentro e fora do mundo digital. É um reconhecimento do meu trabalho e é importante pra todos nós.”
O nadador, porém, admite que ainda está tentando entender a dimensão dos resultados. “Vai levar um tempinho para eu conseguir compreender. Eu fui lá para nadar, me divertir, realizar o sonho de ir para uma Paralimpíada, e acabou sendo algo muito melhor do que eu esperava. Foi gratificante demais ter ganhado aquelas medalhas. Uma coroação do meu trabalho nos últimos seis anos, desde que eu comecei o treino focado em Tóquio.” Nada, porém, que deixe ele já plenamente satisfeito. “As novas metas estão sendo traçadas. É claro que meu objetivo principal, agora, é melhorar minhas marcas para 2024, em Paris, e para o Mundial.”
Daniel Dias
Outra novidade na carreira são comparações com a lenda Daniel Dias, maior medalhista paralímpico do Brasil, com 27 pódios, e um dos maiores de todo mundo. Ele fica feliz, mas com os pés no chão. “As pessoas me perguntam isso, sobre como é estar sendo cotado como próximo Daniel Dias. Mas ele é insubstituível. O que ele fez pelo esporte paralímpico brasileiro e mundial é algo histórico, incomparável. Isso sem contar a pessoa que ele é. O legado que ele deixou é incrível. E eu fico feliz de ser uma das peças que dará continuidade a esse legado. Vou continuar fazendo o meu melhor, me esforçando ao máximo, e os resultados aparecerão.”
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Wendell Belarmino também agradeceu a parceria que tem na natação paralímpica com o Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM). “Foi fundamental, me ajudou a ter um conforto melhor para treinar e competir. Pude comprar os melhores equipamentos para treino, me deslocar diariamente com mais facilidade, inclusive com a ajuda em coisas que hoje são caras, como combustível, e ainda tive uma equipe multidisciplinar. É algo extremamente importante, que me auxilia na minha rotina. Se não fosse o Mackenzie, as coisas seriam infinitamente mais difíceis. Então, foi extremamente importante.”