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Paralimpíada Todo Dia

Daniel Dias fala sobre aposentadoria e relembra carreira

Maior medalhista paralímpico de todos os tempos explica decisão de aposentar depois dos Jogos de Tóquio e destaca os cinco melhores momentos da vitoriosa carreira

Daniel Dias jogos paralímpicos
Daniel Dias tem 97 medalhas em 16 anos de carreira (Daniel Zappe)

Na última semana, o mundo do esporte foi pego de surpresa pelo anúncio da aposentadoria de Daniel Dias, marcada para após os Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. São 16 anos de carreira e quase 100 medalhas conquistadas nas maiores competições do mundo. Mas para o craque de 32 anos, chegou o momento certo de “pendurar a touca”. 

“Acho importante o atleta pensar sobre isso, porque um dia a gente vai ter de parar. Quando acabou a Rio-2016 e vinham as perguntas se eu seguiria para Tóquio, eu sempre falava que queria mais três ciclos. Mas sendo bem sincero, eu já estava pensando quando eu poderia parar e vim amadurecendo essa ideia desde então. São ciclos que vão se encerrando e outros que se iniciam. E vi que esse era o momento”, contou Daniel Dias ao Olimpíada Todo Dia. 

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“Foi uma semana incrível! O carinho, as mensagem que eu recebi… Tem sido um momento muito especial. Coração está alegre, mas claro que não é uma decisão fácil, porque é uma vida dedicada a isso. Mas nada melhor do que encerrar em uma Paralimpíada, a principal competição do ciclo. Então estou muito certo dessa decisão e em paz com ela”.

Top 5: melhores momentos da carreira 

Daniel Dias - Tóquio 2020
A primeira medalha paralímpica de Daniel, em Pequim-2008 (Mike Ronchi)

São tantas conquistas na carreira que fica difícil escolher as melhores. Mas Daniel Dias elegeu cinco momentos que viveu nesses 16 anos dedicados à natação. E o primeiro deles não poderia deixar de ser a primeira medalha. “Foi em 2005 e ali eu posso dizer que foi a braçada inicial, quando eu percebi que realmente queria ser atleta”. 

O segundo momento marcante aconteceu três anos depois, quando Daniel conquistou a primeira em Jogos Paralímpicos, em Pequim-2008. “Foi um momento excepcional, incrível você representar o seu país. Eu assisti Atenas-2004 e quatro anos depois eu estava lá ganhando medalha. Difícil descrever”.

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Em terceiro, mais duas Paralimpíadas. “Foram momentos que contribuíram para que em 2016 eu me tornasse o maior atleta paralímpico. E concretizar isso em casa… Foi um conjunto de coisas que deu muito certo”. Na sequência, o quarto momento é a conquista dos três Troféus Laureus, o “Oscar do esporte”, quando Daniel se tornou o primeiro brasileiro a ter três estatuetas, o que ele define como “espetacular”. 

E por fim, e o mais importante de tudo, a família. “O nascimento dos meus filhos, que foram durante a minha carreira, foram momentos que marcaram a nossa vida e mudaram a gente, nos fortaleceu. Eu sei que o Asaph e o Daniel não vão lembrar muito da Rio-2016, eram muito pequenos, mas olhar para arquibancada e ver eles ali era muito especial. Valeu muito mais que as nove medalhas. As três que eu tenho aqui em casa são maiores do que qualquer outra”. 

Daniel Dias
Daniel e sua família (Instagram/danieldias88)

Vivendo cada momento

Nos próximos meses, o maior medalhista paralímpico da natação mundial vai vivenciar tudo pela última vez. E com isso, quer viver cada momento e espera bastante emoção.

“Vai ser muito especial e muito emocionante. Vou pensar: ‘puxa, é a última competição que eu venho aqui’… Até Tóquio-2020, a última prova, vão ser muitas emoções, mas eu quero viver cada momento e eternizá-los. Curtir cada treino, as dores… Vão ser as últimas vezes que eu vou estar quase desmaiando no treino [risos], coisas que só atletas passam e que vão deixar saudade, com certeza. Claro que é difícil, a gente vai chorar, espero que sim, mas que sejam momentos de muitos sorrisos também”.

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E para Tóquio-2020, a expectativa não poderia ser maior. Daniel Dias, como de costume, não promete medalhas, mas promete dar o seu melhor. Tudo para encerrar a carreira com chave – ou medalha – de ouro. 

“Espero chegar em Tóquio na minha melhor versão. Quero sair de lá realizado com tudo que eu fiz, tudo que eu conquistei na minha carreira. E acho que vai ser uma emoção muito grande, quando eu subir no bloco a última vez e o árbitro apitar… Vai ser difícil, mas tem que curtir o momento. Eu não prometo medalha, como fiz durante toda minha carreira, mas sim uma dedicação muito grande em cada mergulho, entregando meu melhor”.

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