Segundo o dicionário, cobaia é aquele indivíduo usado em experimentos científicos. Por conta desta definição, e do que faz fora das piscinas, podemos dizer que Nicholas Santos é a sua própria quando falamos do que ele faz com treinos e processos de recuperação.
O experiente nadador é formado em fisioterapia, com pós-graduação na área e MBA em gestão empresarial, que o ajuda a comandar a Elite Training Brasil, empresa que tem com um sócio para a formação de profissionais de preparação física. Sendo atleta profissional há mais de 20 anos, com conhecimento acadêmico e acesso ao métodos, Nicholas Santos usa o próprio corpo como cobaia.
“É bem por ai, pode se dizer que sou mesmo (cobaia). Dentro de um consenso, junto com a minha equipe vendo o que é bom pra natação, a gente faz, testa, tenta. Por eu ser formado em fisioterapia, quando eu tenho uma dor, consigo identificar se é uma dor muscular ou uma lesão mais séria. Eu nunca tive um problema mais complicado ou sério e a minha formação me ajuda muito nisso”.
Conhecimento do corpo alongou a carreira
Nicholas Santos é um caso à parte da natação. Aos 40 anos, o brasileiro segue se mantendo na elite da modalidade no planeta e é um dos melhores dos 50 m borboleta. Uma das razões que fazem com que esteja tão bem já com a idade avançada é, além do conhecimento acadêmico adquirido, a experiência da vida de atleta.
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“O que mudou muito foi que eu consigo definir o que me ajuda a nadar mais rápido. Eu trabalho muito em cima do objetivo da prova e da intensidade nos treinamentos. Minha parte física evoluiu muito, até porque eu tenho uma empresa no ramo, e desenho o meu programa de treinos, de alimentação. Tudo que dificulta e lentifica a minha vida como atleta eu mudo ou retiro. Outra coisa que muita gente esquece é a vida que eu levo fora dos treinos. Atleta tem que ‘vestir a camisa’ 24 horas por dia, sete dias na semana, sempre”.
Não se controla o futuro
Ainda buscando uma das vagas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Nicholas não tem uma data de quando vai parar para pendurar os óculos e a touca. Chamado por alguns de “vovô” das piscinas, o nadador possui alguns critérios que o fazem analisar algumas coisas antes de pensar nisso.
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“Eu sempre falo que se depender da minha vontade ou do que o meu corpo responde, consigo continuar nadando mais uns 2 ou 3 anos. Eu consigo te responder o que eu controlo, de treinos e tudo. Não sei como o meu corpo vai responder daqui há dois anos sobre o que eu faço. Se futuramente tiver uma queda, o que eu não controlo, pode ser que não dê. Por enquanto está sendo prazeroso e estou com resultados. Eu não sinto esse peso da idade. Não me sinto sem energia, ânimo e vontade para treinar. Eu amo o que eu faço, gosto da natação e vai de cada um, independente da idade”.
O atleta precisa se atualizar
Nicholas Santos optou por um caminho na vida e carreira. Procurou estudar e acabou unindo conhecimento acadêmico com a carreira. Com a junção dos dois, conseguiu alongar mais a carreira e vem colhendo frutos nas competições que disputa.
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Para Nicholas, o passar dos anos o moldaram para chegar no momento em que está na forma em que está. Quando é perguntado sobre o que ele pensa com o que aprendeu dentro e fora das piscinas, o atleta é direto.
“Tem que acabar um pouco essa crença de ‘eu fazia aquilo naquele ano e foi o melhor ano da minha carreira’. Atleta envelhece, os métodos mudam e o nadador pode e às vezes tem que mudar também”, finalizou Nicholas Santos.