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CBDA apresenta projeto para impulsionar natação feminina

Após movimento das atletas por mais apoio à natação feminina, CBDA começou a desenvolver um novo programa para investir na modalidade

Natação Feminina - Poliana Okimoto - CBDA
Natação feminina sofre com falta de apoio histórica (Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Há pouco mais de um mês, a natação brasileira viu um grande movimento das atletas mulheres, que reivindicavam por mais apoio à modalidade. Nesta quinta-feira (17), no dia em que a nova gestão da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) comemora um ano, a entidade apresentou um novo projeto, liderado pela medalhista olímpica, Poliana Okimoto, e por Maressa Nogueira, coordenadora do conselho técnico de maratona aquática, para impulsionar a natação feminina a partir do próximo ciclo olímpico.

Poliana Okimoto foi a responsável por iniciar a discussão, quando criticou a convocação de apenas uma mulher da natação para a Missão Europa. Desde então, as atletas se uniram e mantiveram contato com a CBDA para pensar em novas alternativas para o futuro da modalidade.

“É um orgulho imenso representar as mulheres em meio a tantos homens. Meus ídolos sempre foram homens e que bom que agora a gente tem uma imagem feminina para poder ter uma representatividade. Quando a gente pensava em um ídolo na natação, a gente pensava em homens e hoje em dia não. E não só eu, mas hoje temos uma variedade de meninas que a gente pode citar”, destacou Poliana em live da CBDA.

“Fica muito evidente a diferença. São 13 medalhas masculinas (na natação) e uma feminina (na maratona aquática). Nós sofremos um estímulo muito grande das meninas brasileiras durante a pandemia, em que elas demandaram um estudo, um olhar, uma atenção diferente para as meninas. Então a gente entendeu que realmente queremos fazer programas que sejam úteis para a natação feminina. Para isso, criamos um grupo de trabalho para pensar em um projeto de médio a longo prazo que faça com que essas meninas possam ter a mesma projeção que os meninos” completou Renato Cordani, diretor executivo da entidade.

O programa

Na live, Poliana e Maressa trouxeram números expressivos sobre o esporte brasileiro como um todo. Do total de atletas, 43% são mulheres, enquanto na área de gestão são apenas 20% e entre as treinadoras são somente 8%.

A realidade da natação não é muito diferente. O programa criado, então, vai trabalhar em três vertentes: alto rendimento, base e capacitação de gestoras e treinadoras mulheres na natação feminina.

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Além disso, o programa será dividido inicialmente em três fases, que passam por pontos como identificar o desempenho das nadadoras brasileiras no contexto internacional de 2000 a 2016, realizar um diagnóstica da natação feminina de alto rendimento do Brasil entre 2014 e 2020 e trabalhar princípios identificados como falhos até agora. São eles: parte científica/acadêmica, carreira do atleta, identificação e desenvolvimento das atletas, infraestrutura e suporte financeiro.

“A gente não quer reinventar a roda. Queremos ver o que deu certo em determinado momento, o que deu errado, e tentar adaptar isso para o nosso momento agora. A gente tem tido muito trabalho, mas tem sido muito recompensador só de saber que a CBDA está com a gente, pensando o esporte feminino e disposta a fazer esse programa andar”, pontuou Poliana Okimoto.

O projeto vai contar também com uma equipe multidisciplinar, com parte médica, técnica e de comunicação, já que elas entendem que é necessário se divulgar mais os resultados da natação feminina. Além disso, os próximos meses serão importantes financeiramente para o programa já que a CBDA terá a definição de seu orçamento para 2021, via Lei Agnelo Piva, e assim, poderá definiar também como vai redirecionar o montante para a modalidade.

Aniversário da gestão

Por fim, a CBDA também comemorou um ano desde que a nova gestão assumiu a entidade. “Ao assumir uma entidade que tem uma responsabilidade nacional e internacional, nós temos por obrigação ser 100% transparentes com a nossa comunidade, com os nossos fãs e todos os envolvidos. Além disso, precisávamos honrar os compromissos com nossos funcionários e prestadores de serviço. Era esse o nosso foco e conseguimos fazer isso”, destacou o presidente Luiz Fernando Coelho.

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Para chegar, portanto, a este “equilíbrio financeiro”, a CBDA passou por algumas mudanças. Dos 11 diretores da entidade, dez são voluntários. “Montamos uma equipe de excelência e tivemos o respaldo das Federações Estaduais, que seguem nos ajudando diariamente. Essas pessoas agregaram muito valor a essa missão de reerguer a CBDA”, concluiu Coelho.

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