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Natação

“Está no topo da minha lista de desejos”, diz Sartori sobre Tóquio

Nadador de 18 anos participou de live do OTD e disse ter foco nos 200 m livres, onde foi bronze no Mundial Júnior do ano passado. Porém, não descarta os 400 m

Open de Loulé Julio de Lamara terá Murilo Sartori - Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 - 200m revezamento 4x200m livre masculino
Nadador de 18 anos sonha e deseja estar em Tóquio (Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Com 18 anos de idade, em um dos melhores momentos da carreira e sonhando com Tóquio. Esse é Murilo Sartori, uma das grandes promessas da natação brasileira. Com conquistas de medalhas e marcas significativas nos dois últimos anos, o atleta não esconde a vontade de estar no Japão em 2021. “Não nego, quero muito estar na Olimpíada”. 

Maior nome dos 200 m livre brasileiro nos últimos anos. Apesar da pouca idade, podemos falar isso de Murilo Sartori. Ele conquistou na prova um bronze no Mundial Júnior, em 2019, e recentemente fez o quarto melhor tempo de sua vida no Open de Loulé, em Portugal. Com essas credenciais, não esconde em qual prova irá focar na busca por um lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio. 

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“Os 200 m são a minha principal chance, mas eu não vou descartar os 400 m, não. Ainda tem a possibilidade do revezamento 4×200 m, que leva quatro atletas. O foco dos treinos é nos 200 m, até porque eu estou mais perto de conseguir o índice, mas não esqueço dos 400 m. Eu quero muito estar em Tóquio. Se tiver uma listinha de desejos, ir para a Olimpíada vai estar no topo dela”.

“Filho, vamos nadar né?”

Murilo Sartori não nasceu e já caiu em uma piscina. Mas sempre esteve ligado com o esporte. Como a grande parte dos brasileiros, teve o primeiro contato com o esporte através do futebol e acabou escolhendo pela natação após uma conversa com o pai. 

“Eu sempre fiz esporte por influência dos meus pais e acabei fazendo futebol e natação. Eu não era muito bom no futebol e lembro que um dia, voltando de um jogo que eu fiquei no banco, meu pai virou e falou um ‘Filho, vamos nadar né?’. Depois disso eu segui para as piscinas”. 

Bruno Fratus e Murilo Sartori no CT Time Brasil - Foto: Beto Noval/COB
Bruno Fratus é uma das referências de Sartori na natação (Beto Noval/COB)

A escolha pela natação foi correta. Aos poucos os resultados foram aparecendo e a vontade de seguir nas piscinas foi aumentando. Mas não foi sempre assim. “Depois o Fábio (treinador) chegou clube em que eu treino, montou um time de natação e passou a fazer apostas comigo para que eu seguisse no esporte e as coisas começaram a acontecer”. 

O melhor momento começou em 2018, nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires. Na competição, ao lado de André Calvelo, Lucas Peixoto e Vitor Souza, Murilo conquistou a prata no revezamento 4×100 m livre. Um pouco depois, já em 2019, Sartori viveu um momento indescritível no Mundial Júnior de Budapeste. 

Equipe do refezamento 4×100 m livre que conquistou a prata nos Jogos Olímpicos da Juventude (Divulgação COB)

“Aquela prova para mim foi incrível. Quando eu bati a mão na parede e vi o terceiro na frente do meu nome foi indescritível. Foi o momento em que eu olhei para mim e vi que era isso que eu queria fazer da vida”, comentou o nadador sobre a conquista do bronze nos 200 m.

Ele vai para fora

Com a idade que tem, Murilo Sartori está em uma fase que todas as pessoas passam. Após terminar o ensino médio, mesmo escrevendo o nome nas piscinas do mundo, teve que tomar uma decisão para conseguir fazer faculdade. A saída encontrada foi sair do país. 

“Vou para os Estados Unidos, fechei com Louisville. É algo muito importante para mim, acho que vai ser muito importante para o meu crescimento como atleta e como pessoa. É difícil a vida do atleta aqui no Brasil nesse sentido, queria que tivesse outras maneiras. Mas que bom que eu consegui ir para Louisville”. 

Murilo Sartori ficou a 0,6s da melhor marca da vida (Federação Portuguesa de Natação)
Murilo Sartori ficou a 0,6s da melhor marca da vida no Open de Loulé (Federação Portuguesa de Natação)

Segundo Murilo Sartori, que mora e treina em Americana, no interior de São Paulo, para conseguir fazer uma faculdade de boa qualidade, ele teria que ir para alguma cidade próxima e conseguir colocar os estudos no Brasil na logística de treinamentos e competições. Não é possível.

Jovem com experiência

As experiências dos últimos anos, já faz Murilo Sartori pensar em passar conhecimento para outras pessoas. A ida para os Jogos da Juventude, Mundial Júnior, Missão Europa e agora a chance de ir para os Estados Unidos trouxe experiências para o atleta que, se depender dele, não ficarão somente em sua memória.

“Eu estou de portas abertas para poder falar de tudo que eu já passei, para passar o conhecimento que eu tenho para mais pessoas. Conhecimento nunca vai fazer mal, tento agregar mais sempre”, finalizou Sartori.

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