Com apenas 21 anos, Guilherme Costa é um atleta que poderia ser chamado de promessa da natação brasileira. No entanto, os resultados recentes do nadador já o credenciam a ser chamado de realidade. Ouro nos 1500 metros no Pan-Americano de Lima no ano passado, já é recordista sul-americano em três provas da natação: 400 m, 800 m e 1500 m.
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Os três recordes foram batidos durante a disputa do US Open de natação. Com o resultado obtido no torneio norte-americano Guilherme Costa já possui o índice olímpico nas três provas. Resta agora a ratificação desses resultados na seletiva brasileira, marcada para abril do ano que vem para o jovem atleta garanta presença na sua primeira edição de Jogos Olímpicos.
De olho em abril de 2021
“Tenho que confirmar ainda o índice, mas só de já ter feito uma vez já me dá muita confiança que eu tenho condições disso. Mostra que eu estou no caminho certo. A seletiva vai ser só em abril, então eu preciso trabalhar muito até lá e continuar esse trabalho que estou fazendo”, declarou o nadador em participação na live com o OTD.
Após ter conseguido se treinando na piscina de seu condomínio no momento mais crítico da pandemia do coronavírus, Guilherme Costa já retomou os treinamentos no Rio de Janeiro. E o atleta parece ter voltado em grande ritmo, já que na última semana o atleta fez7m39s84 nos 800 metros da piscina curta. O resultado seria mais um recorde sul-americano batido pelo nadador, no entanto, por se tratar de um treino o resultado não é válido para recordes.
“Não tenho recordes de piscina curta ainda, até porque quase não nado em piscinas deste tipo. Nessa quarentena tenho treinado mais em piscina curta então tentei para ver o que acontecia. Pra falar a verdade eu queria um pouquinho menos porque acho que tenho condições pra isso, mas já está de bom tamanho”, avaliou o atleta que tem competições previstas apenas para novembro.
Mudança para o fundo
Acostumado a nadar as provas de longa distância dentro da piscina, Guilherme relembrou que esta não foi uma realidade em sua carreira desde o começo. Após ter iniciado nadando os 200 m borboleta, o nadador trocou de prova por conta de um incentivo de seu treinador, Rogério Karfunkelstein.
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“Eu nadava 200 m borboleta. Eu mudei por conta do meu treinador que sugeriu que eu competisse uma prova de fundo numa competição. Fui muito bem e dai em diante já comecei a treinar para esse tipo de prova. Foi bem estranho no começo porque foi um tiro no escuro. Em um ano eu era campeão brasileiro no borboleta e no outro eu nem nadava mais esse estilo. Mas no fim eu confiei no meu treinador e vem dando tudo certo”, declarou o atleta que viu o adiamento dos jogos como um benefício de um ano a mais de treinamentos.
Prova favorita
A mudança de prova foi bem feita. Já adaptado com as novas longas distâncias percorridas na piscina, hoje Guilherme aponta até mesmo aponta a prova dos 800 metros como a sua favorita.
“800 era a prova que eu menos gostava e dava atenção por não se tratar de uma prova olímpica. Mas agora que entrou eu comecei a treinar e gostar muito. Gosto também de nadar os 400m porque acho ela uma prova mais desafiadora no sentido de estratégia, não é apenas ir lá e nadar”, avaliou.
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A preferência de um atleta por provas de meio-fundo e fundo não é algo tão recorrente no Brasil. Tanto que, de todas as 14 medalhas olímpicas conquistas pela natação brasileira, apenas uma foi ganha neste tipo de prova: com Tetsuo Okamoto, que conquistou o bronze nos 1500 m na Olimpíada de Helsinque, em 1952.
Braçadas no mar
A mudança de estilo na piscina foi grande, mas nada tão assustador pra quem pretende também brilhar no mar. Além da experiência de nadar no oceano durante a infância, Guilherme Costa também já disputou provas marítimas como as duas últimas edições do Rei e Rainha do Mar e revela ter o desejo de competir mais vezes na praia.
“Eu prefiro piscina. Mas eu quero nadar no mar também. A seletiva do mar deve ser em março e eu quero participar. Acho que da pra encaixar no meu programa. Preciso sentar para analisar e discutir com o meu técnico, mas eu tenho a intenção de nadar sim. Quero nadar as duas, mas com o foco maior na piscina”, completou o nadador que começou no esporte por incentivo dos avós.