Segundo a geologia, um diamante demora milhões de anos para se formar e ficar pronto para ser vendido como joia. Em alguns casos, a barreira do tempo na formação deles tem que ser acelerada. Aos 23 anos, Giovanna Diamante quer romper essa lógica, fazer o índice de sua prova na natação e brilhar em Tóquio. “Meu maior sonho é a Olimpíada”.
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Especialista nas provas dos 100 e 200 m borboleta, Giovanna Diamante está perto de conseguir o índice na menor distância. Por conta disso, antes da pandemia do coronavírus, sua rotina de treinos era focada nesta prova, mas a Covid-19 mudou tudo e fez com que a atleta pensasse em um dia de cada vez.
“Estar em uma Olimpíada é o sonho de todo atleta e quando foi confirmado o adiamento estávamos muito perto da seletiva. A preparação de nós, atletas de alto rendimento, não é feita em um curto espaço de tempo. Eu estava treinando focada nos Jogos desde o fim do Pan em Lima. Hoje, por conta da pandemia, eu prefiro pensar no meu dia de amanhã do que na seletiva do ano que vem”.
Um dia de cada vez
Em razão do coronavírus, Giovanna Diamante ficou sem cair na piscina para treinar por cerca de cinco meses, mas conseguiu retomar a rotina na última semana, quando o Pinheiros abriu para treinamentos. Por conta desse novo dia a dia recente, a nadadora prefere ver um dia de cada vez.
““Máscara é peça de roupa. Isolamento social na borda da piscina, na academia. É o jeito que deu para voltar. Estamos vivendo em um momento muito incerto, tem que ir retornando aos poucos. Eu defino o que vou fazer no dia seguinte na noite anterior”.
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O sonho fora do esporte
A carreira de atleta é mais curta que as demais. Mesmo nova, Giovanna pensa e projeta o que fazer depois. A pausa nos treinos e na rotina de atleta fez com que a nadadora conseguisse realizar planos e retomar atividades fora do esporte.
“Eu tinha planejado que em 2020 eu iria ler mais e consegui fazer isso com a pausa da pandemia. Também consegui voltar a fazer cursinho, agora que é EAD, e voltei a ter uma rotina de estudos”.
Para Giovanna Diamante, a rotina de estudos e dedicação fora do esporte tem um objetivo, um sonho que ela carrega e quer realizar um dia, apesar de não ter pressa para que isso aconteça.
“Tenho vontade de fazer medicina, de me formar em medicina. Sei que é difícil, mas tenho esse sonho. No lado esportivo eu sonho em estar em uma Olimpíada, no pessoal eu quero fazer medicina um dia. Mas não tenho pressa para isso, vou priorizar a minha carreira de atleta primeiro”.
Diamante de prata
Apesar de nunca ter disputado uma Olimpíada na carreira, Giovanna Diamante já subiu em um pódio olímpico. Em 2014, nos Jogos Olímpicos da Juventude disputados em Nanjing, a nadadora conquistou a primeira medalha da natação naquela edição. Participando do 4 x 100 m livre misto, a brasileira terminou com a prata.
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“Eu tenho uma recordação muito boa dos Jogos Olímpicos da Juventude de 2014, em Nanjing. A minha primeira prova lá foi o 4×100 m livre misto e o Brasil foi prata. É uma medalha que eu guardo com muito carinho por tudo”.
Um diamante na comissão
A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) tem uma comissão de atletas. Como grande parte das entidades esportivas no país, a da natação pensa e quer que os atletas sejam atuantes nas decisões de cada uma das modalidades.
Contudo, segundo Giovanna Diamante, a presença era, historicamente falando, majoritariamente de homens e já com certa idade para o esporte. Porém, na última eleição da comissão de atletas, o técnico de Giovanna comentou sobre o pleito e falou para a atleta se candidatar.
“Meu técnico me falou da eleição e eu acabei me candidatando. Como foram poucos os inscritos, não teve uma votação mesmo e eu entrei na comissão. Acho importante a minha presença em dois sentidos. Primeiro por eu ser mulher e conseguir representar e trazer as questões que acontecem com o feminino. E por eu ser a mais nova lá, também consigo mostrar algumas coisas que acontecem com a base”.
Mais recentemente, a natação brasileira viu nascer um movimento. Depois de apenas uma mulher fazer parte da Missão Europa, as mulheres da modalidade, ativas e aposentadas, se juntaram para mostrar os problemas que o feminino enfrenta no esporte. Giovanna Diamante faz parte do grupo e vê de maneira muito positiva a ideia.
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“A gente luta para que as mudanças acontecerem, mas sabemos que pode ser tarde demais para nós. Porém, se acontecer com a geração que está vindo, já vai ser bom, mas tem que acontecer”.
Assista a live de Giovanna Diamante com o OTD: