Mais uma noite histórica para o esporte brasileiro. Nesta quarta-feira (10), Rômulo Arantes Júnior entrou para o Hall da Fama da natação brasileira. O nadador foi o primeiro medalhista do país em mundiais aquáticos e hoje foi imortalizado para a eternidade.
A indicação aconteceu de forma virtual, por meio da TV CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). O nadador torna-se o nono escolhido para o seleto grupo do Hall da Fama da Natação Brasileira.
A apresentação foi feita pelo coach Alex Pussieldi. “É uma iniciativa fantástica, reforça a nossa história e serve de espelho para a nova geração. Me sinto um afortunado em poder participar.”
Imortal
Rômulo Arantes Júnior, nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de junho de 1957, e morreu em um acidente de ultraleve, na pequena Maripá de Minas, em Minas Gerais, em 10 de junho de 2000, dois dias antes completar 43 anos. O atleta flamenguista, galã, vaidoso, ficou mais conhecido do público em geral pelo mundo das artes, atuando inclusive em novelas globais.
O anúncio veio de ninguém menos do que de Rogério Romero. Atleta mais olímpico da história da Natação brasileira elogiou a chancela da CBDA e contou um pouco da história de Romulo Arantes Duncan Júnior.
“É um misto de alegria e tristeza. Hoje faz 20 anos da morte de Rômulo. Ele era um cara precoce. Foi à Olimpíada com 15 anos. Um pioneiro. Acho que a palavra que podemos usar é essa. Foram inúmeras conquistas que ninguém havia tido até que ele viesse. Um competidor nato. Ele tinha um talento natural e era uma pessoa fantástica”, disse Romero.
Um dos idealizadores do Hall da Fama da Natação Brasileira e atual diretor-executivo da CBDA, Renato Cordani, explicou o surgimento do Hall da Fama da Natação Brasileira e destacou a importância do reconhecimento dado aos nadadores históricos do Brasil.
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“O Hall da Fama da Natação Brasileira surgiu a partir da vontade de algumas pessoas que gostavam do Hall da Fama americano. Aí pensamos: por que não fazer um do Brasil? A partir de então, começamos a desenvolver a ideia e homenagear grandes atletas e ídolos da natação do Brasil”, explicou Cordani.
Carreira
Conhecido do grande público pelas novelas e participações na televisão, foi nas piscinas que Rômulo ganhou destaque. Começou a nadar aos 8 anos, sob tutela do pai Rômulo Arantes.
Aos 15, participava pela primeira vez de uma edição de Jogos Olímpicos, em Munique 1972. Terminou com recorde sul-americano nos 100 m costas (1min01s87), com a quinta colocação no revezamento medley e nadou os 200 m costas (2min18s15).
Feito histórico em Berlim
Nos Jogos Pan-Americanos de 1975, Cidade do México, no México, Rômulo Arantes Junior saiu com três medalhas de bronze: 100 m costas, revezamentos 4 x 100 m medley e 4 x 200 m livre. Ainda terminou em quarto nos 200 m costas.
O feito histórico, no entanto, veio no ano seguinte. No Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Berlim, Rômulo nadou os 100 m costas para 58s01 e conquistou a primeira medalha do Brasil em mundiais.
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Foi recordista sul-americano dos 100 m costas por mais de 19 anos, abaixando seu tempo por 13 vezes até chegar aos 57s20 – terceira marca do mundo em 1979. Também brilhou nos 200 m costas, prova em que foi detentor do recorde sul-americano por quase cinco anos.
“Eu vivi os anos 80 na piscina do Flamengo. A marca de 57s20 era sensacional, mas os técnicos sempre alertaram do jeito que ele nadava. Isso era sensacional. Além disso, eu, criança, via o Rômulo tendo a paciência de nadar com os infantis. Hoje, com 40 anos, vejo a importância disso”, explicou o editor-chefe da SwimChannel, Patrick Winkler.
Rômulo encerrou sua carreira profissional em 1983, no Parque Aquático Julio Delamare, com uma homenagem da então Confederação Brasileira de Natação. Depois, seguiu sua carreira de ator e chegou a nadar e conquistar títulos na categoria master.