Diamante no nome e diamante na água. Aos 22 anos, Giovana Tomanik Diamante é um dos destaques brasileiros na natação, representando o Brasil e o Esporte Clube Pinheiros no nado borboleta e no revezamento 4×100 m. A paulista deu seus primeiros passou – ou melhor, braçadas – ainda pequena, e, hoje, inspirada por ninguém menos que Maria Lenk, Giovana Diamente sonha com Tóquio 2020.
“A preparação para a seletiva para as Olimpíadas vinha muito bem e eu estava muito animada. É uma pena, mas é por um bem maior. Temos que respeitar e esperar para voltar o quanto antes. O objetivo maior é Tóquio e isso continua na cabeça todos os dias, porque é a minha motivação. Sempre foi um sonho, mas agora vai ficando mais concreto e percebo que é isso que eu realmente quero”, contou Giovanna em live da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
A nadadora do Pinheiros ainda não tem o índice para Tóquio, mas vem baixando sua marca nos últimos anos e precisa nadar abaixo dos 57s9 para garantir a vaga. Giovanna disse ainda que a prioridade é a prova de 100 m borboleta, porque vê mais chances reais de classificação, mas ressalta que não deixou os 200 m de lado.
E para seguir firme e forte no objetivo Tóquio, Giovanna tem em que se espelhar. “Minha maior inspiração é a Maria Lenk. Ela foi um marco na natação feminina e é o tipo de mulher que eu quero ser, que abre portas e que é um ícone no esporte mundial”.
Representatividade feminina
Falar em Maria Lenk é falar em representatividade feminina. Ela foi a primeira mulher brasileira e sul-americana a participar de Jogos Olímpicos, em 1932, em Los Angeles. Muitos anos se passaram, mas as mulheres ainda lutam por seu espaço no esporte. E se depender de Giovanna, vão continuar por bastante tempo.
“Não dá para achar que há o mesmo apoio para os homens e para as mulheres. Falta muito incentivo e apoio. Acho que nós agora estamos ganhando mais espaço, mais voz, visibilidade, com quase nada de apoio. Isso só mostra o quanto a gente é capaz, o quando a gente dá nossa cara a tapa e que a gente vai conseguir nosso espaço”, ressaltou.
Além de representar as mulheres, Giovanna representa também os seus companheiros de profissão, fazendo parte da comissão de atletas da CBDA. “Sou uma das mais novas da comissão e acho isso bom, para diversificar a comissão, o público que a gente quer alcançar e para os assuntos ficarem mais amplos e variados. A CBDA não existe sem os atletas, então é importante ter esse caminho”, pontou.
Quarentena
Giovanna Diamante está longe das piscinas há um mês, quando o Pinheiros fechou devido à pandemia de coronavírus. As saudades estão grandes, mas ela tem aproveitado para colocar outros planos em dia.
“Estou em casa, com a família, só saindo se necessário, para ir em mercado, farmácia. Sinto muita falta de cair na piscina, mas não tem muito o que fazer. É um esporte de ambiente bem específico e é tentar se adaptar, fazendo exercício em casa. Tem que se manter ativo, isso é importante”.
“Tenho feito bastante meditação, porque é muito importante trabalhar a mente. Estou lendo mais também, já era uma meta minhas mas estou conseguindo colocar isso em pratica”, completou.
Voltando no tempo
Quando ainda era bem pequena, com dois anos, Giovanna teve o primeiro contato com água, quando seu pai a colocou em uma academia, só para brincar na piscina. Conforme foi crescendo, a paixão cresceu junto. Passou a fazer aulas de natação, até que se viu em um teste no Clube Paineiras. Começava ali a carreira profissional.
Giovanna entrou no Paineiras na categoria mirim e seguiu até o juvenil, quando foi para o Sesi e mais tarde para o Pinheiros, onde está até hoje. “Tenho muito orgulho de ter começado no Paineiras, mas aí comecei a receber vários convites na época e acabei aceitando, porque sabia que era o momento que eu tinha para crescer no esporte”,
Não demorou muito para Giovanna se destacar na natação e começar a ser chamada para defender a seleção brasileira. E a nadadora ressaltou a importância das categorias de base, com destaque para o Mundial da Juventude de 2014, quando conquistou a medalha de prata no revezamento 4x100m.
“Campeonato júnior é sempre muito incrível, todo mundo da mesma idade, estando ali pela primeira vez e compartilhando do mesmo sentimento. Isso é muito legal. E as Olimpíadas da Juventude foram um marco para mim. Foi na china, minha primeira experiência em Vila Olímpica… É como se fosse uma Olimpíada mesmo e eu guardo essa medalha com muito carinho”.