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Diário Esportivo: a coluna desta sexta do Diário de S. Paulo já está no ar

Rebeca Gusmão encara o seu maior desafio

Quatro meses depois de ver sua vida se tornar um inferno, a nadadora brasiliense Rebeca Gusmão tem a partir de hoje aquela que certamente será a prova mais importante de sua vida. Suspensa preventivamente pela Federação Internacional de Natação (Fina) desde 5 de novembro passado, quando foi detectada a presença de testosterona exógena (ingerida) em sua urina, durante um exame realizado no Pan-Americano do Rio, Rebeca luta com todas as forças para provar sua inocência. A partir de hoje, a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha de ouro em Jogos Pan-Americanos será julgada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), a última instância de apelação.

Estou longe de ser um especialista em direito esportivo, mas qualquer previsão a respeito do desfecho deste caso é mera especulação. São tantos os fatores a serem analisados que todos os resultados são possíveis, desde a absolvição até a suspensão de dois anos, praxe nestes casos de doping.

Caso confuso
O que torna o resultado do julgamento de Rebeca Gusmão uma grande incógnita é o emaranhado de situações estranhas que o envolvem. A começar pelo fato de que Rebeca já teve um exame seu questionado, em 2006, por alto índice de testosterona. A nadadora alega, em sua defesa, que possui ovário policístico, o que explicaria a presença da substância.

Tiroteio médico
Há ainda a polêmica envolvendo a médica Renata Castro, demitida da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) após ser divulgado que um dos exames de Rebeca que deu negativo havia sido fraudado, pois teria mais de um doador. O contra-ataque da médica foi pesado: ela disse que Rebeca sempre foi alvo de perseguições de Eduardo de Rose, principal autoridade do país em controle antidopagem e que houve uma série de procedimentos estranhos em relação à nadadora durante o Pan.

Natação sob suspeita
Na verdade, a natação brasileira passa por um momento preocupante na questão do doping. Desde 2003, já são sete os casos de nadadores brasileiros flagrados com substâncias proibidas. Uma das atletas, Laura Azevedo, foi até banida do esporte por se recusar a fazer um exame após a suspensão. Não dá para considerar este número de punições normal. E a CBDA não fala nada a respeito…

Pai-de-santo
O levantador Ricardinho está precisando se benzer. Cortado pelo técnico Bernardinho da seleção brasileira às vésperas do Pan (em circunstâncias mal explicadas até hoje), tem sua presença no Modena, da Itália, questionada e, para completar, fraturou a mão esquerda na quarta-feira. Serão três meses de dura recuperação. Que fase!

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