A última vez que César Cielo cai na água para competir foi em abril de 2016. O maior nome da história da natação brasileira tentava no Troféu Maria Lena conseguir uma vaga para a Olimpíada do Rio de Janeiro. Terminou a prova dos 50m livre em terceiro e não conseguiu a classificação para os Jogos. Desde então, nunca mais participou de uma competição, mas rompeu o silêncio nesta quarta-feira durante o lançamento do projeto “Novos Cielos”, ação social do atleta em sua cidade natal, Santa Bárbara d’Oeste.
“De competição, eu decidi dar uma pausa. Desde o Maria Lenk não competi e não tenho previsão de competir. Contato com a água eu não vou deixar de ter, é minha meditação. Por enquanto não tenho previsão para voltar a competir, tenho mantido contato com a água, mas prefiro deixar a coisa ser natural. A relação com a piscina é pessoal. Tem dia que eu brigo, tem dia que eu amo, estou com saudade já. Não vou dizer que com certeza vou nadar em janeiro, ou com certeza vou voltar em 2018, mas a rotina faz falta, a piscina faz falta”, se limitou o dizer o nadador, que foi campeão olímpico em 2008 nos 50m livre e bronze nos 100m livre na mesma edição dos Jogos. Quatro anos depois, em Londres, ficou em terceiro nos 50m livre.
Aos 29 anos, César Cielo ainda tenta se recuperar do baque que foi não ter disputado a Olimpíada do Rio. O curioso é que o início do ciclo foi extremamente promissor. No Mundial de 2013, foi medalha de ouro nos 50m livre e nos 50m borboleta. Os problemas começaram em 2015, quando sofreu com lesões e não conseguiu repetir seus desempenhos anteriores. O índice para a Rio 2016 só saiu no Maria Lenk, em abril, mas como só dois nadadores poderiam representar o país, ele ficou de fora porque Bruno Fratus e Ítalo Manzine tinham tempos melhores.
Além de não competir desde abril, César Cielo também não treina desde essa época. Retomar a rotina tem sido difícil. A disputa do Mundial de piscina curta, marcada para dezembro deste ano, não o animou. A motivação pode estar em provar que ele pode ser o mesmo de antes no Mundial de Esportes Aquáticos, marcado para julho do ano que vem em Budapeste, na Hungria. Mas nem isso ele garante.
“Se eu achar que eu não estou disposto a pular às 5h da manhã na água fria. É umas coisas que eu questiono. Se eu tenho vontade ou motivação que um iniciante faria. Enquanto eu achar que eu tenho dúvida, não é hora de eu voltar. Nesse momento eu estou esperando essa vontade aparecer de uma forma natural”, se limitou a dizer.