Era a última chance! Depois de ficar sem o índice por 30 centésimos no Open Internacional, disputado há duas semanas, Susana Schnarndorf conseguiu na tarde desta sexta-feira a marca necessária para se classificar para o Mundial de natação paralímpica na prova de 150m medley da classe SM4. Ao completar a prova e ver no placar eletrônico que ela tinha atingido o objetivo, a nadadora se emocionou e deixou a piscina chorando de felicidade.
“Estou muito feliz. Foi uma prova muito esperada por mim. A gente está treinando desde o ano passado para esta competição. Há duas semanas, eu fiquei doente, não consegui nadar bem no Open e fiquei a 30 centésimos do índice para o Mundial e só consegui o do Parapan. Só que agora sacramentou e tenho o índice para o Mundial e para o Parapan. Estou muito feliz depois de ter passado por anos bem difíceis, fiquei fora do Mundial de 2017, mas agora estou indo para o meu terceiro Mundial”, comemorou a nadadora, que sofre de múltipla atrofia dos sistemas, doença que vai, com o passar dos anos,diminuindo a capacidade dos conjuntos musculares e de órgãos como o coração e o pulmão.
Com as vagas garantidas, Susana Schnarndorf vai em busca de subir no pódio nas duas competições e negou que vá usar o Parapan apenas como preparação para o Mundial. “Vou atrás de medalhas. Vamos treinar bem para os dois. Temos três meses e pouquinho para treinar e vou treinar bastante, que é o que mais gosto de fazer. Vai ser uma competição muito disputada, especialmente o Mundial, então, vou treinar bastante porque qualquer detalhe ifluencia”, analisou.
Sobre as chances de medalhas, a nadadora está bastante otimista. “Todas tem chances. Quem cai para nadar uma final, tem chances. Eu estou com o segundo tempo do ranking mundial, estou confiante. Então, vamos disputar a medalha de ouro se Deus quiser”, afirmou Susana, que foi campeã mundial nos 100m peito na categoria SB6 em 2013 e foi medalha de prata no revezamento 4x50m misto – 20 pontos, ao lado de Daniel Dias, Clodoaldo Silva e Joana Silva, nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.
Aos 51 anos de idade, a atleta, que foi pentacampeã brasileira de triatlo antes de descobrir a doença, nem pensa em aposentadoria. “Nem pensar, nem passa pela minha cabeça. A idade é só um número. Estou disputando a vaga para Tóquio e, quem sabe, vou continuar e chegar na França em 2024. Enquanto a orelhinha tiver mexendo, eu continuo”, brincou.
Quem também conseguiu índice para o Mundial paralímpico de natação foi Esthefany Rodrigues na prova dos 200m medley da classe SM5. “Foi incrível, foi emocionante. No Open, eu não consegui por um segundo, bateu na trave e agora no Nacional eu consegui fazer 3min54 (dois segundos abaixo do índice)”, comemorou a atleta, que espera conseguir uma medalha.
“Vou brigar. Ano passado terminei em quinto do ranking mundial. Eu acredito que eu consiga uma medalhinha de bronze. A gente já vem com uma preparação muito forte desde o final do ano passado, não tivemos férias, descanso, nada. A gente vem treinando forte para este ciclo para conseguir bons resultados nessas grandes competições”, afirmou.
Além de Susana Schnarndorf e Esthefany Rodrigues, Laila Garcia conseguiu vaga para completar o revezamento do Brasil no Mundial nos 4×100 medley.