Em julho de 2018, uma inflamação nos tendões do ombro esquerdo tirou Bruno Fratus do Campeonato Pan-Pacífico. Durante a recuperação, uma decisão mais importante foi tomada: dois meses depois, em setembro, o nadador passou por uma cirurgia que o tirou do restante da temporada. Ainda assim, Fratus entende as adversidades da carreira de um atleta de alto rendimento.
“Ficar fora de competição já não é legal, e quando você está em uma fase boa, é menos agradável ainda. Ficar fora de uma temporada não é algo agradável. Mas são coisas inerentes ao esporte de alto rendimento. Quando você está competindo, treinando e elevando seu corpo a um nível de stress extremo diariamente, é algo que acontece normalmente e dá pra levar com naturalidade”, considerou Bruno Fratus, em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
A temporada de Fratus estava exemplar. A vaga no Pan-Pacífico havia sido conquistada no Troféu Brasil – Maria Lenk, em abril. Antes da lesão, em junho, foram inúmeras presenças em pódios de etapas do Circuito Mare Nostrum, na Europa. E mesmo com o bom desempenho, o atleta conta que seus tempos já não eram os mesmos.
Foto: Satiro Sodré/SSPress
“Dor é algo bem normal e eu já sentia há anos. Só que o que levou a gente considerar uma intervenção cirúrgica foi o fato de eu estar começando a ter perda de performance”, contou.
Agora, de volta às piscinas e com uma rotina disciplinada de fisioterapia, o nadador reconhece que há um caminho longo a ser percorrido. Entretanto, ainda não avaliou o calendário de competições para ter certeza de seu retorno, mas garantiu que estará no Maria Lenk do próximo ano disputando uma vaga na seleção brasileira.
“Já estou nadando e ainda me sinto lento. Tenho um cronograma a ser seguido diariamente, e cada queda na água tem objetivos muito específicos. A gente tenta alcançar cada um deles diariamente, sem ficar colocando muito a cabeça na frente”, afirmou. “Espero competir, nadar rápido e bem”, acrescentou Fratus, pensando em 2019.
Nova geração
Citando nomes como Guilherme Costa, Vinícius Lanza, Gabriel Fantoni, Pedro Spajari, Gabriel Santos e Leonardo Santos, Bruno Fratus mostrou-se confiante com a nova geração da natação brasileira.
“Hoje em dia, a falta de experiência dos atletas mais novos não vai ser problema nenhum nos Jogos Pan-Americanos do ano que vem. Acho que vai ter muita gente ganhando muita medalha. Eles têm esse algo a mais, que permite ir até o próximo nível, que é medalhar em Campeonato Mundial e em Jogos Olímpicos. Essa molecada nova que está subindo tem um potencial gigantesco em relação a isso”, considerou o nadador.
Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA
Ao mesmo tempo em que qualifica os mais novos, relembra dos mais experientes, que podem ajudar na evolução da seleção. Entre os que estão na equipe há mais tempo, citou Leonardo de Deus, Marcelo Chierighini, João Luiz Gomes Júnior, Felipe Lima, Matheus Santana, além de seu próprio nome.
“Eu já fiz por onde, em termos não só de resultado, mas também de tempo. Eu acho que, hoje em dia, eu sou um dos principais nomes da natação. Eu gosto de me ver como um dos líderes do time da seleção, até para me trazer um senso de responsabilidade. Isso, para mim, funciona como uma motivação muito grande”, concluiu Bruno Fratus.
