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Nado Artístico

Dueto do nado artístico questiona escolhas da confederação

Atuais campeãs brasileiras do nado artístico, Laura Miccuci e Gabi Regly, não foram indicadas ao Prêmio Brasil Olímpico de 2024

Laura Miccuci e Gabriela Regly nado artístico, Prêmio Brasil Olímpico

Após vencer o Prêmio Brasil Olímpico por três anos consecutivos, Laura Miccuci, ao lado de Gabi Regly, recebeu com surpresa a não indicação ao prêmio de 2024 do nado artístico. O dueto participou das principais competições da modalidade: o Mundial de Doha e as classificatórias olímpicas, além do título brasileiro. No entanto, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) indicou outras duas duplas, inclusive, com atletas da categoria júnior.

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O descontentamento pela decisão e a falta de explicações internas levou Laura Miccuci e Gabi Regly a se manifestarem publicamente sobre a situação. Em um post conjunto no Instagram, elas lamentaram a decisão e citaram possíveis omissões por parte da confederação ao longo do ano.

Na publicação, elas citam o episódio no qual optaram por não competir pela seleção brasileira no Campeonato Sul-Americano, que aconteceu entre o final de setembro e o começo de outubro deste ano. Situação esta, que a CBDA justificou a não escolha do dueto, afirmando que a indicação só poderia ter atletas que fazem parte da seleção.

Difícil de entender…

Em entrevista ao Olimpíada Todo Dia, o dueto explicou mais sobre o motivo da exposição da situação ao público. “Sentimos que era necessário dar visibilidade ao que está acontecendo. Nossa primeira atitude foi conversar com a Coordenadora que fez a indicação e tentar entender quais foram os critérios. Mas assim como todos que nos apoiaram nas redes sociais, até agora não dá para entender a não indicação. Sair da Seleção para não participar de um campeonato não anula nosso desempenho pela seleção em 2024”, responderam Laura Miccuci e Gabi Regly.

A dupla também indicou sobre um possível forma de represália pessoal por parte da CBDA por conta deste episódio. “De fato foi uma situação que nos surpreendeu e, na nossa opinião, por nada justificar a não indicação e perceber que, muitos também pensam o mesmo, talvez tenha sido algo mais pessoal”.

Laura e Gabi ainda argumentam e reforçam o bom desempenho durante o último ano. “Com menos de um ano juntas na seleção, conquistamos a medalha Pan-Americana histórica e participamos da Classificatória Olímpica, ficando muito perto de tal conquista. Após isso, também tivemos o brasileiro, em que conquistamos o título com uma diferença boa das demais competidoras”.

Hora de reconciliar e focar no próximo ciclo olímpico

Laura Miccuci e Gabriela Regly em ação no dueto livre feminino, do nado artístico, do Mundial de Doha
Laura Miccuci e Gabriela Regly em ação no dueto livre feminino, do nado artístico, do Mundial de Doha

Perguntadas sobre as possíveis omissões por parte da Confederção durante o ciclo, o dueto optou por não entrar em detalhes: “A decisão de não participar do Sul-Americano foi motivada por diversas omissões que enfrentamos durante a antiga gestão da Confederação. Mas, preferimos não entrar em detalhes sobre essas questões, já que acreditamos que o foco agora deve ser na construção de uma relação transparente e produtiva com a atual gestão. Queremos trabalhar em conjunto para superar os desafios do passado e buscar o melhor neste novo ciclo com a nova gestão e diretoria de nado artístico da CBDA”, explicou Laura Miccuci e Gabi Regly.

“Não acreditamos que isso vá atrapalhar o novo ciclo. Além disso, o nosso foco está totalmente voltado para o desempenho e para a construção de um trabalho sólido junto à nova gestão. Estamos confiantes de que, com diálogo e comprometimento de ambas as partes, podemos seguir juntos em busca de nossos objetivos. Metas que acreditamos serem comuns: classificar o nado artístico brasileiro para os jogos olímpicos LA-2028”, completou o dueto. Por fim, o Prêmio Brasil Olímpico.

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CBDA se explica

Em nota enviada, a CBDA argumentou sobre os critérios utilizados. De acordo com a Confederação, desde de 2021, a política é de indicar para premiações apenas atletas que estejam na seleção brasileira. A entidade lembrou que Laura e Gabi pediram dispensa do selecionado nacional após o Campeonato Mundial de Doha, em fevereiro. Por isso, os duetos das seleções júnior e sênior foram indicados para o Prêmio Brasil Olímpico. Confira a nota completa abaixo.

Nota da CBDA

A CBDA utiliza como critério, desde 2021, indicar apenas atletas que estão na seleção brasileira para premiações.

Apesar de suas notórias carreiras, inclusive com medalhas em Jogos Pan-Americanos, participações em Mundiais e entre as referências dos campeonatos nacionais as atletas pediram dispensa da seleção brasileira após o Campeonato Mundial de Doha, em fevereiro.

Portanto, a CBDA indicou, em 2024, os duetos das seleções júnior e sênior para o Prêmio Brasil Olímpico. Após a indicação, a CBDA não tem mais interferência sobre a escolha de quem será o vencedor.

Vale lembrar que, em outubro deste ano, após o período de indicação para o prêmio, as atletas optaram por se inscrever para o grupo da seleção de 2025.

Paulista de 25 anos. Graduando em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais. Apaixonado por esportes.

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