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Nado Artístico

Equipe brasileira acerta últimos detalhes antes do Mundial

Brasil compete em Gwangju, na Coreia com 12 atletas e sonha em disputar as finais em todas as provas. Dueto é o primeiro a se apresentar, na madrugada de sábado (12.07)

Satiro Sodré/ rededoesporte.gov.br)

A equipe brasileira de nado artístico treinou em dois períodos nesta quarta-feira (10.07) no Yeomju Gymnasiun, em Gwangju, na Coreia do Sul, palco das disputas da modalidade no Campeonato Mundial de Desportos Aquáticos 2019.

O time nacional, formado por 12 atletas, representará o país nas provas de dueto técnico, dueto livre, dueto misto técnico, dueto misto livre, equipe técnica, equipe livre e combo. Neste Mundial, apenas as provas de solo e highlight não terão atletas do Brasil. A expectativa do grupo é avançar para o maior número de finais, que são disputadas pelas 12 nações mais bem classificadas após a fase eliminatória.

Em 2007, em Melbourne, na Austrália, o Brasil obteve seu melhor resultado em um Mundial adulto no nado artístico, quando terminou em 10º lugar com a equipe técnica e a equipe mista. Agora, cabe a um time que mescla experiência e juventude tentar igualar ou superar o feito.

Dos 12 atletas que desembarcaram na Coreia, quatro competiram nos Jogos Olímpicos Rio 2016: Maria Eduarda Miccuci, Maria Bruno, Luisa Borges e Maria Clara Coutinho. As duas últimas formam o time brasileiro que competirá no dueto livre e no dueto técnico, a prova de estreia do Brasil neste Mundial, a partir das 4h da madrugada deste sábado (12.07), no horário de Brasília.

Contrastando com a experiência do quarteto que defendeu o Brasil nos Jogos Rio 2016, cinco atletas competem na Coreia pela primeira vez em um Mundial adulto: Laura Miccuci, Anna Giulia Veloso, Julia Catharino, Vitória Casale e Gabriela Regly.

Além de serem as representantes do Brasil nos desafios de dueto, Luisa e Maria Clara são as duas únicas do time brasileiro que recebem a Bolsa Pódio, a maior categoria do Bolsa Atleta. “Este é o meu quarto Mundial adulto e estou bem animada. A gente vem treinando bastante, com foco em entrar na final em todas as provas. Esse é o objetivo”, diz Luisa Borges.

Para ela, o incentivo federal é determinante na preparação que a trouxe mais uma vez a um Mundial. “Eu acho a bolsa fundamental. Ela nos auxilia na parte de suplementos, na alimentação e nos treinamentos e é muito importante para que a gente consiga dar o nosso máximo. É muito bom ter esse incentivo por trás, dando o suporte para a gente seguir no esporte”, elogia Luisa.

Maria Clara também mostra muita empolgação, não apenas para competir no Mundial de Gwangju, mas para representar o país nos Jogos Pan-Americanos de Lima, que começam no dia 26 de julho. “Nossa expectativa está alta. Acho que a gente vem crescendo com esse dueto. Ele está mais maduro, encaixado, e então acho que vai ser nossa melhor competição. Tem tudo para dar certo, não só aqui como no Pan-Americano”, ressalta.

Veterana

Aos 29 anos, Giovana Stephan é a atleta mais experiente da Seleção. Finalista no solo técnico no Mundial de Roma, em 2009, ela já representou o Brasil em todas as provas em Campeonatos Mundiais.

Em Gwangju, a veterana carioca nadará o duelo misto técnico e o duelo misto livre, sempre ao lado de Renan Alcantra, e ainda participará dos times que competem nas provas de equipe técnica, equipe livre e combo.

“Nós temos um time com muita capacidade técnica e a gente está fazendo um trabalho coeso desde 2018. Estamos crescendo. A gente quer mostrar aqui como estamos fortes. O objetivo é chegar à final em todas as provas”, diz a veterana.

A opinião é reforçada pela técnica Roberta Perillier, que destaca o altíssimo nível técnico da competição, que tem nas equipes da Rússia, China, Ucrânia e Japão os maiores expoentes da atualidade no nado artístico.

“A gente trabalhou bastante para tentar buscar as finais, mas sabemos que esse é um Mundial muito forte. O Mundial ocorre a cada dois anos, mas esse é o Mundial anterior aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e então é o mais forte. Todo mundo está aqui buscando vaga olímpica. Mas a gente acha que tem chances de chegar às finais e trabalhamos bem pesado para tentar isso”, completa a treinadora.

Entenda o nado artístico

O nado artístico, que já foi chamado de balé aquático e de nado sincronizado, combina natação com música e dança. Eventos dentro da modalidade são categorizados em solo, dueto, equipe, combinação livre e rotina de destaque, a depender do número de nadadores e do tipo de rotinas, livres ou técnicas, de acordo com os requisitos. As rotinas livres não têm restrições de música ou coreografia, mas as rotinas técnicas exigem que os atletas executem elementos obrigatórios.

Trata-se de um esporte que exige habilidades específicas do atleta na água, como força, resistência, flexibilidade, domínio das coreografias e, principalmente, sincronismo perfeito com a parceira ou os parceiros.

Quem pratica o esporte, além da graciosidade e da técnica, necessita ter bastante controle da respiração, principalmente para executar movimentos de cabeça para baixo na água. É por isso que os atletas usam um tampão no nariz.

Os competidores podem obter pontuações que variam de 0 a 10. Durante as provas, todos os julgamentos são feitos do ponto de vista da perfeição com cada transição realizada na apresentação e as notas são dadas de acordo com a seguinte escala:

» Perfeito 10 pontos
» Quase perfeito 9.9 – 9.5
» Excelente 9.4 – 9.0
» Muito Bom 8.9 – 8.0
» Bom 7.9 – 7.0
» Competente 6.9 – 6.0
» Satisfatório 5.9 – 5.0
» Deficiente 4.9 – 4.0
» Fraco 3.9 – 3.0
» Muito fraco 2.9 – 2.0
» Difícil reconhecer 1.9 – 1.0
» Completamente falho 0

Investimento

Onze dos 12 atletas da Seleção Brasileira de nado artístico que competem no Mundial de Gwangju são beneficiados pelo Bolsa Atleta da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. São bolsitas: Anna Giulia Veloso, Gabriela Teixeira, Giovana Stepham, Julia Soares, Laura Miccuci, Lorena Molinos, Luisa Borges, Maria Bruno, Maria Clara Coutinho, Maria Eduarda Miccuci, Vitoria Casale. O investimento anual nessas atletas é de R$ 425,7 mil.

Do grupo, Luisa Borges e Maria Clara Coutinho recebem a Bolsa Pódio, a maior categoria do programa. O investimento anual nas duas é de R$ 192 mil. No total, 49 atletas do nado artístico brasileiro recebem o benefício, resultado de um investimento anual de R$ 810,9 mil.

As prova do Brasil

Dueto Técnico e Duelo Livre
» Maria Clara Lobo Coutinho
» Luisa Nunes Porto Borges

Dueto Misto Técnico e Duelo Misto Livre
» Giovana Nunes Stephan
» Renan Alcantra Trindade de Souza

Equipe Técnica
» Gabriela Regly e Silva Abrantes Teixeira
» Giovana Nunes Stephan
» Laura de Souza Miccuci
» Lorena Fontes Molinos
» Luisa Nunes Porto Borges
» Maria Bruno
» Maria Clara Lobo Coutinho
» Maria Eduarda de Souza Miccuci

Reservas:
» Anna Giulia França Veloso
» Julia Catharino Soares

Equipe Livre
» Anna Giulia França Veloso
» Giovana Nunes Stephan
» Laura de Souza Miccuci
» Lorena Fontes Molinos
» Luisa Nunes Porto Borges
» Maria Bruno
» Maria Clara Lobo Coutinho
» Maria Eduarda de Souza Miccuci

Reservas:
» Gabriela Regly e Silva Abrantes Teixeira
» Julia Catharino Soares

Combo
» Anna Giulia França Veloso
» Giovana Nunes Stephan
» Laura de Souza Miccuci
» Lorena Fontes Molinos
» Luisa Nunes Porto Borges
» Maria Bruno
» Maria Clara Lobo Coutinho
» Maria Eduarda de Souza Miccuci
» Gabriela Regly e Silva Abrantes Teixeira
» Julia Catharino Soares
» Vitoria Cloretti Casale

Estreia do Brasil

Sábado (12.07)
4h – horário de Brasília
Dueto Técnico
» Maria Clara Lobo Coutinho
» Luisa Nunes Porto Borges

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