Convenhamos, deu a lógica. Terminou nesta segunda (9) a caminhada do Brasil na Copa do Mundo de basquete, na China. A derrota para os Estados Unidos, por 89 a 73, cumpriu um roteiro esperado. Embora, sejamos justos, a seleção brasileira tivesse em mais da metade da partida mostrado uma heroica resistência. Há alguns meses, alguém teria coragem de cravar que o Brasil conseguiria cumprir uma campanha tão consistente como esta, com três vitórias e apenas duas derrotas?
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O sorteio dos grupos para o Mundial de basquete foi horroroso? Sim, sem dúvida. A Argentina, nossa grande rival no continente, pegou um cruzamento muito mais palatável, tanto na primeira quanto na segunda fase. Mas o Brasil conseguiu cumprir com absoluta competência a primeira parte do desafio.
Um aproveitamento de 100% na primeira fase. Com direito a vencer uma Grécia que chegava como favorita ao título e tendo como maior nome o MVP da última temporada da NBA (Giannis Antetokounmpo).
Só que veio a segunda fase. E com ela uma atuação medonha contra a República Tcheca, no último sábado (7). Foi este jogo, não contra os americanos, que decidiu a sorte do Brasil no Mundial de basquete. Hoje, só um milagre teria feito a seleção superar um time de jogadores da NBA, sempre é bom lembrar. Nenhum craque, mas que jogam no melhor basquete do mundo.
Pré-Olímpico pela frente
Agora, é hora de juntar os cacos, curar a ressaca e já pensar no futuro. Alerta de spoiler: o basquete do Brasil terá MUITA DIFICULDADE para chegar à Olimpíada de Tóquio.
O Brasil agora irá se juntar à outras 23 seleções, que disputarão quatro torneios pré-olímpicos no ano que vem, um mês antes dos Jogos de 2020. Serão seis equipes em cada um deles e apenas o campeão estará classificado.
Para ter noção da pedreira, a seleção poderá ter como adversários Grécia, Rússia, Lituânia, Itália e até equipes que não estão no Mundial, como Croácia e Eslovênia, tradicionais escolas do basquete mundial.
Na transmissão do SporTV, o repórter André Galindo informou que a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) irá pedir à Fiba (Federação Internacional de Basquete) para ser a sede de um dos torneios. A menos que a nova gestão da entidade resolva seus velhos problemas financeiros (a CBB não está apta para receber recursos da Lei Agnelo/Piva por dívidas antigas e não tem um patrocinador há tempos), acho difícil isso acontecer. Mas contar com a força da torcida seria uma ajuda considerável para o Brasil buscar a vaga.
Além disso, a CBB precisa também saber trabalhar com a renovação desta equipe. Veteranos como Anderson Varejão, Alex Garcia e Marcelinho Huertas tiveram ótimos momentos neste Mundial. Mas a trajetória deles na seleção está perto do fim, vamos admitir.
É o momento de se dar força para Felício, Caboclo, Yago, Didi. Eles é que terão a responsabilidade de levar a seleção brasileira nas costas num futuro não muito distante. Ah, e tentar manter a todo custo o croata Aleksandar Petrovic no comando deste time. Apesar da presepada de sua exclusão na partida contra os Estados Unidos, Petrovic é o nome ideal para comandar esta reconstrução do basquete brasileiro.
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