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Seleção Brasileira

Nathalie Moellhausen ainda não tem ideia da dimensão de seu feito

Título mundial conquistado de forma emocionante na Hungria pode servir de impulso para uma modalidade desconhecida pelo grande público no Brasil

O choro da brasileira Nathalie Moellhausen no pódio, comemorando o título mundial de esgrima (Crédito: Reprodução)

Em um país como o Brasil e sua famosa monocultura esportiva, alguém pode imaginar que a esgrima tenha espaço nos principais jornais da televisão aberta do país? Pois isso aconteceu nesta quinta-feira (18), graças ao incrível título mundial conquistado por Nathalie Moellhausen em Budapeste (HUN). Sim, o Brasil tem a partir de hoje uma mulher campeã mundial na esgrima. Foi a primeira medalha do Brasil em mundiais na modalidade.

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Após uma campanha perfeita, Nathalie assegurou a medalha de ouro na espada feminina em uma decisão emocionante diante da chinesa Sheng Lin, por 13 a 12. O título veio apenas no golden point, após empate em 12 a 12. E a comemoração foi inesquecível, com a brasileira caindo em lágrimas, homenageando o pai, seu maior incentivador na esgrima, que morreu há um ano.

“Mas eu não vi nada disso na tevê”, você deve estar perguntando, após ler o parágrafo anterior.

De fato, não passou mesmo, em nenhum dos nossos canais esportivos disponíveis. E isso é absolutamente normal.

A esgrima, para a realidade esportiva brasileira, ainda ocupa um lugar para lá de secundário, tanto em exposição como popularidade. Apenas pelo YouTube foi possível acompanhar a  excelente campanha de Nathalie Moellhausen na Hungria.

Talvez a conquista desta quinta-feira possa servir como um catalizador por estas bandas para um esporte tradicionalíssimo e que integra o programa olímpico desde a primeira edição dos Jogos, em Atenas-1896.

O mais importante é aproveitar o quanto for possível a presença de uma campeã como Nathalie, que aos 33 anos não deverá prosseguir com sua carreira por muito mais tempo. E olha que ela tem história na esgrima…

Filha de pai alemão e mãe brasileira, ela nasceu na Itália, onde chegou a ser campeã mundial e europeia. Com dupla nacionalidade, passou a representar o Brasil a partir do Pan-Americano de Toronto-2015, quando foi medalha de bronze no individual e por equipes. Na Olimpíada Rio-2016, terminou entre as oito melhores da competição, melhor resultado da esgrima feminina do Brasil em Jogos Olímpicos.

Praticamente classificada para Tóquio-2020 pelo ranking (definição será em abril de 2020), Nathalie talvez não tenha noção de seu feito. Que os dirigentes possam saber aproveitar o efeito de uma das conquistas mais bacanas deste ciclo olímpico para o esporte brasileiro.

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