Encerrado o Mundial de judô, no qual o Brasil cumpriu sua terceira melhor campanha na história, com cinco medalhas, já é possível fazer um balanço parcial da largada para o ciclo olímpico de Tóquio-2020. Até agora, foram conquistadas 15 medalhas em mundiais ou competições equivalentes em modalidades olímpicas. O que não fugiu do roteiro esperado é que foram os esportes nos quais o Brasil sempre costuma ser protagonista que estas medalhas acabaram sendo conquistadas.
Até agora, as medalhas brasileiras vieram de onde deveriam vir, como vôlei, vôlei de praia, judô, natação, maratona aquática, atletismo, vela e canoagem velocidade. Vale destacar que o vôlei não tem mundiais este ano, mas o COB (Comitê Olímpico do Brasil) costuma levar em consideração neste mapeamento dos resultados dos brasileiros competições de nível mundial, como Grand Prix e Liga Mundial. No caso, foram ouro e prata para as seleções feminina e masculina, respectivamente.
A natação, após uma participação terrível na Rio-2016, ressurgiu neste ano, com as pratas de Bruno Fratus e do revezamento 4 x 100 m masculino. Aqui também não entram na conta as medalhas obtidas em provas não olímpicas, como o histórico ouro de Etiene Medeiros nos 50 m costas, a primeira mulher campeã mundial em piscina longa.
Veja abaixo as medalhas do Brasil em Mundiais de 2017 até agora:
Ouro
Vôlei feminino – Grand Prix
André e Evandro – Mundial de vôlei de praia
Mayra Aguiar (78 kg) – Mundial de judô
Prata
Vôlei masculino – Liga Mundial
Revezamento 4 x 100 m livre masculin0 – Mundial de natação
David Moura (+ 100 kg) – Mundial de judô
Equipe mista – Mundial de judô
Martine Grael e Kahena Kunze – Mundial de 49er/vela
Bronze
Ana Marcela Cunha (10 km) – Mundial de maratona aquática
Larissa e Talita – vôlei de praia
Caio Bonfim (marcha 20 km) – Mundial de atletismo
Isaquias Queiroz (C1-1000 m) – Mundial de canoagem velocidade
Érika Miranda (52 kg) – Mundial de judô
Rafael Silva (+ 100 kg) – Mundial de judô
Dos mundiais que serão realizados até o final do ano, pode-se dizer que o Brasil apresenta chances grandes de medalha na ginástica artística, em Montreal (CAN), a partir de 2 de outubro. O mês de setembro reserva quatro mundiais de classes na vela (Finn, Laser, RS:X e Nacra 17) e até pela tradição o Brasil pode acabar medalhando em alguns deles. O skate, um dos cinco novos esportes para 2020, também terá seus mundiais este mês: o street acontecerá em Los Angeles a partir do dia 15, enquanto que o park está marcado para Xangai, com início previsto para o dia 23.
No final do ano, os dois últimos mundiais, ambos com chance de medalha para o Brasil. No dia 28/11, em Anaheim (EUA), começará o Mundial de levantamento de peso. Além de Fernando Reis, quinto colocado na Rio-2016 na categoria + 105 kg, o Brasil pode surpreender no feminino, com Rosane dos Reis (53 kg).
Por fim, há o Mundial feminino de handebol, na Alemanha a partir de 1º/12, no qual a Seleção Brasileira, agora sob o comando do espanhol Jorge Dueñas, não pode estar descartada de brigar por medalha.
Meta de 2013 mais distante
Em comparação com a largada do ciclo da Olimpíada Rio-2016, a diferença é gritante. Em 2013, o Brasil faturou nada menos do que 27 medalhas em provas olímpicas, resultado inédito no esporte brasileiro. Acredito ser muito difícil que 12 novos pódios sejam conquistados até o final do ano.
O peso da balança tem sido o desempenho das modalidades menos badaladas e que passaram em branco em 2017. No ciclo anterior, boxe (duas medalhas), pentatlo moderno (uma medalha) e taekwondo (uma medalha) contribuíram para a marca recorde.
Se quiser ao menos repetir as 19 medalhas obtidas na Rio-2016, o Brasil terá que ampliar o leque de modalidades subindo ao pódio. Diante do quadro de incerteza que cerca a maior parte das confederações brasileiras, sem contar mais com a fatura de dinheiro público que houve no outro ciclo, parece improvável.
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