Sabe aquela piada conhecida dos turistas que fazem os passeios de jipe nas dunas de Natal ou Fortaleza? Aquela em que o jipeiro diz se o freguês quer o passeio “com emoção ou sem emoção”? Pois bem, os dois primeiros jogos do Brasil no Mundial feminino de handebol, na Alemanha, mostraram que não faltarão momentos de tensão nos jogos da Seleção.
Depois de uma estreia complicada, no empate em 28 a 28 contra o Japão, o Brasil voltou a sofrer neste domingo. A diferença é que o final da história foi mais feliz. A vitória por 23 a 22 sobre a Tunísia, obtida somente no final do jogo, foi ao mesmo tempo aliviadora e preocupante.
Para um time que foi campeão há quatro anos e ficou em sexto na Olimpíada Rio-2016, é difícil aceitar atuações tão ruins. Especialmente contra equipes que estão longe de ocupar um lugar de destaque no handebol mundial. Pode-se dar um desconto pelo início de trabalho de um novo treinador, o espanhol Jorge Dueñas, que ocupa o lugar do dinamarquês Morten Soubak.
Mudanças complicadas
Substituir o responsável por mudar o handebol feminino brasileiro de patamar não é fácil, mas Dueñas está sofrendo. Ele tem um time bastante modificado em relação ao da última Olimpíada, que perdeu jogadoras que se aposentaram da seleção (Dani Piedade e Dara) e outras lesionadas (Alexandra e Deonise).
O ponto positivo destes dois primeiros jogos estão, por mais estranho que seja, nos próprios defeitos da equipe brasileira. O time mostrou capacidade de superar seus próprios problemas de apatia na defesa e falta de intensidade no ataque, buscando dois resultados que pareciam impossíveis.
Pode ser que os dois primeiros sustos resultem numa mudança de postura para os duelos mais complicados. Na terça, contra a Rússia, depois Dinamarca (quarta) e Macedônia (sexta). Algo me diz que as brasileiras ainda não esgotaram a cota de jogos “com emoção” neste Mundial da Alemanha.
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