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Maratona Aquática

Poliana completa 34 anos e supera queda de patrocínio na preparação para o Mundial

Por Fernando Gavini

No Dia Internacional da Mulher, Poliana Okimoto completa 34 anos. A data que nasceu da luta feminina por direitos e melhores condições de vida e trabalho serve de inspiração para a medalhista olímpica. Apesar de ter colocado o bronze da maratona aquática no peito nos Jogos do Rio de Janeiro, ela sofre com a queda de investimento dos patrocinadores, que lhe fez cortar boa parte da equipe multidisciplinar que a acompanhou durante o último ciclo olímpico. Apesar das dificuldades, a nadadora garante em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia que não desanima. É uma mulher de fibra, que encara com muita raça a preparação para o Mundial de Esportes Aquáticos, que será disputado em Budapeste, na Hungria, entre 14 e 30 de julho.

“Antes da Olimpíada, foi o ideal, o ciclo olímpico para 2016 foi perfeito. Tivemos toda a estrutura que precisamos e acho que isso se refletiu na medalha. O esporte de alto rendimento é feito de detalhes e este detalhe fez muita diferença na minha preparação. Agora, como eu tive o corte no patrocinado, eu tive que abrir mão de vários profissionais. Na verdade, eu só continuo pagando do meu bolso o meu preparador físico e meu fisioterapeuta. Eu tenho que dar graças a Deus que meu técnico (Ricardo Cintra) é meu marido. Então ele está trabalhando de graça, sem receber, mas é a situação do momento. Lógico que não é o ideal, mas acho que agora não tem o que fazer. A gente tem que e se readaptar e seguir em frente tentando fazer o melhor com aquilo que a gente tem hoje”, acredita Poliana Okimoto, que já mostrou ser capaz de superar as dificuldades na etapa de abertura da Copa do Mundo de maratona aquática, em fevereiro, quando ele ficou com a medalha de prata na Argentina.

“A gente teve pouquíssimo tempo para trabalhar. Foi logo no começo de fevereiro e eu me senti bem, nadei bem, mas essa etapa é sempre difícil primeiro por causa do local. O rio tem muita correnteza então é uma prova muito difícil de se fazer, ainda mais com pouco treino. Estávamos só na sexta ou sétima semana de treino. Então foi um resultado muito bom. Me senti muito bem nadando, melhor do que nos anos anteriores. Foi bom para me dar confiança para continuar o ano e o circuito mundial bem”, analisou a nadadora.

A participação de Poliana Okimoto no circuito mundial também chegou a ser colocada em cheque após a saída dos patrocinadores. Mas o Comitê Olímpico Brasileiro entrou em ação para bancar as despesas com as viagens da medalhista. Por conta disso, no próximo sábado, dia 11, a nadadora vai encarar outro desafio. A brasileira terá pela frente a etapa de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, da Copa do Mundo de maratona aquática, considerada a competição mais difícil que ela vai disputar na preparação para o Mundial de Budapeste.

“Expectativa é de tentar nadar bem e estar sempre entre as melhores do mundo. Esta é uma etapa muito forte. De todas as etapas do circuito mundial, esta é a etapa mais forte que tem. Vão ter 60 meninas nadando e muitas vezes essas etapas acabam sendo mais concorridas até do que o próprio Mundial porque não tem o limite de duas atletas por país. Só para dar um exemplo, a França está com dez meninas, a Itália vem com quatro meninas. Então, tem bastante gente e vai ser bem concorrido. Muito bom ter uma etapa forte dessa no meio da preparação para saber como a gente está e avaliar o que está sendo feito nos treinamentos”, acredita Poliana Okimoto, que já teve bons resultados em Abu Dhabi.

“Eu já competi sim aqui em Abu Dhabhi. Neste momento não está muito calor. Antigamente era no final do ano, mas agora mudaram para março para pegar um clima um pouco mais ameno. Mesmo assim as temperaturas chegam a 30 graus, mas de madrugada faz um pouco de frio, então a água fica em torno de 21 graus, é fresca, não é nem fria nem quente. Ano passado eu fui super bem, fiquei em segundo aqui nesta etapa. Por ser a etapa mais forte de todo o circuito, foi um bom resultado e a gente espera ter outros resultados iguais ou melhores do que o ano passado”, espera a medalhista olímpica.

Além de Poliana Okimoto, Ana Marcela Cunha e Betina Lorscheitter vão participar da etapa de Abu Dhabi da Copa do Mundo de maratona aquática. No masculino, Allan do Carmo e Diogo Vilarinho serão os representantes do Brasil. A competição vai distribuir US$ 60 mil em prêmios. O vencedor de cada uma das provas embolsa US$ 7 mil. A larga da prova está marcada para 8h de sábado no horário de Brasília.

 

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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