O Brasil conquistou sua primeira medalha olímpica na maratona aquática nos Jogos do Rio de Janeiro. Poliana Okimoto foi bronze nos 10km ao completar o percurso em 1h56m51. A atleta encerrou a prova na quarta posição, mas foi beneficiada com a desclassificação da francesa Aurélie Muller, que se apoiou na italiana Rachele Bruni na linha de chegada. Ana Marcela Cunha, por sua vez, terminou em décimo, com 1h57m29.
“Quando vi que fiquei em quarto lugar, já saí satisfeita porque dei o meu máximo. Sabia que o meu 100% havia sido dado. Mas foi emocionante quando veio o bronze. A quarta colocação é difícil aceitar, é ingrata, mas na hora que cheguei não tinha condições mais, e não saí frustrada. Pelo contrário, fiz a melhor prova da minha vida”, afirmou Poliana Okimoto. “A gente acompanha a tábua das marés e esperava um mar frio e mexido, mas não estava”.
Esta foi a terceira participação de Poliana Okimoto em Jogos Olímpicos. Em Pequim 2008, terminou na sétima posição. Já em Londres 2012, sofreu uma hipotermia e abandonou a prova.
“Após Londres, tive um momento muito difícil. Todo mundo sabe o quanto saí frustrada e acho que comecei a acreditar nessa medalha em 2013, quando fui campeã mundial na prova dos 10km. Esse Mundial mostrou que eu era capaz, mas em 2014 tive uma lesão, demorei para voltar, fiquei alguns meses afastada e o meu objetivo em 2015 era me classificar para os Jogos. Classifiquei e voltei a treinar”.
Segundo Poliana Okimoto, os treinamentos voltados para o Rio 2016 foram muito fortes. “Os treinos foram inacreditáveis. Cheguei a treinar 100km por semana e foi muito difícil porque, aos 33 anos, é diferente de quando se tem 20 e fazemos essas loucuras. Construí essa medalha a cada dia, a cada treino, com a ajuda de muitos profissionais. Aos 33, acho que merecia muito essa medalha. Lutei demais para estar aqui. Essa medalha é a concretização de um sonho muito antigo, que muitas vezes ficou perdido, mas que hoje voltou com tudo”.
Poliana Okimoto foi uma das primeiras atletas a disputar maratona aquática no país e afirmou que se sente realizada por isso: “lá em 2006, quando conquistei a primeira medalha em campeonatos mundiais, foi o início de uma safra muito boa. O Allan e a Ana Marcela vieram nesse lastro. Esses primeiros resultados que eu tive abriram muitas portas para o esporte e para os atletas. Eu me sinto realizada, já que consegui sair do zero, do nada.”
Tida como uma das favoritas ao ouro olímpico, Ana Marcela levou uma braçada e acabou perdendo o suplemento alimentar que as atletas consomem durante a prova. Com isso, ela sentiu o desgaste físico.