Primeira atleta a garantir três medalhas em provas do Mundial, primeira atleta tricampeã nos 25km e já instalada em novo país. Ana Marcela contou ao OTD o motivo da mudança para a África do Sul. Confira!
Dois mil e dezessete foi um ano em que Ana Marcela Cunha não se esquecerá. No Campeonato Mundial, pela primeira vez uma atleta saiu com três medalhas em todas as provas (5km, 10km e 25km). Para completar, foi pela primeira vez tricampeã nos 25km. Além disso, foi eleita pela quarta vez a melhor do mundo da modalidade, pela FINA (Federação Internacional de Natação).
Ao todo, a baiana soma dez medalhas em Mundial, ainda diz manter a conta. “Esse ano de 2017 acho que foi um dos melhores anos que eu já tive na minha carreira. A gente teve as etapas da Copa do Mundo e o Campeonato Mundial, como as principais competições do ano. Então foi um feito inédito e a gente ficou muito feliz. É uma coisa que todo mundo pergunta ‘mas você já imaginou isso antes?’ E eu falo: ‘eu nem sabia, né? Que ninguém nunca tinha feito isso’. Então as coisas vão acontecendo. E a gente tem feito história. (…) A gente conseguiu fazer uma coisa muito legal esse ano, que foi ser tricampeã mundial e ganhar as três medalhas em competições individuais”, contou em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
Quem vê o resultado final do ano, não se recorda que nem tudo foi só flores: “Nas etapas de Copa do Mundo, comecei o ano mais ou menos ainda com um quinto e sexto lugar, depois um décimo segundo em Abu Dhabi também. Então foi um começo de ano mais ou menos, mas aí depois conseguimos dar uma engrenada, conseguiu melhores resultados. Consegui terminar ainda na segunda colocação do circuito”, relembra.
Novo desafio na África do Sul
Agora, Ana Marcela assume um novo desafio. Vai treinar em um CT na Cidade do Cabo, morando na África do Sul até 2020. Ela já está no país desde o dia 14 de dezembro ao lado do seu treinador Fernando Possenti.
“Mês de junho mais ou menos a gente um encontro inesperado com a instituição de lá também. Que tem uma fundação na verdade. E ela falou ‘mew, aqui na África do Sul a maratona não tem ainda essa… ninguém conhece muito e a gente tem um projeto, que a gente está precisando de um técnico e o Fernando (Possenti), que é o que eu estou hoje, ele não é federado em nenhum clube aqui no Brasil. Então ele tinha essa flexibilidade de poder estar aceitando e ele terminou conversando”.
A nadadora foi convidada para participar do Centro de Alto Desempenho do país africano, chamado ports Science Institute of South África – SSISA. O centro foi criado em 1995 e vem desenvolvendo através de pesquisas, técnicas para aplicação direta no desempenho dos mais variados atletas do mundo. A decisão foi logo após a Travessia Capri Nápoli, quando a brasileira foi bicampeã.
“A gente teve um pouco da experiência de ficar 15 dias lá, de conhecer como está toda a estrutura e, tipo assim, a gente se apaixonou pelo lugar. Um lugar muito tranquilo e eles tem um ‘sportcience’, que eles estudam a ciência de todos os esportes. (…) A gente vai ter tudo de melhor, todo o material. A gente se apaixonou e a gente vai ter toda uma estrutura totalmente ligada aqui na UniSanta. (…) Então, assim, a gente vai ter sempre essa interação. Eu acho que isso vai ser a parte legal, de repente alguns atletas do UniSanta também podem passar um tempo lá, poder competir lá e a gente vir pra cá também representando então isso vai ser muito legal”
Com o currículo cada vez melhor, Ana Marcela vai aproveitar o período de tranquilidade para buscar a medalha que falta em sua coleção: a olímpica. Em seu currículo, ela soma um quinto lugar em Pequim 2008 e 10º lugar no Rio 2016.
“Acho que vai ser um momento de crescimento também. Eu acho que eu já cresci bastante, mas acho que estar um pouquinho fora é um pouco mais tranquilo também. A gente vai estar um pouquinho longe de tudo e eu acho que a gente vai ter um pouquinho de tranquilidade de poder trabalhar. E vai ter outros atletas também de fora, que vão estar indo para lá, então a gente está montando uma equipe de várias pessoas de outros países.”
Exemplo no país não irá faltar para a campeã: “Não é um local na Europa que seria muito mais fácil, né? Eu acho que muito mais competitivo até. Mas é um lugar também que muita gente da Europa está indo agora. A gente sabe que lá tem o Chad le Clos também, que treina lá, faz tudo lá na África do Sul. Então, quer dizer, a estrutura lá é muito boa realmente. O cara que é medalhista olímpico, que bateu o Phelps pela primeira vez nos 200 borboleta. Então a estrutura que a gente vai ter é muito boa. É por isso que a gente escolheu… Na verdade escolheram a gente e a gente terminou ficando por lá.”
Fez história! Poliana Okimoto se aposenta
Pioneira na modalidade, a brasileira Poliana Okimoto deu adeus às competições em 2017, no Rei e Rainha do Mar. Depois de 20 anos na Seleção Brasileira, três Olimpíadas e o feito inédito de garantir a medalha de bronze na Olimpíada do Rio de 2016. Confira a exclusiva da atleta ao Olimpíada Todo Dia!
Poliana Okimoto é a 1ª brasileira eleita para o Hall da Fama
Abaixo, uma retrospectiva da Maratona Aquática em 2017:
Poliana Okimoto é prata na Copa do Mundo de maratona aquática na Argentina
Inspirada em Cesar Cielo, Ana Marcela é tri mundial dos 25km
Allan Carmo e Betina Lorscheitter vencem travessia de Ilhabela
Ana Marcela e Fernando Ponte são campeões brasileiros individuais
Ana Marcela é eleita melhor atleta do mundo de águas abertas