Quando Ana Marcela Cunha nasceu, em 1992, Ayrton Senna já era tricampeão da Formula 1 e um dos símbolos do esporte brasileiro. Apesar do piloto ter falecido quando a nadadora ainda era muito criança, Ana Marcela se espelha em Senna para seguir. “Quero poder fazer um pouco do que ele fez pelo povo do meu país”, afirmo a nadadora, em declaração ao site oficial da Olimpíada de Tóquio, publicada nesta quinta-feira (21).
Ayrton Senna é um dos maiores nomes do esporte brasileiro na história. Contudo, além de todo o sucesso que teve dentro das pistas, o piloto buscou outras maneiras de ajudar as pessoas do país. Inspirada em Senna, Ana Marcela Cunha espera conseguir dar alegria para os brasileiros.
“Ele era um atleta que deixou fortes inspirações para muitos. Quando eu era criança, aprendi com meus pais muitas histórias sobre o talento de Ayrton. Decidi nadar os 36 km de Capri-Napoli com uma touca estilizada do capacete que ele usava com as cores da bandeira brasileira. Quero poder fazer um pouco do que ele fez pelo povo do meu país, para dar alegria a todos”, afirmou.
Apesar de estar competindo no mais alto nível de sua modalidade, Ana Marcela já tem retribuído para as pessoas do Brasil uma parte do que aprendeu no esporte. A atleta criou o Instituto Ana Marcela e espera inspirar jovens pelo país a entrarem na modalidade.
“Criamos o Instituto Ana Marcela e em breve lançaremos dois projetos voltados para a prática de maratonas aquáticas em idade escolar. Queremos espalhar o esporte para várias partes do Brasil. Nosso país é enorme e tem um número infinito de praias e rios, não há escassez de lugar para praticar maratona de água”, finalizou Ana Marcela Cunha
A única que falta
Ana Marcela Cunha é uma das atletas mais reconhecidas no Brasil, julgando pela quantia acumulada ao longo dos anos na maratona aquática. Com 12 medalhas em Mundiais, incluindo cinco de ouro, Ana Marcela está mirando a Olimpíada de Tóquio 2020 como a maior conquista de sua carreira. “É o meu sonho. É a única medalha que ainda não ganhei. Eu vou atrás disso”.
Como a nadadora mais prolífica da história da maratona aquática, Ana Marcela Cunha tem uma fé inabalável de que será capaz de ganhar a medalha nos Jogos Olímpicos para o seu país. “Que seja a coroação da minha carreira na maratona aquática e que eu leve essa medalha tão aguardada para o meu país”.
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Seis vezes Ana Marcela Cunha
2019 foi um ano marcante para Ana Marcela Cunha. Nele, a brasileira conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, nos Jogos Mundiais de Praia de Doha, nos Jogos Mundiais Militares da China e venceu as provas dos 5 km e dos 25 km no Mundial de Esportes Aquáticos realizado na Coreia do Sul.
Além dessa série de medalhas douradas, Ana Marcela conquistou, pela sexta vez em dez edições, o título de melhor nadadora do mundo na maratona aquática dado pela FINA (Federação Internacional de Natação).
“2019 foi um ano brilhante. Mas não tem segredo ou formula para o sucesso. A realidade é que trabalho absolutamente todos os dias com muita dedicação. O treinamento é diário, e o resultado é uma conseqüência dele”.
Adolescente olímpica
Aos 16 anos Ana Marcela Cunha fez história. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, a nadadora foi a mais jovem atleta de todos os tempos da maratona aquática e conseguiu terminar com o quinto lugar.
“Era mágico estar lá competindo com outros atletas muito mais experientes do que eu e acabei em quinto, um excelente resultado para aqueles que emergem no cenário mundial”.
Apesar do bom resultado na China, os Jogos Olímpicos que sucederam não foram bons para a Ana Marcela. Em 2012, a brasileira não conseguiu a classificação. Já quatro anos mais tarde, no Rio de Janeiro, a nadadora teve um problema que a impediu de pegar sua suplementação e foi a décima colocada.
“(Em 2012) não havia tempo para me arrepender. Logo depois fui campeão mundial na prova dos 25 km. Já em 2016 estava nadando até o final sem comer. Fiz o meu melhor, mas não foi o suficiente para uma medalha”.
Garantida para sua terceira Olimpíada, Ana Marcela Cunha espera que em Tóquio o tão sonhado pódio olímpico aconteça.