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Maratona Aquática

Os incríveis números de Ana Marcela Cunha e Fernando Possenti

Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, e o técnico Fernando Possenti acumulam títulos juntos e sonham com a possibilidade de conquistar a medalha olímpica em Tóquio. Ambos brilharam no Prêmio Brasil Olímpico: ela como a melhor atleta feminina de 2018 e ele como o melhor técnico da temporada

Na chegada ao Prêmio Brasil Olímpico 2018, Ana Marcela Cunha estava longe de ter a certeza da vitória como melhor atleta feminina. “A gente sabe que, independente, se vai ganhar ou não nessas horas ali ser escolhida a melhor atleta do ano do Brasil é uma coisa tipo sinistra. Ainda por cima com a Marta… Se eu ganhar hoje, eu nem sei o que falar lá na frente”, afirmou a nadadora, que dois dias antes recebeu pela quinta vez o prêmio de melhor do mundo da maratona aquática.

A dúvida tinha uma justificativa. Por mais que tenha sido campeã do circuito mundial, Ana Marcela Cunha sabe que já teve temporadas melhores e não titubeou em citá-las: “Eu acredito que 2015 e 2017, os dois Mundiais foram muito bons. Eu acho que o de 2017 foi mais importante ainda por ter sido tricampeã dos 25km e por ter sido a primeira atleta na história a ganhar três provas individuais nos campeonatos mundiais. E teve 2014 também, quando a gente foi pódio em todas as etapas da Copa do Mundo. Então, assim, não tem o que dizer. Cada ano é um ano especial, é diferente e eu estou muito feliz “, vibrou a nadadora.

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O fato é que tanto Ana Marcela Cunha quanto seu técnico, Fernando Possenti, são perfeccionistas ao extremo. Nunca estão satisfeitos. O sonho de ambos é a medalha olímpica e eles querem construir um caminho firme até Tóquio 2020 para que a oportunidade de pódio não escape. “O final desse ano é comemorar, a gente está feliz, mas se você perguntar se eu estou satisfeito? Eu quero mais. Então se a gente continuar com esse pensamento aí sim a gente vai chegar em 2020 com chance de uma das medalhas estar no nosso bolso”, aposta Fernando Possenti, que foi eleito o melhor técnico do mundo da maratona aquática e ganhou também como melhor treinador de esportes individuais no Prêmio Brasil Olímpico.

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A dupla formada por Ana Marcela Cunha e Fernando Possenti tem números incríveis. “Olha, somando as duas fases, a gente vai fechar cinco anos. Três anos (2014 a 2015), depois ficamos um ano separados (2016) e agora mais dois (2017 e 2018). Sempre teve resultado, então eu quero que continue assim até 2020. A Ana foi tetracampeã do Circuito Mundial. Se você pensar que o circuito mundial tem doze edições… Uma em cada três ela levou, né? Então é bem expressiva. Ela ganhou pela quinta vez o prêmio da FINA de melhor do mundo. Esse prêmio foi criado há nove anos e ela ganhou cinco. E os treinadores começaram a receber esse prêmio cinco anos atrás. Então, de cinco prêmios que os treinadores ganharam da FINA, eu levei quatro. Eu acho que os números jogam a nosso favor”, acredita.

Apesar disso, Ana Marcela Cunha mantém os pés no chão. Sabe que não pode vacilar. Em 2019, o principal objetivo será o Mundial de Esportes Aquáticos, que valerá vaga para a Olimpíada de 2020. As dez primeiras colocadas da prova de 10km carimbam o passaporte para Tóquio.

“Mais um ano de Mundial; com quatro provas provavelmente: 5km, 10km, 25km e o revezamento. Então mais 40km de competição. Mais eu acho que o mais importante é, com certeza, dia 14 de julho a seletiva pra Olimpíada. Então a gente está focado nisso. Vai ser a primeira prova no campeonato Mundial. Então eu acho que depois dessa prova, com fé em Deus, eu vou conseguir pegar essa vaga, vai dar uma relaxada e vai ser mais gostoso de poder curtir um pouquinho.”

Apesar de não ter ficado fora dos dez primeiros lugares em nenhuma prova de 2018, Ana Marcela Cunha está calejada pelo que aconteceu com ela em 2011. Naquele ano, terminou em 11º. lugar na prova de 10km do Mundial e ficou de fora dos Jogos de Londres. “Eu tenho o pé muito no chão. Hoje eu sou uma atleta bem diferente de 2011, quando eu pensei muito na Olimpíada de 2012 e eu não tinha classificado ainda. Então, eu acho que o negócio é como a gente aprendeu. É manter o pé no chão e ir degrau a degrau. Então é uma prova de cada vez pra chegar no Mundial bem também e, em seguida, pegar essa vaga e aí ter um ano pra treinar”, planeja.

Ela não quer pensar em chance de medalha em Tóquio antes de conseguir a vaga. “A gente está no caminho, a gente conhece o caminho e ele está bem limpo pra gente. Então a gente está bem focado nisso, mas é como eu falei vamos uma prova de cada vez e a gente vai chegar lá um dia, com certeza”, finaliza a nadadora.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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