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Maratona Aquática

Guerreira, Ana Marcela supera água viva para honrar conquista

Ana Marcela Cunha só precisava largar em Abu Dhabi para ser campeã da temporada da Série Mundial, mas a brasileira, mesmo sofrendo com queimaduras no rosto causadas por uma água viva, não desistiu da prova, seguiu em frente e terminou em terceiro lugar nos Emirados Árabes

Divulgação

Ana Marcela Cunha confirmou na madrugada desta sexta-feira o título da temporada 2018 da Série Mundial de maratona aquática. A conquista já estava matematicamente garantida, mas, pelo regulamento, ela precisava participar da última etapa, em Abu Dhabi, para ser campeã. Ou seja, não era necessário completar a prova, mas a brasileira, mais uma vez, mostrou ser muito guerreira. Ela não desistiu mesmo sentindo que o rosto estava sendo queimado por causa do contato com uma água viva, seguiu em frente e ainda chegou em terceiro lugar, atrás apenas das italianas Arianna Bridi e Rachele Bruni.

“A Ana teve um problema na terceira volta. Eu não tinha entendido direito na hora o que tinha acontecido. Ela passou para se alimentar gritando: ‘minha cara, minha cara, minha cara’. Na hora eu não entendi, mas depois, quando ela chegou da prova, eu fui entender que o ‘minha cara’ foi porque tinha uma água viva grudada na cara dela. Ela tava com a sombrancelha, a testa, ali próximo ao olho, tudo inchado e vermelho”, revela o técnico da nadadora, Fernando Possenti.

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O treinador conta que a brasileira não foi a única atingida pelo problema, mas foi quem melhor soube lidar com a situação para fazer com que o rendimento dela fosse atrapalhado o mínimo possível. “Tiveram algumas atletas com quem aconteceu a mesma coisa e elas desistiram. Outras, que estavam brigando no pelotão, ficaram lá para trás”, conta Possenti.

Mas isso não quer dizer que Ana Marcela Cunha lidou com o problema sem muitas dificuldades. “Começou a arder e ela começou a chorar. Ela falou que teve que parar para esvaziar o óculos porque tava cheio de água de tanto que ela estava chorando pela irritação no olho. Aí ela se desconcentrou. Ficou metade de uma volta um pouco apreensiva e depois voltou a nadar bem, a ficar bem posicionada no pelotão e fechou forte”.

Ana Marcela Cunha ficou atrás apenas de duas italianas, que chegaram muito forte na competição porque a prova valia para elas como seletiva para o Mundial do ano que vem. “As italianas estavam muito bem preparadas porque essa prova servia de seletiva para o Mundial para elas. Tinham seis italianas brigando por duas vagas. Então, elas vieram aqui com a faca nos dentes. E a Ana fechou bem e conseguiu garantir um terceiro”, comemora Fernando Possenti, que destacou o nível altíssimo da prova disputada em Abu Dhabi.

“Foi uma prova mais forte do que um Mundial porque no Mundial cada país só pode inscrever duas atletas. Aqui você tinha seis alemãs, seis italianas, sete francesas. Você tinha muito mais gente do que você tem de qualidade num Mundial. A prova foi forte, muito bem nadada”, analisou.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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