Depois de uma redução grande de investimento, a Petrobrás ampliou 12 vezes o valor de patrocínio no esporte em 2024 e desembolsou cerca de R$ 50 milhões. A estatal apoiou 55 atletas, que trouxeram 21 medalhas de Paris-2024 entre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Além disso, a empresa investiu no futebol feminino paulista e em competições de automobilismo como Copa Truck, F4 Brasil e Rally dos Sertões. De olho no ciclo para Los Angeles-2028 e na Copa do Mundo de futebol feminino, que será disputada no Brasil em 2027, a promessa é de ampliar os recursos destinados aos patrocínios esportivos.
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“A Petrobrás tem um histórico gigante de patrocínio esportivo desde a fundação da empresa. Nosso primeiro patrocínio foi em 1954 foi nas Mil milhas de Jacarepaguá (prova de automobilismo). E, desde então, sempre apoiou o esporte brasileiro. Teve momentos um pouco maiores, um pouco menores, com diferentes estratégias, muito em função também do que a Petrobrás quer como empresa, como negócio. E aí agora então se enxergou essa oportunidade, esse momento da Petrobrás voltar a ter um investimento um pouco maior no esporte. Então a gente está começando uma retomada, reorganizando as atividades, dando uma arrumada na casa primeiro para depois começar a botar outros patrocínios na nossa carteira”, explica Vinícius Bastiani, gerente de patrocínios esportivos da empresa.
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Vinícius Bastiani fala em retomada porque a Petrobrás passou quatro anos praticamente sem investir no esporte. Em 2019, os valores de patrocínio esportivo da empresa chegavam a R$ 71 milhões, mas despenceram para R$ 5 milhões em 2020, caíram para R$ 1 milhão em 2021 e se estabilizaram em R$ 4 milhões em 2022 e 2023.
Time Petrobrás
Em 2023, o único projeto de patrocínio da estatal era o Time Petrobrás, que tinha 45 atletas, 30 olímpicos e 15 paralímpicos. Em 2024, mais dez atletas passaram a também receber investimento e o projeto vai seguir em 2025 ainda em tamanho a ser determinado pela empresa.
“O Time Petrobras é um modelo que a gente tem há dez anos com patrocínios individuais a atletas e não a confederações, nem modalidades. A gente se adaptou muito bem a esse modelo, que fez muito sucesso. A gente vê muitas vantagens nisso pela diversidade que a gente consegue atingir ao invés de centrar fogo numa modalidade, numa confederação específica. Então, o Time Petrobrás vai seguir sim, ele vai ser renovado para o ano que vem. A gente ainda não tem uma decisão em quais bases vai ser, se vai ser maior ou menor, com qual intensidade, qual vai ser a configuração dele, mas certamente aí o Brasil pode contar com o time Petrobrás para o circuito de Los Angeles”, promete.
“Agora é o momento da gente ver como foi o resultado que a gente teve e a partir daí começar a pensar o que a gente vai fazer para o próximo ciclo. Pretendemos intensificar um pouco as (modalidades) que deram mais certo. Acho que seria um primeiro caminho, um caminho natural, e quando a gente tiver um
plano um pouco mais estruturado, acho que a gente pode conversar mais detalhes sobre isso”, despistou Vinícius Batiani sem querer revelar quais foram os atletas e os esportes que melhores resultados trouxeram para a Petrobrás.
Patrocínio ao skate
Além do aumento do investimento do Time Petrobrás, em 2024, a empresa voltou a apoiar modalidades do esportes a motor e inovou ao virar patrocinadora do STU, principal circuito brasileiro de skate. “Agregamos o STU para falar com o público do skate, com o público jovem. O skate é muito forte no Brasil. Mais de 80 milhões de brasileiros se declaram interessados no skate pelas pesquisas que a gente acompanha. Então, é um esporte que é muito popular no Brasil desde antes de ser um esporte olímpico.
Então, a gente enxergou em uma grande oportunidade da Petrobrás falar com um o público que é muito importante para a gente que é o público jovem, um público que ainda não tem a mesma relação afetiva com a Petrobrás que o público de 40, 50 anos tem”, explica Bastiani. Os primeiros a receber apoio da empresa foram Pedro Barros e Letícia Bufoni ainda no ciclo para Tóquio. E, agora, a estatal acrescentou no Time Augusto Akio, medalha de bronze em Paris-2024 e, recentemente, campeão mundial.
Desenvolvimento do futebol feminino
Outra decisão tomada pela Petrobrás em 2024 foi apostar as fichas na aceleração do crescimento do futebol feminino no Brasil. A empresa se tornou patrocinadora da modalidade dentro da Federação Paulista de futebol com o intuito de promover competições e estimular a formação de novas jogadoras, a capacitação de profissionais e o empoderamento das mulheres através do esporte. “Estamos investindo muito no futebol feminino. A Petrobrás tomou a decisão de colocar o futebol feminino como sendo a nossa modalidade coletiva de referência”, explica Vinícius Bastiani. “Já temos um projeto rolando com a Federação Paulista de Futebol e temos outros já em negociação que pretendemos anunciar em breve. Talvez a Petrobrás seja a única ou uma das únicas que foca exclusivamente no feminino. Não estamos interessados no futebol masculino. A gente não procura isso”, garante.
Na Federação Paulista de futebol, a Petrobrás se tornou patrocinadora de todos os campeonatos femininos organizados pela entidade, ajudando a aumentar a premiação da competição, mas não para por aí. “A gente trabalha em três pilares. Um é para competição e para atletas. Uma segunda linha é o investimento em infraestrutura e desenvolvimento de competência para que a gente tenha realmente mais mulheres trabalhando no futebol com capacitação a nível mundial para que tenha um efeito duradouro no Brasil. E a terceira linha é de comunicação, no sentido um pouco mais amplo, para a promoção da modalidade, desenvolvimento de torcida e fomentar a presença no estádio para que a gente realmente consiga tornar o feminino independente do masculino, alcançando o patamar que a modalidade merece”, explica.
Investimento para desenvolvimento duradouro
O caminho ainda é longo para que isso realmente aconteça. Nos últimos cinco anos, o futebol feminino evoluiu muito no Brasil, mas ainda há muita coisa para fazer e a Petrobrás quer dar a sua contribuição. “Entendemos que o futebol feminino precisa desse impulso, desse empurrãozinho para realmente conseguir seguir o seu caminho e realizar o potencial que ele tem no Brasil. Hoje em dia, ainda tem muito jogo em CT, tem muito jogo terça-feira, três da tarde. Isso, infelizmente ainda acontece muito. Então, a gente espera que com o impulso que a gente possa dar com o nosso patrocínio, a modalidade tenha mais visibilidade, tenha mais força, tenha mais peso na hora de disputar um calendário e que a gente realmente consiga promover condições melhores para o futebol feminino se desenvolver de maneira duradoura no Brasil”, completa Vinícius Bastiani.