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Salto triplo masculino

Jogos Pan-Americanos – Lima 2019 – Atletismo – salto triplo masculino

Chances do Brasil

Tradição não falta ao atletismo brasileiro no salto triplo masculino dos Jogos Pan-Americanos e, em Lima 2019, o Brasil vai estar novamente bem representado. O principal nome é Almir Júnior, de 25 anos, terceiro colocado do ranking mundial de 2018. Mas Alexsandro de Melo, de 23, vem crescendo seus resultados e pode surpreender.

A concorrências nas Américas, no entanto, é muito grande. Das dez melhores marcas de 2018, nove são de atletas do continente. E só não são dez porque Pedro Pablo Pichardo, dono da melhor de toda, é naturalizado português, mas nascido em Cuba. Ele foi, aliás, campeão do salto triplo nos Jogos Pan-Americanos Toronto 2015, dois anos antes de mudar de país.

O único brasileiro entre os dez melhor de 2018 é Almir Júnior. Dos oito que sobraram, cinco são americanos e três são cubanos. Mas apenas dois por país podem ser inscritos, fato que aumenta as chances do Brasil. Além disso, os Estados Unidos não costuma levar todos os seus principais atletas para os Jogos Pan-Americanos.

Local da competição

Estádio Atlético Pan-Americano

Local: Lima

Capacidade: 12.000 torcedores

A estrela dos Jogos

O cubano Yoelbi Quesada é o maior vencedor da história do salto triplo nos Jogos Pan-Americanos. Com três ouros e um bronze, ele superou a lenda Adhemar Ferreira da Silva, que foi tricampeão da prova. A primeira conquista dele foi em casa: Havana 1991. Depois, ele repetiu o feito em Mar Del Plata 1995 e Winnipeg 1999. Para ultrapassar o genial brasileiro, ele ficou em terceiro lugar em Santo Domingo 2003.

Além das conquistas em Jogos Pan-Americanos, Yoelbi Quesada fez história no salto triplo nas principais competições esportivas. Foi medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996 e, no ano seguinte, foi campeão mundial em Atenas. No Mundial indoor, foi prata em Barcelona 1995 e bronze em Birmingham 2003.

Nossos pódios

Maior nome da história do salto triplo brasileiro, o bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva também deixou sua marca nos Jogos Pan-Americanos. Entre suas conquistas nas Olimpíadas em 1952 e 1956, ele reinou no Pan ao faturar as três primeiras edições: Buenos Aires 1951, Cidade do México 1955 e Chicago 1959.

Depois de Adhemar Ferreira da Silva, se seguiu uma legião de bons saltadores defendendo as cores do Brasil. Em São Paulo 1963, Mário Gomes foi bronze. Nelson Prudêncio foi duas vezes prata, em Winnipeg 1967 e Cali 1971. Veio então a era de João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, bicampeão na Cidade do México 1975 e San Juan 1979. Em sua primeira conquista, o brasileiro estabeleu o recorde do salto triplo nos Jogos Pan-Americanos, 17m89, que perdura até hoje.

Depois de medalhar no salto triplo nas oito primeiras edições dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil, nas cinco competições seguintes, só conseguiu a prata com Anísio Silva em Havana 1991. Os bons resultados voltaram para valer com Jadel Gregório, prata em Santo Domingo 2003 e ouro no Rio de Janeiro 2007. Em Guadalajara 2011, Jefferson Sabino ficou com o bronze.

O Brasil liderou o quadro de medalhas do salto triplo dos Jogos Pan-Americanos desde o início, em Buenos Aires 1951 até Guadalajara 2011. Mas em Toronto 2015, Cuba chegou a sete medalhas de ouro, ultrapassando o número conquistado pelos brasileiros. Que Almir Júnior e Alexsandro de Melo consigam retomar a hegemonia em Lima 2019!

Medalhistas

ANO Medalha de ouro TEMPO Medalha de prata TEMPO Medalha de bronze TEMPO
1951 Adhemar Ferreira da Silva
Brasil
15.19m Hélio Coutinho da Silva
Brasil
15.17m Bruno Witthaus
Argentina
14.34m
1955 Adhemar da Silva
Brasil
16.56m Arnoldo Devonish
Venezuela
16.13m Víctor Hernández
Cuba
15.60m
1959 Adhemar da Silva
Brasil
15.90m Herman Stokes
EUA
15.39m Bill Sharpe
EUA
15.25m
1963 Bill Sharpe
EUA
15.15m Ramón López
 México
15.08m Mário Gomes
Brasil
14.97m
1967 Charles Craig
EUA
16.54m Nelson Prudêncio
Brasil
16.45m José Hernández
Cuba
15.95m
1971 Pedro Pérez
Cuba
17.40m Nelson Prudêncio
Brasil
16.82m John Craft
EUA
16.32m
1975 João Carlos de Oliveira
Brasil
17.89m Tommy Haynes
EUA
17.20m Milan Tiff
EUA
16.98m
1979 João Carlos de Oliveira
Brasil
17.27m Willie Banks
EUA
16.88m James Butts
EUA
16.69m
1983 Jorge Reyna
Cuba
17.05m Lázaro Betancourt
Cuba
16.75m José Salazar
Venezuela
16.26m
1987 Mike Conley
EUA
17.31m Willie Banks
EUA
16.87m Frank Rutherford
 Bahamas
16.68m
1991 Yoelbi Quesada
Cuba
17.06 Anísio Silva
Brasil
16.72m Wendell Lawrence
 Bahamas
16.69m
1995 Yoelbi Quesada
Cuba
17,67m Jérôme Romain
DMA Dominica
17,24m Yoel García
Cuba
17,21m
1999 Yoelbi Quesada
Cuba
17,19m LaMark Carter
EUA
17,09m Michael Calvo
Cuba
17,03m
2003 Yoandri Betanzos
Cuba
17,26m Jadel Gregório
Brasil
17,03m Yoelbi Quesada
Cuba
16,78m
2007 Jadel Gregório
Brasil
17,27m Osniel Tosca
Cuba
16,92m Yoandris Betanzos
Cuba
16,90m
2011 Alexis Copello
Cuba
17,21m Yoandri Betanzos
Cuba
16,54m Jefferson Sabino
Brasil
16,51m
2015 Pedro Pablo Pichardo
Cuba
17.54m Leevan Sands
 Bahamas
16.99m Ernesto Revé
Cuba
16.94m

Quadro de medalhas

Ordem País Medalha de ouro Medalha de prata Medalha de bronze Total
1  Cuba 7 3 7 17
2  Brasil 6 5 2 13
3 EUA 4 5 4 13
4  Bahamas 0 1 2 3
5 Venezuela 0 1 1 2
6  México 0 1 0 1
 Dominica 0 1 0 1

A prova

Salto Triplo é uma combinação de três saltos sucessivos que terminam com a queda numa caixa de areia. A prova inicia-se com uma corrida de impulso. O salto começa com o contacto da perna de impulsão tocando o solo (maior absorção de impacto); segue-se uma pequena flexão da perna de impulsão (maior tensão elástica); nesse momento a perna de impulsão sofre grande pressão (até 6 vezes o peso do atleta), sendo que quanto maior o ângulo maior a pressão. A chamada é realizada com um movimento de patada, onde o saltador faz um movimento brusco com a perna para trás e para cima, tentando assim reduzir a perda de velocidade horizontal. O ângulo resultante de saída é menor que o salto da distância. Por fim, na fase de voo, deve-se corrigir o equilíbrio através da rotação horizontal dos braços, colocando o centro de gravidade no lugar.

Numa outra técnica, o salto realiza-se com a perna de elevação (+ fraca); dá-se o toque sobre a planta do pé (maior absorção de impacto) e o movimento de “patada” ativa na chamada para reduzir a perda de velocidade horizontal; existe maior tempo de contacto com o solo; a fase de voo é próxima da do salto em comprimento, e tem apenas como diferença a menor velocidade horizontal, provocando uma menor fase de voo. Para tal utiliza-se outro tipo de estilo – o tipo peito e o carpado. A correção do equilíbrio é feita através da rotação horizontal de braços, na fase terminal.

A Federação Internacional de Atletismo descreve a mecânica obrigatória do salto da seguinte maneira:”o salto deve ser feito de tal maneira que o atleta pouse, no primeiro salto, com o mesmo pé com que ele saltou após a corrida; o segundo salto deve pousar com o pé trocado, o qual serve de impulsão para o salto final dentro da caixa de areia”.

Os saltos são invalidados caso o atleta pise na borda ou em algum ponto tábua de impulsão. A marca é medida da ponta da tábua até a primeira marcação do corpo do saltador na caixa de areia. Assim como em várias outras modalidades do atletismo, marcas conseguidas com vento a favor superior a 2 m/s não são consideradas para recordes.