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Lançamento de dardo feminino

Jogos Pan-Americanos – Lima 2019 – Atletismo – Lançamento de dardo feminino

Chances do Brasil

Wagner Carmo/CBAt

O Brasil terá duas representantes no lançamento de dardo feminino dos Jogos Pan-Americanos Lima 2019: a experiente Laila Ferrer, de 37 anos, e Rafaela Torres Gonçalves, de 27.

Será a terceira participação de Laila Ferrer nos Jogos Pan-Americanos. Ela estreou em Guadalajara 2011, quando ficou na 15ª. colocação. Quatro anos depois, em Toronto, a brasileira ficou muito perto do pódio ao terminar na quarta colocação, apenas 2m23 da compatriota Jucilene de Lima, que conquistou a medalha de bronze.

Em Lima 2019, Laila Ferrer tem boas chances de brigar por medalha. Atualmente, ela é a sexta colocada do ranking das Américas com 58m71, marca que garantiu a ela a classificação para os Jogos Pan-Americanos. A melhor marca de sua carreira, feita em 2017, é 62m52, resultado que daria a ela, por exemplo, a prata em Toronto 2015. Ou seja, se aproximar do melhor resultado vai aumentar bastante as chances de medalha da brasileira.

Local da competição

Estádio Atlético Pan-Americano

Local: Lima

Capacidade: 12.000 torcedores

A estrela dos Jogos

Maria Caridad Colón é a maior vencedora da história do lançamento de dardo feminino dos Jogos Pan-Americanos. Com duas medalhas de ouro (San Juan 1979 e Caracas 1983) e uma de prata (Indianápolis 1987), ela é a líder do quadro de medalhas da prova, mas não é a única a ter sido duas vezes campeã.

Compatriota de Maria Caridad Colón, Osleidys Menéndez também é bicampeã da prova. Ela subiu no lugar mais alto do pódio em Winnipeg 1999 e no Rio de Janeiro 2007. Em Santo Domingo 2003, ficou com a medalha de bronze.

Além das duas cubanas, a chilena Marlene Ahrens também ganhou duas vezes o lançamento de dardo feminino. Ela foi campeã em Chicago 1959 e São Paulo 1963.

Nossos pódios

Em toda a história dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil só ganhou duas medalhas de bronze no lançamento de dardo feminino, prova que é disputada desde Buenos Aires 1951, a primeira edição do evento. A primeira a conseguir o feito foi Íris dos Santos, que lançou o dardo a 35m51 para ficar na terceira colocação em São Paulo 1963. Subir no pódio novamente só foi possível 52 anos depois e a conquista foi obtida por Jucilene de Lima, que marcou 60m42.

A medalha conquistada por Jucilene de Lima foi de bronze, mas por pouco não foi de ouro. Ela liderou a prova por algumas rodadas com a marca de 60m42 e só foi ultrapassada no último arremesso pelas favoritas Elizabeth Gleadle, do Canadá, e Kara Winger, dos Estados Unidos.

Medalhistas

ANO Medalha de ouro MARCA Medalha de prata MARCA Medalha de bronze MARCA
1951 Hortensia García
 México
39.45m Amelia Bert
EUA
38.08m Berta Chiú
 México
37.78m
1955 Karen Anderson
EUA
49.15m Estrella Puente
 Uruguai
43.43m Amelia Wershoven
EUA
43.06m
1959 Marlene Ahrens
Chile
45.38m Marjorie Larney
EUA
43.65m Amelia Wood
EUA
42.96m
1963 Marlene Ahrens
Chile
49.93m Frances Davenport
EUA
47.22m Iris dos Santos
Brasil
35.51m
1967 Barbara Friedrich
EUA
53.26m RaNae Bair
EUA
51.64m Jay Dahlgren
Canadá
45.46m
1971 Tomasa Núñez
Cuba
54.02 m Sherry Calvert
EUA
51.52m Roberta Brown
EUA
50.94 m
1975 Sherry Calvert
EUA
54.70m María Beltrán
Cuba
54.36m Lynn Cannon
EUA
48.64m
1979 María Caridad Colón
Cuba
62.36m Lynn Cannon
EUA
56.18m Cathy Sulinski
EUA
55.82m
1983 María Caridad Colón
Cuba
63.76m Mayra Vila
Cuba
63.32m Marieta Riera
Venezuela
53.60m
1987 Ivonne Leal
Cuba
63.70m María Caridad Colón
Cuba
61.66m Marieta Riera
Venezuela
57.10m
1991 Dulce García
Cuba
64.78m Donna Mayhew
EUA
58.44m Herminia Bouza
Cuba
56.70m
1995 Xiomara Rivero
Cuba
63,92m Laverne Eve
 Bahamas
61,26m Valerie Tulloch
Canadá
60,58m
1999 Osleidys Menéndez
Cuba
65,85m Xiomara Rivero
Cuba
62,46m Laverne Eve
 Bahamas
61,24m
2003 Kim Kreyner
EUA
60,86m Laverne Eve
 Bahamas
60,68m Osleidys Menéndez
Cuba
60,20m
2007 Osleidys Menéndez
Cuba
62,34m Sonia Bisset
Cuba
60,68m Laverne Eve
 Bahamas
58,10m
2011 Alicia DeShasier
EUA
58,01 m Yainelis Ribiaux
Cuba
56,21m Yanet Cruz
Cuba
59,19 m
2015 Elizabeth Gleadle
Canadá
62.83 m Kara Winger
EUA
61.44m Jucilene de Lima
Brasil
60.42 m

Quadro de medalhas

Ordem País Medalha de ouro Medalha de prata Medalha de bronze Total
1  Cuba 8 6 3 17
2  EUA 5 8 5 18
3  Chile 2 0 0 2
4  Canadá 1 0 2 3
5  México 1 0 1 2
6  Bahamas 0 2 2 4
7  Uruguai 0 1 0 1
8  Brasil 0 0 2 2
 Venezuela 0 0 2 2

A prova

Lançamento de dardo é uma modalidade olímpica do atletismo existente desde a Grécia Antiga. Uma das mais nobres modalidades por sua antiguidade, integra o heptatlo e o decatlo, além de ter sua própria prova individual. Assim como o lançamento de martelo e lançamento de disco, este esporte é chamado oficialmente de lançamento. Somente o arremesso de peso é chamado de arremesso, devido ao fato do peso ser empurrado e os demais serem projetados com características diferentes.

O dardo é um objeto em forma de lança, feito de metal, fibra de vidro ou fibra de carbono. Seu tamanho, tipo, peso mínimo e centro de gravidade foram definidos pela IAAF – Federação Internacional de Atletismo e variam do homem para a mulher. O homem usa um dardo de 2,7 metros de comprimento, pesando 800 gramas. A mulher usa um dardo um pouco mais leve, 600 gramas, e tem 2,3 metros de comprimento. Os dois modelos tem uma empunhadura feita de corda localizada no centro de gravidade.

O atleta corre para tomar impulso e usa uma pista de corrida e lançamento com 34,9 metros de comprimento e 4 metros de largura, fazendo um giro rápido com o corpo para lançar. O dardo costuma sair das mãos do atleta com uma velocidade de 100 km/h. Após o voo, ele aterra numa zona relvada que costuma ocupar a zona central dos estádios de atletismo. A marca obtida pelo atleta é medida pelos oficiais, desde o limite da zona de lançamento até ao primeiro ponto onde o dardo tocou no chão, obrigatoriamente dentro de uma setor pré-marcado no campo com um ângulo de 29°.

Ao contrário das outras modalidades de lançamento (martelo, peso e disco), a técnica do dardo tem regras próprias ditadas pela IAAF e lançamentos “não-ortodoxos” não são permitidos; o dardo precisa ser seguro pela empunhadura e lançado por cima do braço levantado ou dos ombros; além disso, é proibido ao atleta se virar completamente de maneira a que seu rosto fique em direção contrária ao lançamento, técnica que é muito usada, por exemplo, no lançamento de disco.

O lançador é desclassificado se sair da zona de lançamento antes, durante ou depois do lançamento, ou se o dardo tocar no solo sem ser pela ponta dianteira dele. As competições de lançamento de dardo iniciam-se com três rondas de lançamentos para cada atleta. Após esta fase, os oito melhores resultados são apurados para realizar mais três lançamentos. Ao fim da prova, o atleta que obtiver a maior distância num lançamento legítimo é declarado vencedor. No caso de um empate, vence aquele com a segunda melhor marca.

Reconfiguração

Em abril de 1986, o dardo masculino foi redesenhado pelo Comitê Técnico da IAAF. Isto se deveu ao fato de que, além de várias aterrissagens começarem a ser feitas ao comprido, sem a ponta furar o solo, diversos lançamentos estavam sendo feitos no limite da área destinada a isto no campo de atletismo, colocando em perigo potencial as pessoas envolvidas e espectadores. O recorde mundial com o dardo antigo do alemão Uwe Hohn, de 104,80 m em 1984, foi o sinal de que algo precisa ser rapidamente mudado ou a modalidade seria inviabilizada para um estádio olímpico. Ele então foi redesenhado, com o centro de gravidade sendo colocado 4 cm à frente enquanto as áreas de superfície posteriores e anteriores ao centro de gravidade foram reduzidas e aumentadas, respectivamente. Isto teve como efeito a redução da elevação do dardo e o aumento da curvatura para baixo no arco da queda. Esta mudança fez o “nariz” do arco cair mais rapidamente, reduzindo a distância de voo em aproximadamente 10% e fazendo com que o dardo atinja o chão de maneira mais vertical e consistente. Em 1999, o dardo feminino também sofreu a mesma modificação.

Mesmo assim reconfigurado, o dardo voltou a ser lançado a distâncias proibitivas e em 2007 um atleta do salto em distância foi atingido na barriga por um dardo lançado do outro lado do campo, durante uma etapa da Golden League em Roma; com o atual recorde mundial masculino já novamente próximo dos 100 metros, nova mudança deve ser feita no implemento nos próximos anos.