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800m masculino

Jogos Pan-Americanos – Lima 2019 – Atletismo – 800m masculino

Chances do Brasil

O Brasil não terá representantes na prova dos 800m rasos masculino nos Jogos Pan-Americanos Lima 2019

Local da competição

Estádio Atlético Pan-Americano

Local: Lima

Capacidade: 12.000 torcedores

A estrela dos Jogos

Zequinha Barbosa é o maior vencedor da história dos 800m rasos masculino nos Jogos Pan-Americanos. O sul-matogrossense de Três Lagoas subiu três vezes ao pódio. A primeira vez foi em Caracas 1983, quando fez dobradinha com Agberto Guimarães, medalha de ouro, apenas quatro décimos de segundo a frente dele, que ficou com a prata. Em Indianápolis 1987, Zequinha repetiu o resultado, ficando em segundo lugar, seis décimos atrás do americano Johnny Gray. A consagração aconteceu só em Mar Del Plata 1995 com a medalha de ouro. Aos 34 anos, ele venceu a prova com o tempo de 1min46s0, quase um segundo a frente do cubano Alain Miranda, que ficou em segundo. O país com mais medalhas na história dos 800m rasos masculino nos Jogos Pan-Americanos são os Estados Unidos com 10 de ouro, quatro de prata e seis de bronze. Cuba vem logo a seguir com três ouros, quatro pratas e um bronze.

Nossos pódios

A primeira conquista do Brasil nos 800m dos Jogos Pan-Americanos foi polêmica. Agberto Guimarães era o grande nome das provas de meio-fundo do Brasil no começo dos anos 80. Em 1979, ele já havia ganho a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de San Juan, em Porto Rico. No ano seguinte, ficou em quarto lugar na Olimpíada de Moscou e chegou ao Pan de Caracas, em 1983, como favorito. Na final, ele disputava os metros finais da prova com o venezuelano William Wuyke, mas os dois acabaram se chocando e o atleta local acabou caindo. Com isso, Agberto Guimarães venceu a prova e teve ainda a companhia no pódio do compatriota Zequinha Barbosa, que acabou herdando o segundo lugar. O problema foi que a torcida se revoltou e começou a atirar garrafas contra o brasileiro, que teve que ser protegido pela polícia (foto acima) e só deixou o estádio com a ajuda de um camburão. Agberto, que naquele Pan venceu também os 1500m, jura até hoje de pé junto que não quis derrubar o adversário e que o que aconteceu foi um toque normal de prova.

Além das conquistas de Zequinha Barbosa e Agberto Guimarães, o Brasil faturou mais cinco medalhas entre 2003 e 2011 nos 800m rasos masculino. Em Santo Domingo 2003, Osmar dos Santos foi prata e o bronze ficou com Fabiano Peçanha, que repetiu o resultado no Rio 2017, quando Kleberson Davide terminou em segundo lugar. Em Guadalajara 2011, Davide repetiu a prata conquistada quatro anos antes.

Medalhistas

ANO Medalha de ouro TEMPO Medalha de prata TEMPO Medalha de bronze TEMPO
1951 Mal Whitfield
EUA
01:53.2 Bill Brown
EUA
01:53.3 Hugo Maiocco
EUA
01:53.6
1955 Arnie Sowell
EUA
01:49.9 Lon Spurrier
EUA
01:50.5 Ramón Sandoval
Chile
01:52.5
1959 Tom Murphy
EUA
01:49.4 George Kerr
Jamaica
01:49.4 Tony Seth
Jamaica
01:49.7
1963 Don Bertoia
Canadá
01:48.5 Siegmar Ohlemann
Canadá
01:48.6 Ernie Cunliffe
EUA
01:48.9
1967 Wade Bell
EUA
01:49.2 Bill Crothers
Canadá
01:49.9 Brian MacLaren
Canadá
01:50.3
1971 Ken Swenson
EUA
01:48.1 Art Sandison
EUA
01:48.4 Byron Dyce
Jamaica
01:48.4
1975 Luis Medina
Cuba
01:48.0 Leandro Civil
Cuba
01:48.8 Carlos Martínez
  México
01:48.8
1979 James Robinson
EUA
01:46.3 Alberto Juantorena
Cuba
01:46.4 Agberto Guimarães
Brasil
01:46.8
1983 Agberto Guimarães
Brasil
01:46.3 Zequinha Barbosa
Brasil
01:46.7 Stanley Redwine
EUA
01:47.3
1987 Johnny Gray
EUA
01:46.8 Zequinha Barbosa
Brasil
01:47.4 Stanley Redwine
EUA
01:47.7
1991 Ocky Clark
EUA
01:46.9 Terril Davis
EUA
01:47.0 Tommy Asinga
 Suriname
01:47.2
1995 Zequinha Barbosa
Brasil
01:46.0 Alain Miranda
Cuba
01:46.9 Bill Sumner
EUA
01:47.6
1999 Johnny Gray
EUA
01:45.4 Norberto Téllez
Cuba
01:45.4 Zach Whitmarsh
Canadá
01:45.9
2003 Achraf Tadili
Canadá
01:45.1 Osmar dos Santos
Brasil
01:45.6 Fabiano Peçanha
Brasil
01:46.4
2007 Yeimer López
Cuba
01:44.6 Kléberson Davide
Brasil
01:45.5 Fabiano Peçanha
Brasil
01:45.5
2011 Andy González
Cuba
01:45.6 Kléberson Davide
Brasil
01:45.7 Raidel Acea
Cuba
01:46.2
2015 Clayton Murphy
EUA
01:47.2 Rafith Rodríguez
Colômbia Colômbia
01:47.2 Ryan Martin
EUA
01:47.7

Quadro de medalhas

Ordem País Medalha de ouro Medalha de prata Medalha de bronze Total
1  EUA 10 4 6 20
2  Cuba 3 4 1 8
3  Brasil 2 5 3 10
4  Canadá 2 2 2 6
5  Jamaica 0 1 2 3
6  Colômbia 0 1 0 1
7  Chile 0 0 1 1
 México 0 0 1 1
 Suriname 0 0 1 1

A prova

800 metros é uma distância olímpica clássica do atletismo, disputada desde os primeiros Jogos Olímpicosrealizados em Atenas 1896. Consiste em duas voltas na pista oficial de atletismo, que mede 400 metros. É considerada uma prova de meio-fundo. É uma prova que exige grande capacidade psicológica e mental para suportar e aumentar com eficiência a alta velocidade que a distância exige.

O atual recorde mundial e olímpico da prova é do queniano David Rudisha, ao conquistar a medalha de ouro em Londres 2012 com a marca de 1m40s91; nesta final olímpica, considerada a maior prova de 800 m da história, sete dos oito atletas fizeram a sua melhor marca pessoal e vários recordes nacionais foram batidos. Ela é considerada pela Federação Internacional de Atletismo – IAAF, a prova pela qual os Jogos Olímpicos de Londres de 2012 serão lembrados no futuro. Entre as mulheres, o recorde mundial – 1:53.28 – pertence à tcheca Jarmila Kratochvilovadesde 26 de julho de 1983 e é o mais antigo recorde mundial existente no atletismo; o recorde olímpico, da soviética Nadiya Olizarenko – 1:53:43 – de Moscou 1980, se mantém em vigor há 35 anos.

O brasileiro Joaquim Cruz foi campeão olímpico nesta mesma prova em Los Angeles 1984 e medalha de prata em Seul 1988. Cruz é o quinto atleta mais rápido nesta distância. A atleta lusófona mais destacada nos 800 metros é a moçambicana Maria de Lurdes Mutola, três vezes campeã do mundo e campeã olímpica em Sydney 2000.