Jogos Pan-Americanos – Lima 2019 – Atletismo – 3000m com obstáculos masculino
Chances do Brasil
Altobeli Santos Silva é disparado o nome mais forte do Brasil nos 3000m com obstáculos masculino e ele deve chegar aos Jogos Pan-Americanos Lima 2019 com boas chances de medalha. Em 2018, ele foi o melhor sul-americano com a marca de 8min29s04 e ficou em 11º. lugar nas Américas. Só que nesta lista, tem nove americanos a frente dele e apenas dois poderão representar os Estados Unidos na prova.
Além do fato que os Estados Unidos não costumam levar para os Jogos Pan-Americanos seus principais atletas, as chances de Altobeli Santos Silva aumentam se ele se aproximar do melhor tempo da carreira, 8min23s67, obtido em 2017, que seria a quarta marca das Américas em 2018.
Local da competição
Estádio Atlético Pan-Americano
Local: Lima
Capacidade: 12.000 torcedores
A estrela dos Jogos
O brasileiro Adauto Domingues, bicampeão em Indianápolis 1987 e Havana 1991, é o maior vencedor da história dos 3000m com obstáculos nos Jogos Pan-Americanos. Ele divide a honra com o americano Mike Manley, que colocou no peito a medalha de ouro em Cali 1971 e Cidade do México 1975.
Nossos pódios
Além das duas medalhas de ouro conquistadas por Adauto Domingues, o Brasil ganhou mais uma com Wander Moura em Mar Del Plata 1995. Ou seja, o país dominou o 3000m com obstáculos masculino por três Jogos Pan-Americanos seguidos.
As conquistas vieram com direito a recorde brasileiro e sul-americano. Primeiro, foi Adauto Domingues a quebrar a marca em 1987 com 8min23s26. A marca durou cinco anos e foi quebrada pelo uruguaio Ricardo Rebello em 1992. Mas o recorde sul-americano voltou a ser brasileiro em Mar Del Plata 1995. Wander Moura completou os 3000m com obstáculos em 8min14s41, marca que continua até hoje sendo o recorde dos Jogos Pan-Americanos e também sul-americano.
Medalhistas
ANO | TEMPO | TEMPO | TEMPO | |||
1951 | Curt Stone EUA |
9:32.0 | Harris Ross EUA |
9:32.0 | Pedro Caffa Argentina |
9:44.6 |
1955 | Guillermo Solá Chile |
9:46.8 | Santiago Novas Chile |
9:50.4 | Eligio Galicia México |
9:54.2 |
1959 | Phil Coleman EUA |
8:56.4 | Charles “Deacon” Jones EUA |
8:56.6 | Alfredo Tinoco México |
8:58.0 |
1963 | Jeff Fishback EUA |
9:07.9 | Sebastião Mendes Brasil |
9:12.8 | Albertino Etchechury Uruguai |
9:17.3 |
1967 | Chris McCubbins EUA |
8:38.2 | Conrad Nightingale EUA |
8:51.2 | Domingo Amaisón Argentina |
8:55.0 |
1971 | Mike Manley EUA |
8:42.27 | Sidney Sink EUA |
8:42.90 | Héctor Villanueva México |
8:46.09 |
1975 | Mike Manley EUA |
9:04.29 | José Andrade Silva Brasil |
9:05.31 | Octavio Guadarrama México |
9:15.00 |
1979 | Henry Marsh EUA |
8:43.6 | William McCullough EUA |
8:44.7 | Demetrio Cabanillos México |
8:52.4 |
1983 | Emilio Ulloa Chile |
8:57.62 | Carmelo Ríos EUA |
9:01.47 | Greg Duhaime Canadá |
9:06.03 |
1987 | Adauto Domingues Brasil |
8:23.26 | Henry Marsh EUA |
8:23.77 | Brian Abshire EUA |
8:27.30 |
1991 | Adauto Domingues Brasil |
8:36.01 | Ricardo Vera Uruguai |
8:36.83 | Juan Ramón Conde Cuba |
8:37.53 |
1995 | Wander Moura Brasil |
8:14.41 | Brian Diemer EUA |
8:30.58 | Dan Reese EUA |
8:31.58 |
1999 | Joël Bourgeois Canadá |
8:35.03 | Francis O’Neill EUA |
8:35.73 | Jean-Nicolas Duval Canadá |
8:39.52 |
2003 | Néstor Nieves Venezuela |
8:34.26 | Joël Bourgeois Canadá |
8:36.78 | Anthony Famiglietti EUA |
8:40.22 |
2007 | Josh McAdams EUA |
8:30.49 | Michael Spence EUA |
8:32.11 | José Alberto Sánchez Cuba |
8:36.07 |
2011 | José Peña Venezuela |
8:48.19 | Hudson de Souza Brasil |
8:48.75 | José Alberto Sánchez Cuba |
8:49.75 |
2015 | Matt Hughes Canadá |
8:32.18 | Alexandre Genest Canadá |
8:33.83 | Cory Leslie EUA |
8:36.83 |
Quadro de medalhas
Ordem | País | Total | |||
1 | EUA | 8 | 10 | 4 | 22 |
2 | Brasil | 3 | 3 | 0 | 6 |
3 | Canadá | 2 | 2 | 2 | 6 |
4 | Chile | 2 | 1 | 0 | 3 |
5 | Venezuela | 2 | 0 | 0 | 2 |
6 | Uruguai | 0 | 1 | 1 | 2 |
7 | México | 0 | 0 | 5 | 5 |
8 | Cuba | 0 | 0 | 3 | 3 |
9 | Argentina | 0 | 0 | 2 | 2 |
A prova
3000 metros com obstáculos é uma prova olímpica de meio-fundo disputada em uma pista de atletismo entre barreiras e fossos de água e deriva seu nome original, steeplechase, da antiga e tradicional corrida de cavalos disputada entre obstáculos em campo aberto.
A prova é originária das Ilhas Britânicas, onde corredores corriam de uma cidade para a outra se orientando pelos campanários de suas igrejas, usados como marcos por serem visualizados à grande distância. Durante o percurso, eles tinham inevitavelmente que pular sobre córregos e pequenos obstáculos e muros de pedra separando as propriedades no caminho.
A largada é dada com os atletas lado a lado ou em bloco ocupando toda a largura da pista, sem marcação de raia. O número de voltas na pista padrão de 400 metros depende da posição do fosso d’água obrigatório – fora ou dentro da segunda curva da pista – mas os atletas precisam saltar um número total de 28 barreiras e sete fossos d’água durante a duração da corrida.
As barreiras da prova masculina tem altura de 91,4 cm e as da feminina de 76,2 cm, com uma largura mínima de 3,94 m; o fosso d’água de superfície inclinada tem 3,66 m de comprimento com uma profundidade de 70 cm em sua parte mais funda, exatamente em baixo da barreira até chegar ao mesmo nível da pista ao final do comprimento, o que significa que quanto mais longe o atleta que a ultrapassa conseguir saltar, menos água e pressão contrária pela frente terá nos pés e tornozelos, o que dá vantagem aos melhores saltadores entre os corredores. Diferente das provas de velocidade com barreiras, que caem a qualquer toque, os obstáculos do steeplechase são mais sólidos e pesados e os atletas muitas vezes os usam para pegar impulso da passada na corrida ao invés de apenas saltá-los, especialmente o obstáculo do fosso.