Daqui exatamente um ano, os homens mais fortes do planeta disputarão o lugar mais alto do pódio no levantamento de peso nos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021. Um dos principais halterofilistas do continente sul-americano, o brasileiro Fernando Reis deve estar presente na capital japonesa na briga por um lugar inédito do pódio olímpico.
Atual sétimo colocado no ranking da categoria acima dos 109 quilos, o brasileiro tem a vaga para Tóquio bem adiantada por conta dos bons resultados conseguidos durante o ciclo olímpico. No entanto, por conta de mudanças recentes no método de classificação da IWF (Federação Internacional de Levantamento de Peso), precisará participar de ao menos mais uma competição entre outubro deste ano e o próximo mês de abril.
Foco por medalha
E a expectativa sobre Fernando Reis é alta para a competição. Quinto colocado nos Jogos Olímpicos do Rio, o halterofilista obteve grandes resultados desde então, como a quarta colocação no Mundial de 2018 e a confirmação de sua terceira medalha de ouro em Jogos Pan-Americanos, mesmo não estando no auge de sua forma física após ter operado o joelho alguns meses antes.
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A lesão, aliás, foi algo que preocupou o atleta. Após um rompimento parcial do tendão esquerdo no final de 2018, o Fernando precisou passar por uma delicada cirurgia que poderia comprometer a sua longa preparação visando os Jogos de Tóquio. No entanto, com o tempo ganho após o adiamento do evento, a preocupação deu lugar a mais trabalho para uma preparação ainda mais intensa na luta pela tão sonhada medalha.
“As expectativas são as melhores possíveis, eu venho treinando duro e me sinto melhor a cada dia. Temos tempo hábil para trabalhar. Já fizemos todo protocolo de recuperação pós cirurgia. Trabalho diariamente com os profissionais do COB, desde fisioterapeuta, médico, preparador físico, nutricionista para afinar a minha preparação. Vamos brigar pela medalha”, declarou Fernando Reis com exclusividade ao OTD.
Consciente das dificuldades de se conseguir um lugar no pódio, Fernando Reis já consegue projetar em números quais devem ser as marcas obtidas no arranco e no arremesso para subir no pódio. Vale dizer que nos Jogos Olímpicos os resultados de ambas as provas são somados para conhecer o vencedor.
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“Para brigar diretamente pela medalha eu preciso fazer a competição da vida, melhorando meus resultados. Estou prevendo que a medalha esteja entre 445kg e 448kg de total ou seja, 203kg de arranco e 248kg de arremesso”, avaliou o atleta que tem 201kg no arranco e 242kg no arremesso como as melhores marcas da carreira.
Favoritismo claro
Em questão de adversários, Fernando Reis reconhece que será complicado bater Lasha Talakhadze, da Geórgia. Aos 26 anos, o atleta é o líder no ranking mundial, foi ouro olímpico no Rio e conquistou o Mundial do ano passado conseguindo reestabelecer recorde ao bater 220 kg no arranque e elevar o recorde no arremesso para 264 kg, somando 484 kg, a maior marca já obtida na história do levantamento de peso.
“O adversário principal é o campeão mundial e olímpico Lasha Talakhadze. Ele é como o Usain Bolt ou o Michael Phelps do peso. Os outros adversários estão em um nível mais próximo ao meu, então é guerra e vou ir pra cima com tudo”, completou o brasileiro.