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COB

Nuzman deve seguir banido, mesmo com sentença anulada

Decisão do TRF-2 de anular a condenação do ex-presidente do COB de pagamento de propina para dar ao Rio de Janeiro a sede dos Jogos de 2016 não o anistiará dentro do Movimento Olímpico

Nuzman é preso em operação que investiga fraudes na Rio 2016.
Carlos Nuzman teve anulada sua condenação por pagamento de propina para o Brasil ganhar a sede dos Jogos Rio 2016 (Arquivo)

Condenado há mais de 30 anos de prisão, por suposto envolvimento em pagamento de propinas para que o Rio de Janeiro ganhasse a eleição para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, Carlos Nuzman ressurgiu das cinzas. O TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), anulou na última quarta-feira (6) a sentença do ex-presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e ainda do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral.

Os dois eram apontados como personagens principais no esquema que teria destinado propinas de US$ 2 milhões (cerca de R$ 10,6 milhões) ao senegalês Papa Diack, filho do ex-presidente da World Athletics (Atletismo Mundial), Lamine Diack. O objetivo era o de comprar votos de comitês olímpicos do continente africanos para garantir a vitória da candidatura brasileira.

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A justificativa da anulação da sentença é que o juiz Marcelo Bretas não tinha competência para julgar a ação penal de Cabral e Nuzman. O caso começará do zero. Existe a possibilidade de que o ex-dirigente veja o crime prescrito, pois já tem 81 anos de idade.

Mas será que esta anulação servirá como uma forma de anistia indireta para que Carlos Arthur Nuzman se sinta livre em retornar ao Movimento Olímpico? As coisas não são tão simples assim.

Imagem abalada

Uma fonte ligada aos bastidores do esporte brasileiro, em contato com o blog, disse que várias são as razões para não se apostar em um retorno de Carlos Nuzman. Em primeiro lugar, pelo ponto de vista jurídico. O Ministério Público Federal pode recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça e o próprio fato de que o processo recomeçar em outra vara. Enfim, oficialmente é prematuro falar a frase “Nuzman inocente”.

Em segundo lugar, a situação do ex-presidente do COB é ainda mais complicada do ponto de vista esportivo “Não creio que o COI irá aceitá-lo como membro honorário de volta. Além disso, ele tem pouca influência no atual colégio eleitoral do COB, poucos dirigentes o conhecem. E os atletas jamais o aceitariam, pois têm poder de voto hoje”, afirmou esta fonte.

Acostumado a comandar o esporte olímpico brasileiro com mão de ferro e uma boa dose de autoritarismo, Carlos Arthur Nuzman é hoje apenas um retrato na parede. Sem poder ou prestígio, terá que se contentar em ser julgado pelos seus atos, bons e ruins, após 22 anos no comando do COB.


Quem vai levar o Pan de 2027?

Nesta terça-feira (12), será conhecida a cidade que receberá a sede dos Jogo Pan-Americanos de 2027. O evento deveria acontecer em Barranquilla, na Colômbia. Entretanto, no dia 3 de janeiro a Panam Sports anunciou que a cidade estava sendo destituída, por cometer várias violações do contrato de cidade-sede, entre elas pagamentos de parcelas de garantia.

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Prefeito de Barranquilla e Ministra dos Esportes da Colômbia exibem a bandeira da Panam Sports (Foto: EFE/ Ailen Díaz)

Foi a primeira vez desde 1974, quando a cidade de São Paulo abriu mão do Pan do ano seguinte, realizado na Cidade do México, segundo a versão oficial, por causa da pandemia de meningite que atingia a cidade.

A Assembleia Geral da Panam Sports, que está marcada para a cidade de Miami (EUA), escolherá entre as cidades de Lima (que recebeu o Pan-Americano em 2019) e Assunção (sede dos Jogos Sul-Americanos de 2022).

A assembleia será virtual, a partir das 9h30 (horário de Brasília) e os representantes das duas candidaturas farão suas apresentações em Miami, com 40 minutos para cada um. Na sequência, os comitês olímpicos que integram a entidade darão seu voto, sendo que os países que já organizaram Jogos Pan-Americanos terão peso dois na escolha.

Por palpite, acho que Assunção será a escolhida.


Olímpicas

Cerimônia de  abertura

Já está definido o total de ingressos que estarão disponíveis para a cerimônia de abertura dos Jogos Paris-2024. Gérard Darmanin, ministro do Interior da França, confirmou na última quarta-feira (6) que serão distribuídos 326 mil ingressos. A festa de abertura pela primeira vez acontecerá fora de um estádio. Ela será realizada no Rio Sena, com um desfile de barcos, no dia 26 de julho. O público programado originalmente era de 600 mil pessoas. Serão cobrados 104 mil bilhetes deste total, enquanto 222 mil assistirão de graça. A festa terá início às 19h30, horário local (14h30 de Brasília).

Brasil com maioria feminina

Com 164 atletas já confirmados, o Time Brasil terá em Paris-2024, a primeira Olimpíada com igualdade de gênero, uma delegação com supremacia feminina. Atér o dia 11/03, são 104 mulheres . A lista aumentou após as vagas confirmadas de Nathalie Moellausen, na esgrima, e da dupla Ana Patrícia e Duda, no vôlei de praia. Se a tendência se confirmar – depende dos desempenhos das equipes masculinas de handebol e rúgbi seven em seus respectivos pré-olímpicos – será a primeira vez na história que uma delegação olímpica do Brasil terá mais mulheres do que homens.

Medalhas russas ignoradas

Uma decisão polêmica do IPC (Comitê Paralímpico Internacional) pode afetar os registros estatísticos da Paralimpíada Paris-2024. Segundo a entidade, os atletas da Rússia e Belarus que participarem do evento, não terão suas medalhas registradas do quadro geral. Ao mesmo tempo, estes atletas não participarão dos desfiles de abertura e de encerramento. Se algum deles ganhar um ouro, o hino paralímpico será tocado. Fico imaginando alguém, daqui uns 50 anos, conseguirá explicar de forma clara a ausência de medalhas no quadro final. Uma decisão arbitrária e que tem efeito zero em termos punitivos.


O Número

180

Será o número de barcos que participará da cerimônia de abertura da Olimpíada Paris-2024, em um desfile pelo Rio Sena. Destes, 94 transportarão os atletas


A FRASE

Se alguém for estúpido o suficiente para participar disso e vier do nosso esporte, será banido por muito tempo”

Sebastian Coe, presidente da World Athletics (Federação Internacional de Atletismo), ao comentar a respeito dos tais Jogos Avançados, competição que promete não fazer controle antidoping dos atletas e pagar prêmios milionários a quem bater um recorde mundial


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