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Atletismo

Vem aí uma revolução no salto em distância. Mas para melhor?

World Athletics estuda eliminar a área de decolagem do salto em distância e torná-lo assim mais atraente ao público. Carl Lewis, tetracampeão olímpico, considerou a ideia uma piada

salto em distância medição
A World Athletics estuda acabar com a tábua de madeira que limita a área de decolagem no salto em distância (Crédito: Pixbay)

Está para ocorrer uma mudança e tanto em uma das provas mais tradicionais do atletismo. Uma reportagem publicada esta semana pelo jornal britânico “Daily Mail” mostra que a World Athletics (Atletismo Mundial, entidade que organiza o esporte) pretende fazer uma  no salto em distância. A prova deixaria de ter prancha fixa de madeira, que delimita o ponto do salto. Em seu lugar, haveria uma “zona de decolagem” e a distância seria demarcada a partir do ponto exato que o atleta começa a saltar. A ideia é acabar com o excesso de saltos queimados e tornar “mais envolvente”, diz a World Athletics.

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O conceito de “cada salto importa”, defendido pela proposta dos cartolas da World Athletic, teria como base os números. Dados do último Campeonato Mundial de Budapeste, em 2023, mostram que um terço de todas as tentativas no salto em distância foram consideradas nulas. “Estamos tentando pegar estes eventos que talvez sejam menos populares e deixá-los mais emocionantes. Um terço de todos os saltos anulados é uma perda de tempo”, afirmou o presidente-executivo da entidade, Jon Ridgeon.

Com esta “zona de decolagem” sendo implementada, os cartolas acreditam que a tendência é da prova se desenvolver em um ritmo mais rápido e intenso. “Aumentará o perigo e o drama da competição. Dessa maneira, não precisaremos esperar de 20 a 30 segundos antes que o resultado apareça. A ideia é tornar o que temos ainda mais divertido para o futuro”, justificou Ridgeon.

Primeiro de abril

As mudanças propostas pela World Athletics ainda passarão por um período de testes antes de implementadas em competições oficiais. A ideia é ver seu funcionamento em eventos menores nos próximos dois anos. Se tudo der certo, o novo salto em distância abandonaria seu formato inventado pelos gregos em 708 a.C e estrearia na Olimpíada de Los Angeles-2028.

A revolução proposta pela entidade que comanda o atletismo não tem sido vista de forma unânime. Um dos maiores nomes da história da modalidade, o americano Carl Lewis, dono de quatro medalhas de ouro olímpicas consecutivas no salto em distância, é um dos que torceu o nariz.

“Você deveria esperar até 1º de Abril para fazer as piadas do Dia da Mentira”, escrever Lewis em sua conta no ex-Twitter, atual X, ao comentar a notícia publicada pelo Daily Mail. “O salto em distância é o evento mais difícil do atletismo. Isso (acabar com a prancha de madeira que limita o salto) apenas eliminaria a habilidade mais difícil do evento”, disse o americano.

Ninguém pode dizer que Carl Lewis não sabe do que está falando. Mesmo aposentado desde 1997, ele detém até hoje a terceira melhor marca da história do salto em distância, com 8m87.


CAS rejeita recurso da Rússia

A sexta-feira (23) trouxe péssimas notícias para o esporte olímpico da Rússia. Foi negado o recurso junto à Corte Arbitral do Esporte (CAS) contra a suspensão imposta pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Desta forma, a Rússia segue vetada de participar como nação nos próximos Jogos de Paris-2024, como efeito direto da guerra que promove  contra a Ucrânia e que completa dois anos neste sábado (24).

Fachada da sede da Corte Arbitral do Esporte, na Suíça
Sede da Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça (DIvulgação)

A decisão é definitiva. Ainda assim, as partes podem apresentar um recurso ao Tribunal Federal Suíço nos próximos 30 dias.

É claro que essa nova derrota jurídica causou uma reação nada tranquila do comitê olímpico russo (ROC). “A decisão do CAS é mais uma evidência de que a discriminação civil e esportiva contra os russos atingiu proporções sem precedentes no período de que antecedeu os Jogos de Paris”, comentou o ROC, em um comunicado.

A suspensão imposta pelo COI aconteceu em outubro do ano passado, após o comitê olímpico russo incluir entre seus integrantes organizações esportivas de territórios ucranianos ocupados, como Donetsk, Kherson e Luhansk. “A decisão do ROC de incluir estas organizações constitui uma violação da Carta Olímpica. Estamos satisfeitos com a decisão da Corte Arbitral”, afirmou um porta-voz do COI.

Apenas oito atletas da Rússia e três de Belarus (aliado russo na guerra contra a Ucrânia) foram liberados para competir. Por outro lado, 60 ucranianos já estão classificados para a Olimpíada de Paris-2024.


Olímpicas

Pacquiao vetado em Paris

A semana que passou também enterrou de vez o sonho do filipino Manny Pacquiao, um dos maiores nomes do boxe de todos os tempos, de disputar os Jogos de Paris. Aposentado dos ringues desde 2016, Pacquiao pediu uma autorização para disputar a Olimpíada deste ano, que seria a primeira de sua carreira. Contudo, o COI vetou a pretensão em razão da idade do filipino. Com 45 anos, ele ultrapassa o limite a idade de 40 anos para competir no boxe olímpico. Manny Pacquiao é o único boxeador da história nove vezes campeão mundial em oito categorias diferentes.

Covid atrapalha Gabi Douglas

Afastada das competições desde os Jogos Rio-2016, quando ajudou os Estados Unidos a levar o ouro por equipes na ginástica artística feminina, Gaby Douglas vai ter que adiar um pouco mais sua volta. Ela iria competir neste sábado (24), em Louisville (EUA). Diagnosticada com Covid-19, teve que desistir. Agora, ela terá uma última chance de conquistar uma vaga para a seletiva americana no US Classic, entre 17 e 19 de maio. Aos 28 anos, Gaby Douglas foi o grande nome do time americano nos Jogos de Londres-2012, quando levou o ouro do Individual Geral e também por equipes.

Duplantis de olho no recorde

Maior nome do salto com vara em todos os tempos, o sueco Armand “Mondo” Duplantis começou 2024 meio devagar, para os seus padrões, é bom ressaltar. Foi apenas na quinta-feira (22) que o recordista mundial da prova (6,23 m) ultrapassou este ano a marca dos seis metros, no meeting indoor (pista coberta) de Clemand (FRA), com 6,02 m. Antes, disputou duas provas, uma no Cazaquistão, onde marcou 5,80 m, e outra em sua casa, em Uppsala (SUE), quando fez 5,92 m. “Quase consegui, foi por muito pouco”, lamentou Duplantis, ao falar sobre a tentativa de bater o próprio recorde com 6,24 m. No entanto, no Mundial Indoor de Glasgow (ESC), na semana que vem, a história pode ser outra.


A FRASE

Embora esteja muito triste e decepcionado, entendo e aceito as regras de limite de idade”

Ex-campeão mundial de boxe Manny Pacquiao, após saber do veto do COI à sua participação nos Jogos de Paris-2024


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