Demorou mas finalmente a IHF (Federação Internacional de Handebol) acabou com uma das suas regras mais lamentáveis. A entidade anunciou nesta segunda-feira (1º) o fim da obrigatoriedade para as mulheres que praticam o handebol de areia. A modalidade, que não é olímpica, exigia uso de biquíni em sua versão feminina, enquanto permitia que os homens jogassem de shorts. A mesma autorização será dada às garotas.
A decisão é uma importante vitória na batalha contra a sexualização das mulheres no esporte.
A obrigação de usarem a parte de baixo do biquíni nas partidas sempre foi alvo de reclamações das mulheres que praticam o handebol de praia. Em junho, a seleção da Noruega resolveu desafiar as normas e suas jogadoras atuaram de bermudas em uma partida pela Campeonato Europeu, na disputa da medalha de bronze. A equipe foi multada em 1.500 euros pela federação europeia de handebol, atendendo a uma orientação da IHF.
A punição foi alvo na época de fortes críticas do governo da Noruega. A multa teve uma enorme repercussão negativa, a ponto da cantora americana Pink se oferecer para pagar a multa da seleção norueguesa.
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A pressão contra a regra machista da IHF aumentou em setembro, quando ministros do esporte da Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia pediram para a entidade revisar a norma, em acordo com a igualdade de gênero.
E a confirmação da mudança veio com a alteração indicada pela IHF. “Atletas femininas devem usar calças curtas justas com um corte justo e também tops de ajuste ao corpo”.
A vitória obtida pelas atletas do handebol de areia foi a segunda em pouco espaço de tempo contra a sexualização do corpo feminino pelo esporte. O outro feito notável foi obtido pela equipe de ginástica artística da Alemanha, na Olimpíada de Tóquio-2020. Na ocasião, elas competiram com calça de agasalho, fugindo do tradicional modelo de collants que as atletas habitualmente utilizam nas competições.