No início de setembro, o COI (Comitê Olímpico Internacional) revelou que trabalhou na retirada de mais de 100 pessoas ligadas ao movimento olímpico do Afeganistão, em razão da chegada ao poder do grupo radical Talibã. O temor dos efeitos com a mudança de governo, especialmente em relação às mulheres, infelizmente mostrou-se real. A notícia que de uma atleta da seleção juvenil de vôlei do Afeganistão foi executada no começo deste mês é a maior derrota que o esporte poderia ter.
Notícia publicada pelo jornal “Persian Independent”conta que a jogadora Mahjabin Hakimi foi degolada pelo Talibã, que retomou o poder no Afeganistão em agosto. A execução teria acontecido no começo de outubro, mas a família da atleta preferiu manter em segredo, com medo de represálias.
A informação foi passada pelo treinador de Hakimi, cuja identidade foi preservada como forma de segurança. Ela teria sido assassinada por jogar sem o hijab (véu que cobre o cabelo das mulheres) e ser da etnia Hazara, povo de origem mongol perseguido pelo Talibã.
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Segundo o técnico, somente duas jogadoras da seleção juvenil conseguiram deixar o Afeganistão através de ajuda humanitária. As demais integrantes deixaram a capital Cabul e estão escondidas no interior do país, com medo do Talibã. Algumas chegaram a queimar seus uniformes, com medo de retaliação.
Tudo isso significa que o terror venceu e o esporte feminino irá demorar muito tempo a se recuperar desta tragédia.
A FIVB (Federação Internacional de Vôlei) disse ao site “Inside the Games” que está sendo informada a respeito dos acontecimentos no Afeganistão e que buscam mais esclarecimentos para fazer uma avaliação mais precisa da situação. O COI, por sua vez, não fez nenhuma manifestação até agora.
Enquanto isso, esquecidas lá no meio da Ásia, as mulheres do Afeganistão afundam nas trevas, sem nenhuma atenção da imprensa internacional. Assim como aquelas que sonhavam com um futuro no esporte. Tristes tempos.