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Laguna Olímpico

A onda de protestos contra os Jogos de Pequim-2022 já atormenta o COI

Manifestantes invadiram local onde foi acesa a chama olímpica da Olimpíada de Inverno, lembrando a atuação da China contra os direitos humanos

Protestos Grécia Pequim 2022
Manifestantes tentaram atrapalhar a cerimônia de acendimento da tocha dos Jogos de Inverno (Reprodução/Reuters/Costas Baltas)

Num roteiro já esperado, os protestos contra a Olimpíada de Inverno de Pequim-2022 começam a pipocar. E o mais barulhento deles, para desespero do COI (Comitê Olímpico Internacional), teve como palco um momento simbólico: a cerimônia de acendimento da chama olímpica dos Jogos do ano que vem, programados para ocorrer entre 4 e 20 de fevereiro.

Poucos minutos antes da cerimônia realizada nesta segunda-feira (18) no histórico Templo de Hera, em Olímpia (GRE), três ativistas pelos direitos humanos (duas mulheres e um homem) despistaram a segurança e entraram em uma área das ruínas, carregando uma bandeira do Tibete. O ato aconteceu instantes antes da atriz que fazia o papel da alta sacerdotisa do Templo iniciar a cerimônia.

Mesmo sem aparecerem nas imagens da transmissão oficial, foi possível ouvir os gritos “Não aos Jogos genocidas”. Isso tudo diante do próprio presidente do COI, Thomas Bach, e da presidente da Grécia, Katerina Sakallaropoulou. Os ativistas foram presos e liberados no final do dia.

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O constrangimento para os cartolas olímpicos já havia começado no domingo (17), para falar a verdade. Neste dia, quatro manifestantes, portanto bandeiras tibetanas, foram detidos em frente ao local do evento.

Protestos contra a realização dos Jogos de Inverno de 2022 ocorrem desde a escolha de Pequim como sede do evento, em 2015, mas a tendência é se intensificarem a partir de agora. A principal resistência parte justamente de grupos em favor do Tibete, considerado pela China como uma região autônoma do país mas que há muitos anos luta por sua independência. Eles reclamam ainda da repressão chinesa aos uigures, povo de etnia muçulmana que habita a região de Xinjiang.

“Como pode a China sediar as Olimpíadas de 2022 quando está realizando uma campanha de repressão sem precedentes no Tibete, no sul da Mongólia, intimidando Taiwan, destruindo a democracia de Hong Kong e cometendo um genocídio contra os uigures?”, perguntou Chemi Lhamo, uma das ativistas que protestou nesta segunda-feira.

Já existe também uma forte campanha para que diversos patrocinadores desistam de apoiar o evento.

É bom que o COI comece a exercitar a paciência. A tendência é que protestos como esse se multipliquem até a abertura de Pequim-2022.

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