Entre tantos erros cometidos ao longo de sua história, incluindo decisões autocráticas contra atletas e uma certa complacência com regimes autoritários, o COI (Comitê Olímpico Internacional) acertou em cheio ao interferir em favor dos atletas do Afeganistão.
Na última quarta-feira (8), durante uma entrevista coletiva virtual, o presidente Thomas Bach admitiu que a entidade trabalhou em segredo para a retirada de mais de 100 pessoas ligadas ao movimento olímpico afegão. Desta forma, eles escaparam do controle do grupo radical do Talibã, que tomou o poder no país no mês passado.
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Não se pode ignorar que o COI era contra a presença feminina nas Olimpíadas. Ou que fechou os olhos para ter os Jogos organizados pelo regime nazista de Adolph Hitler em Berlim-1936. Nada disso será apagado da história. Mas a interferência que a entidade realizou para tirar atletas, treinadores, dirigentes e seus familiares do caos que virou o Afeganistão é digna de uma medalha de ouro.
“Um número significativo de membros da comunidade olímpica do Afeganistão recebeu vistos humanitários e pôde deixar o país. Todos os atletas que participaram dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio estão fora do país. Além deles, há dois atletas de esportes de inverno que continuam treinando na esperança de se classificarem para a Olímpiada de Pequim”, disse Bach durante a coletiva.
A ação do COI foi motivada após Samira Asghari, membro do COI no Afeganistão, ter feito um apelo no Twitter para que os atletas fossem retirados do país. Posteriormente, a postagem foi deletada.
Importante lembrar que, segundo o cartola alemão, esta foi uma primeira fase de pessoas retiradas do país. Outros órgãos esportivos também estão ajudando para a transferência de pessoas para outros locais. Bach acrescentou que há uma preocupação especial nas mulheres e meninas, que são as mais perseguidas pelo Talibã.
Pelo menos nesta aí, os fanáticos levaram a pior para o esporte olímpico.