Custou bem caro o boicote disfarçado que a Coreia do Norte realizou os Jogos de Tóquio-2020. Nesta quarta-feira (8), o COI (Comitê Olímpico Internacional) confirmou que suspendeu o país asiático até o final de 2022, inclusive sem direito a receber os recursos de ajuda financeira da entidade. Na prática, os norte-coreanos estão banidos os Jogos de Inverno de Pequim, que ocorrerão a partir de 4 de fevereiro do ano que vem.
A dura medida foi tomada como retaliação à decisão da Coreia do Norte em não disputar a Olimpíada de Tóquio, anunciada em 6 de abril. A justificativa oficial dos norte-coreanos era a preocupação com a saúde de seus atletas, em razão da pandemia do coronavírus que estava (e assim permaneceu) com elevados índices de novos casos na capital japonesa.
Não que a situação sanitária no Japão estivesse tranquila. Basta ver os números de infectados, inclusive durante os Jogos. Mas neste caso, ingredientes políticos importantes também estavam na mesa. Como por exemplo, o caso de japoneses sequestrados pela Coreia do Norte nos anos 1970, acusados de espionagem. Ou mesmo testes de mísseis nucleares no Mar do Japão, rebatidos com sanções econômicas do governo nipônico.
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As tensas relações internacionais entre os países encontrou na crise da Covid-19 a desculpa perfeita para os norte-coreanos emplacassem um boicote disfarçado. Mas não colou, para azar do ditador Kim Jong-um.
“O comitê olímpico da Coreia do Norte teve a oportunidade de seu ouvido no processo e foi avisado das consequências de sua decisão. Qualquer violação à Carta Olímpica acabaria por expor [o comitê norte-coreano] às sanções e medidas previstas”, explicou o COI, em comunicado oficial.
Segundo o alemão Thomas Bach, presidente da entidade, a Coreia do Norte deixará de receber a ajuda financeira que o COI distribuí aos filiados. Contudo, assegura que os atletas serão preservados para qualquer um que estiver classificado aos Jogos de Inverno de Pequim.
Curiosamente, COI e Coreia do Norte já tiveram relações bem mais amistosas, especialmente na época dos Jogos de Inverno de PyeongChang-2018, quando Thomas Bach costurou um acordo para que uma equipe unificada das duas Coreias participasse do torneio feminino de hóquei no gelo e desfilassem em conjunto na cerimônia de abertura.