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Tóquio 2020

As regras do protocolo dos Jogos de Tóquio precisam valer para todos

Nova atualização do chamado “playbook” de medidas contra a Covid-19 prevê até mesmo expulsão do Japão para quem não cumprir as regras

COI playbook Tóquio-2020
A última atualização do manual de protocolos de segurança foi lançado nesta terça-feira (Reprodução/COI)

Criado pelo comitê organizador da Olimpíada e Paralimpíada de Tóquio-2020 para tornar viável a realização do evento em plena pandemia do coronavírus, o manual de medidas de segurança sanitária teve sua terceira versão lançada nesta terça-feira (15).

Chamado de “playbook”, o livro de regras tem 69 páginas, minucioso nos detalhes de procedimentos e protocolos. Nesta última versão, destinada a atletas e oficiais (staff técnico, árbitros e dirigentes), trouxe como novidades as penalidades previstas para quem não seguir as normas de segurança. Com algumas bastante rígidas, prevendo desde suspensões provisórias até a retirada da credencial e consequente expulsão do infrator do Japão.

Nada contra, muito pelo contrário. Para justificar a realização dos Jogos Olímpicos contra a opinião de mais de 1/3 da população do país, nada mais coerente do que exigir, de forma dura, que as regras sejam cumpridas. Uma forma de respeito à população japonesa, no mínimo.

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A questão que fica, aqui entre nós, é se as regras irão valer para todo mundo. Afinal, não se pode descartar que alguma estrela do esporte olímpico decida não cumprir à risca todo o protocolo previsto no playbook.

Ou alguém duvida que não ocorrerá aquela aglomeração tradicional dentro da Vila Olímpica ou mesmo uma visita a algum karaokê animado em Tóquio? Nada disso poderá acontecer durante os Jogos. Será que se um astro resolver dar uma relaxada nas regras receberá mesmo um tratamento impiedoso dos organizadores e do COI (Comitê Olímpico Internacional)? Ou será que o rigoroso playbook só valerá mesmo para aqueles atletas menos badalados e conhecidos? Aguardaremos as cenas dos próximos capítulos.

OLÍMPICAS

Prévia dos Jogos?

A Fiba (Federação Internacional de Basquete) anunciou nesta terça-feira a eliminação da Argentina na disputa da Americup de basquete feminino, competição classificatória para o Pré-Mundial do ano que vem. As argentinas sofrem com um surto de Covid no elenco e tiveram que desistir de dois jogos consecutivos. Pelo regulamento, isso implica em eliminação automática da competição.

A medida, bastante rigorosa, já foi uma amostra grátis do que poderemos ver durante os Jogos de Tóquio. Inclusive, a última versão do playbook prevê situações de possível impedimento de um atleta de disputar uma partida em caso de testar positivo para o coronavírus. Se fosse antes de uma final olímpica, por exemplo, este atleta não seria eliminado dos Jogos e voltaria para casa com uma medalha de prata, como prêmio de consolação.

Impopular

Chegou nesta terça ao Japão o australiano John Coates, vice-presidente do COI, para coordenar as últimas etapas de preparação de Tóquio para receber os Jogos Olímpicos. Coates não é exatamente uma figura muito popular no país. No mês passado, durante uma entrevista coletiva, o dirigente declarou que a Olimpíada poderia acontecer mesmo que a cidade de Tóquio seguisse em estado de emergência.

A declaração pouco cuidadosa aconteceu em um momento de alta de número de internados por coronavírus no Japão e causou inúmeras críticas. Na segunda-feira (14), cerca de 30 manifestantes fizeram um protesto no centro de Tóquio, mesmo debaixo de chuva, contra a chegada de Coates.

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