Uma reta final de preparação olímpica nunca é fácil. Se ainda busca a classificação para os Jogos, a dificuldade aumenta. Agora, imagine todo este cenário em plena pandemia do coronavírus? Toda esta equação se complica de vez quando se aplica aos atletas do Brasil. Vários competidores estão sofrendo com cancelamento de eventos ou mesmo sem conseguir autorização de viagem até dentro da América do Sul. O medo da situação da pandemia no país tem criado barreiras ainda mais complicadas, a apenas 80 dias para os Jogos de Tóquio-2020.
Nesta terça-feira (4), a CBLP (Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos) divulgou que os halterofilistas brasileiros não poderão disputar o Sul-Americano e Ibero-Americano, entre os dias 10 e 14 deste mês. O torneio, que acontecerá em Cali (Colômbia), também é considerado para a pontuação do ranking que definirá os classificados em Tóquio no levantamento de peso.
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O motivo do veto foi o fechamento das fronteiras colombianas para o Brasil, em razão da quantidade assustadora de casos de Covid-19, com variantes cada vez mais contagiosas. Residentes vindos do Brasil não são bem-vindos por lá. É o preço que todos nós pagamos pela irresponsabilidade como o governo de Jair Bolsonaro lidou com esta pandemia. Nem o esporte passa livre disso.
No caso do levantamento de peso, o prejuízo acaba diminuindo em razão da pontuação menor oferecida no torneio na Colômbia em relação ao Pan-Americano realizado em abril, na República Dominicana. Ainda assim, é um prejuízo na preparação dos atletas.
Quarentena no hotel
No atletismo, a situação também é complicada. A Argentina cancelou recentemente a realização de um Sul-Americano, também por causa do aumento nos casos de coronavírus no país. A competição traria importantes pontos no ranking olímpico para os atletas, muitos (inclusive brasileiros) impedidos de competir nos meetings internacionais.
Mesmo quem conseguiu viajar passa por maus bocados. A seleção brasileira de marcha atlética, que disputará na sexta-feira (7) a Copa Pan-Americana da modalidade, precisou encarar uma quarentena rigorosa para entrar em Guayaquill, no Equador. Desde o último dia 27, a equipe, formada por 17 atletas e mais integrantes da comissão técnica, estão isolados em um hotel, de onde só podem sair para treinar uma vez ao dia, durante duas horas, no estádio do Barcelona, tradicional clube de futebol do país.
Detalhe: o Brasil é o único país que está sendo obrigado a cumprir uma quarentena, que só terminará na quinta (6).
A dura verdade é que a reta final para a Olimpíada de Tóquio trouxe ainda mais dificuldades para o esporte olímpico brasileiro. E não precisaria ser assim.