Dia sim, outro também, temos uma crise nova a respeito dos Jogos de Tóquio-2020. Desta vez, foi para jogar mais lenha na fogueira naqueles que colocam (vários) pontos de interrogação sobre a realização do evento, em meio à pandemia do coronavírus, que está longe de acabar.
Pior é que o mais novo capítulo foi protagonizado por um importante membro do governo do Japão. Em uma entrevista para uma TV local na última quinta-feira (15), Toshihiro Nikai, número dois do LPD, partido do atual primeiro-ministro Yoshihide Suga, colocou “fogo no parquinho” olímpico, digamos assim.
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Conhecido por suas declarações polêmicas, Nikai disse que os Jogos deveriam ser cancelados caso o aumento de casos de Covid-19 tornassem o evento inviável.
“Para que servem as Olimpíadas se são responsáveis por espalhar infecções? Teremos que tomar uma decisão se chegar a este ponto”, disse o político, que precisou se retratar depois que a imprensa japonesa divulgou as declarações, até carregando um pouco nas tintas, ao tomar como uma posição oficial do governo. Tanto é que o primeiro-ministro Suga fez uma declaração tranquilizadora, dizendo que o objetivo do Japão é entregar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos mais seguros possíveis para todos.
A verdade é que o Japão se encontra numa encruzilhada. Em meio à tensão natural causada pelo aumento de casos positivos de Covid no país, o governo está dividido. Sabe que precisa cumprir a obrigação de entregar um evento gigantesco, com contratos (e multas) milionários, contudo tem consciência de que precisa lidar com responsabilidade para combater a maior pandemia da história da humanidade.
A menos que ocorra um aumento descontrolado de casos de coronavírus no Japão, é improvável que ocorra uma cancelamento dos Jogos de Tóquio. Ainda mais a apenas 98 dias da cerimônia de abertura. Mas não descarto que veremos mais notícias alarmantes como esta até o dia 23 de julho, quando o fogo olímpico acender a pira no Estádio Olímpico de Tóquio.
Olímpicas
Australianos vacinados? – O Comitê Olímpico Australiano pedirá ao governo que coloque os atletas que irão aos Jogos de Tóquio na frente da fila de vacinação contra a Covid-19. O ministro do Esporte da Austrália, Richard Colbeck, confirmou que o governo está conversando com o comitê olímpico a respeito do possível “fura-fila” dos atletas.
Enquanto isso, a vacinação apenas engatinha no país. Até a última quarta-feira (14), apenas 1,3 milhão de doses havia sido aplicada na população, contra 4 milhões que eram esperadas até março. Soma-se a isso uma questão importante. A aplicação da vacina da AstraZeneca para menores de 50 anos foi suspensa na Austrália, devido a problemas de coagulação no sangue.
A frase
“Talvez a gente tente competir em algum lugar até maio e buscar o índice. Nunca é tarde demais. Mas se não conseguir, não será o fim do mundo”
Sul-africana Caster Semenya, proibida de competir pela World Athletics (Federação Internacional de Atletismo) em eventos entre 400m e 1.500m, em razão da alteração de seu nível de testosterona. Ela ganhou a prova dos 5.000 m no Campeonato Nacional com o tempo de 15min52s28. Para conseguir a vaga nos Jogos de Tóquio, ela precisa fazer um tempo na casa de 15min10s.
O número
7
Títulos foram conquistados por Caster Semenya na prova dos 800 metros, entre Olimpíadas, Mundiais, torneios continentais e da Comunidade Britânica (Jogos do Commonwealth), entre 2015 e 2018