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Tóquio 2020

Japão fica dividido sobre apoiar vacinação de atletas contra a Covid

Integrantes do governo japonês defendem prioridade de imunização antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas ministra das Olimpíadas vete ideia

Vacina Covid 19
Proposta para vacinar os atletas do Japão antes dos Jogos foi vetada pela ministra da Olimpíada (Agência Brasil)

O dilema de colocar ou não atletas olímpicos à frente na fila de vacinação contra a Covid-19 chegou ao país-sede dos Jogos Olímpicos. Enquanto tenta evitar uma nova explosão de casos de coronavírus a pouco mais de 100 dias para a abertura da Olimpíada de Tóquio, o governo do Japão já questiona a necessidade de imunizar sua delegação. Contudo, a hipótese de deixar que os atletas olímpicos e paralímpicos tenham algum tipo de prioridade não tem 100% de aceitação.

Na última quinta-feira (8), o jornal “The Mainichi” publicou uma reportagem mostrando que setores do governo do Japão consideram a possibilidade de colocar os atletas japoneses na fila de prioridades da vacinação contra a Covid-19. Bom lembrar que a imunização contra o coronavírus no Japão começou apenas em março e não deve terminar de vacinar a população acima de 65 anos antes do final de maio.

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A ideia, segundo a reportagem, seria que as delegações recebessem duas doses da vacina até o final de junho. Isso daria tempo para que houvesse recuperação de algum possível efeito colateral antes da abertura dos Jogos, prevista para 23 de julho.

O problema dessa decisão seria ético. Para cumprir o calendário proposto, os atletas teriam prioridade antes que toda a população idosa do país seja vacinada, por exemplo.

vacina no Japão - Olimpíada de Tóquio
O ritmo da vacinação na população do Japão ainda está bem abaixo do esperado (Reprodução)

Não demorou nem 24 horas para que a ideia do governo sofresse forte rejeição.

Em entrevista na última sexta-feira (9), Tamayo Marukawa, a ministra do Japão para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, negou que os atletas japoneses receberão algum tipo de prioridade na fila de vacinação.

“No momento, não estamos considerando priorizar as vacinas e nem temos planos para uma discussão concreta a respeito disso. Embora isso possa mudar dependendo das circunstâncias e das discussões entre o COI e o comitê organizador dos Jogos, estamos nos preparando sem pensar em vacinas”, afirmou Marukawa.

Vale reforçar que outros países já estão vacinando os atletas que irão competir nos Jogos de Tóquio-2020 ou pretendem fazer isso. Entre eles, os Estados Unidos, Israel, França, México e Lituânia.

O próprio COI (Comitê Olímpico Internacional), através de seu presidente, o alemão Thomas Bach, chegou a falar em uma oferta de vacinas da China para todas as delegações que irão competir em Tóquio. Contudo, não voltou a tocar no assunto, que é polêmico, para dizer o mínimo.

Olímpicas

Berlim/Tel Aviv 2036 ? – Já se fala sobre quem organizará a Olimpíada de 2032 (a australiana Brisbane desponta como maior favorita), mas há quem esteja pensando adiante. Dirigentes esportivos alemães lançaram no último dia 3 uma proposta ousada. Para marcar a data dos 100 anos após a realização da Olimpíada de Berlim-1936, que entrou para a história por ter sido organizada pelo regime nazista de Adolf Hitler, um artigo publicado pelo jornal Berliner Morgenpost defende uma candidatura conjunta entre Berlim e Tel Aviv, capital de Israel. A ideia seria justamente apagar a péssima imagem deixada nos Jogos organizados pelos nazistas, responsáveis pela morte de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

O artigo traz até propostas de divisão de modalidades entre os países, sugerindo que Tel Aviv ficasse responsável em receber as competições de vela, surfe e vôlei de praia. O problema é que Israel tem seus próprios planos olímpicos. Segundo o site “Game Bids”, o governo israelense havia feito em 2001 um estudo de viabilidade para sediar uma Olimpíada. Em 2008, concluiu-se que Tel Aviv poderia lançar uma candidatura para receber os Jogos de 2048, quando será comemorado o 100º aniversário de Israel.

A frase

“O cansaço irá me abater fortemente depois de tudo isso, mas a sensação de alegria é avassaladora neste momento”

Rikako Ikee, após vencer sua quarta prova no Campeonato Nacional do Japão. Ikee está classificada para Tóquio-2020

O número

39

anos tem Carol Gattaz, convocada pelo técnico José Roberto Guimarães para a seleção brasileira feminina de vôlei para disputar a Liga das Nações. Se for mantida no grupo para Tóquio, passará a ser a jogadora brasileira mais velha a disputar uma Olimpíada no vôlei, superando a levantadora Fofão, que tinha 38 anos em Pequim-2008.

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