Há uma semana, a Fina (Federação Internacional de Natação) detonou (mais) uma crise na Olimpíada de Tóquio-2020. Com termos fortes, divulgou uma carta explicando os motivos para o cancelamento da Copa do Mundo de saltos ornamentais, do pré-olímpico do nado artístico e do torneio de qualificação olímpica da maratona aquática, todos marcados para o Japão. Os dois primeiros, inclusive, na piscina olímpica de Tóquio e serviriam como evento-teste. Eis que sete dias depois, como num passe de mágica, tudo mudou.
A mesma Fina publicou nesta sexta-feira (9) em seu site oficial, um comunicado informando que a Copa de saltos ornamentais, que também servirá de qualificatório para os Jogos Olímpicos, acontecerá entre 1º e 6 de maio, no centro aquático de Tóquio.
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No mesmo comunicado, confirmou que a seletiva da maratona aquática ocorrerá em Setúbal (POR), entre 19 e 20 de junho. Por fim, lembrou que estão sendo revisados detalhes para a realização do pré-olímpico do nado artístico, possivelmente no Japão.
Mas qual teria sido o milagre para uma mudança tão radical de postura? Como sempre, o dinheiro está envolvido.
Segundo a agência “Reuters”, dirigentes da Fina e do comitê organizador de Tóquio-2020 chegaram a um acordo sobre a divisão nos custos de testes de Covid-19, que os atletas precisarão fazer antes de competir, de acordo com os protocolos de segurança sanitária. A reclamação da Fina é que teria que bancar todos por todos os testes. Também ficou acertado que dirigentes das delegações poderão cumprir uma quarentena de apenas três dias antes de entrar no Japão, assim como os atletas.
O problema é que neste desencontro entre dirigentes, os atletas são tratados com absoluto desrespeito. É inacreditável ver situações como esta que diante de tantos problemas que estão sendo enfrentados desde que a pandemia do coronavírus começou, há mais de um ano. Imagine como fica a cabeça de um atleta que um dia lê que sua seletiva não acontecerá no Japão e pouco depois, tudo volta ao que era antes. A desorganização é tão surreal que parece coisa de amadores. Em resumo, uma vergonha olímpica.