Preocupado em evitar riscos que comprometam ainda mais a imagem da Olimpíada de Tóquio, em razão da pandemia do coronavírus, o comitê organizador dos Jogos 2020 resolveu jogar pesado. Há um mês do início do revezamento da tocha olímpica, os organizadores avisaram em entrevista coletiva nesta quinta-feira (25) que não irão permitir aglomerações públicas. Tudo para evitar novos casos de Covid-19 no país.
Até agora, desde o começo da pandemia, o Japão já teve 427.732 pessoas infectadas pelo coronavírus e 7.664 óbitos. Nas últimas 24h, foram registrados 904 novos casos, segundo números divulgados pela Universidade Johns Hopkins.
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Diante da crise de imagem que a Olimpíada vem despertando entre os japoneses – pesquisa feita pelo jornal “Japan Times” apontou que 72% dos entrevistados queriam um novo adiamento ou mesmo cancelamento dos Jogos –, os organizadores fizeram questão de reforçar que não irão afrouxar nas medidas de isolamento. E até ameaçam suspender o revezamento da tocha olímpica caso as regras não sejam cumpridas.
“Se houver aglomerações densas nas ruas, o revezamento poderá ser interrompido, pois priorizamos a segurança e proteção”, afirmou Yukihiko Nunomura, vice-diretor geral do comitê Tóquio-2020, durante a entrevista coletiva.
Entre as medidas de contenção, está prevista a transmissão diária do evento pela TV, para evitar que o público acompanhe na rua. Para quem estiver no local, será solicitado que apoiem os participantes apenas com palmas. O torcedor que estiver acompanhando o trajeto da tocha poderá apenas consumir água.
Segundo Nunomura, mais uma cidade desistiu de participar do revezamento. Após a prefeitura de Shimane abrir mão na semana passada, agora foi a vez de Tochigi, que deveria entrar na rota da tocha olímpica no final de março. A justificativa foi que a prefeitura local avaliou que as atividades ao ar livre não essenciais fossem canceladas em meio à pandemia.
O revezamento da tocha olímpica tem início previsto para o dia 25 de março, em Fukushima. A cidade foi a mais afetada no tsunami de 2011.
Sem vacina obrigatória
Apesar da pressão de vários países, a vacinação não será um requisito obrigatório para os atletas disputarem a Olimpíada e Paralimpíada de Tóquio. Embora incentivem que se vacinem, caso seja possível, os organizadores liberaram os atletas de tomar o imunizante.
“Estamos reunindo uma série de medidas abrangentes para realizar um evento seguro e protegido, sem a necessidade de vacinas como pré-requisito”, afirmou Tamayo Marukawa, que assumiu o cargo de ministra da Olimpíada.
A decisão dos organizadores foi marcada pelo bom senso. Afinal, não é segredo para ninguém que não há vacina para todos e beirava o imoral defender que atletas tivessem algum tipo de prioridade para serem imunizados. O próprio Japão ainda não começou a vacinar sua população e a decisão de vacinar atletas poderia aumentar a rejeição que os Jogos já estão enfrentando.