Na história das Olimpíadas, o polo aquático masculino do Brasil esteve presente em oito edições, desde Antuérpia-1920. Seis delas por convite da Fina (Federação Internacional de Natação), uma graças ao boicote dos países socialistas nos Jogos de Los Angeles-1984 e outra por ser o país-sede, na Rio-2016. Agora, o desafio que o Brasil encara a partir deste domingo (14), quando começa o Pré-Olímpico Mundial na Holanda, será obter pela primeira vez a vaga via qualificatório.
Não será, definitivamente, uma tarefa fácil. A equipe não está entre as grandes forças da modalidade e ainda sofreu para chegar até Roterdã, na Holanda, sede do Pré-Olímpico, em razão das restrições de voo por causa da pandemia do coronavírus.
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Mas de fato, quais as chances da seleção brasileira sair classificada do qualificatório na cidade holandesa? Para isso, o blog conversou com André Avallone, treinador da seleção brasileira, que avaliou as possibilidades da equipe na competição e esbanja otimismo. “A chance de classificação existe, do contrário nem estaríamos aqui.”
Confira a entrevista:
Blog Laguna Olímpico: Como você avalia que o Brasil, em termos de preparação, chega para este Pré-Olímpico?
André Avallone: O Brasil chega para este Pré-Olímpico muito à vontade, com muita determinação e querendo surpreender. Nós fizemos uma preparação longa, desde 1º de dezembro de 2020 que estamos juntos. Realizamos bons treinos, trouxemos alguns atletas que estavam atuando no Europa. Mas com a pandemia, não conseguimos chegar mais cedo e isso atrapalhou um pouco. No final, conseguimos fazer três bons jogos amistosos contra o Canadá e agora estamos entrando na bolha do Pré-Olímpico com uma boa expectativa
A indefinição da data de embarque para a Holanda trouxe algum tipo de prejuízo para a preparação do time?
Todo mundo me pergunta se a indefinição no embarque atrapalhou. Olha, no atual momento que estamos vivendo com essa pandemia mundial, acho até ruim dizer que isso nos atrapalhou. Acredito que estamos no lucro, por estar onde estamos, todos com saúde. Fizermos a melhor preparação possível. Estas coisas acontecem. Não existe nenhum culpado ou houve erro de planejamento. Tenho certeza de que todos estão aqui com a melhor energia nesta nossa participação.
Para você, quais as chances reais da seleção brasileira conquistar uma vaga olímpica?
É lógico que todos esperam jogos muito difíceis, mas temos a consciência de que temos um bom time, com uma mescla de jovens com outros mais experientes. Temos alguns atletas que fizeram o ciclo olímpico passado [como Slobodan Soro e Rudá Franco], enquanto outros chegaram a participar de treinos para os Jogos do Rio. Acredito sinceramente que vamos fazer bons jogos, sim. Chance de classificar? Ela existe, do contrário não estaríamos aqui. Sabemos que será um desafio muito difícil mas acreditamos na chance de classificação.
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Nesta primeira fase, qual é o jogo que você considera chave para a classificação à próxima fase?
O jogo-chave para a classificação é o primeiro [contra o Canadá, neste próximo domingo, às 10h, pelo horário de Brasília]. Temos que fazer um jogo muito bom. Precisaremos superar a ansiedade, o fato de ser o primeiro jogo do campeonato, o nervosismo da estreia. Sabemos que isso irá acontecer e estamos nos preparando para isso. Depois, vamos pensar no segundo jogo. Temos já algumas informações sobre Montenegro, Turquia e Grécia. Já sobre a Geórgia, temos material das partidas que eles fizeram no último Europeu, há quase dois anos. Difícil fazer algum estudo mais aprofundado com isso. Nosso principal objetivo foi chegar bem aqui na Holanda, com a cabeça bem tranquila e preparar bem para este jogo com o Canadá.