O COB (Comitê Olímpico do Brasil) fez nesta quinta-feira (12) o anúncio da distribuição das verbas via Lei das Loterias para as confederações olímpicas brasileiras na temporada de 2021. Um ano ainda mais relevante, em razão da Olimpíada de Tóquio, adiada pela pandemia do coronavírus. O valor anunciado foi de R$ 150 milhões, 25% a mais em relação ao que foi repassado em 2020. A lista, feita de acordo com 12 critérios aplicados pelo COB, mostrou que as confederações de judô e vôlei seguem ganhando a maior fatia do bolo individualmente. Mas receberam neste ano a companhia da ginástica.
Desde a criação da Lei das Loterias (antiga Lei Agnelo/Piva), em 2001, judô e vôlei sempre estiveram entre as que mais ganhavam dos repasses do COB, em razão de critérios técnicos e esportivos. A novidade para o ano que vem foi a confederação de ginástica aparecer em terceiro lugar na lista dos repasses às 34 entidades olímpicas, com exceção do futebol, que não recebe estes recursos (confira a lista no final do texto).
O judô é a modalidade que terá o maior repasse individual em 2021, seguido do vôlei. Não por coincidência, as duas estão entre as que mais ganharam medalhas para o Brasil na história da Olimpíada.
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A Lei das Loterias destina cerca de 1,7% do valor apostado em todas as loterias federais do país ao COB. Após o fim do período de maior injeção de recursos federais, no ciclo da Olimpíada Rio-2016, trata-se às vezes da única fonte de recursos das confederações.
Para fazer esta distribuição, o COB estabeleceu 12 critérios, sendo dez esportivos e dois técnicos, os mesmos para 2020. Contudo, a entidade fez algumas mudanças aplicadas pela situação especial que o esporte viveu em razão do coronavírus este ano.
No critério “prestação de contas”, foi considerada a melhor nota dos últimos dois anos (2018/19 e 2019/20). Na área esportiva, o COB ampliou o período de avaliação de resultados alcançados. Ao contrário do método habitual, que fecha a lista em 30 de setembro, foram incluídas as marcas obtidas entre outubro e dezembro de 2019.
“Pequenos ajustes foram necessários por se tratar de um ano totalmente atípico. Mas mantivemos a coerência e, principalmente, a transparência. Seguimos reconhecendo o trabalho das confederações que estão apresentando grandes resultados nas áreas esportiva e administrativa. E, assim, esperamos ter um Movimento Olímpico brasileiro cada vez mais efetivo e vencedor”, disse o presidente do COB, Paulo Wanderley, ao site oficial da entidade.
Critérios de distribuição dos recursos
Os critérios usados pelo COB para o repasse das verbas da Lei das Loterias às confederações, com os respectivos pesos, são os seguintes:
– Ter sido medalhista no último Campeonato Mundial Adulto (17,4%)
– Ter conquistado medalha na última edição de Jogos Olímpicos (15,2%)
– Medalhista no último Campeonato Mundial de base (15,2%)
– Multimedalhista na última edição dos Jogos Olímpicos (10,4%)
– Prestação de Contas – Qualifica a performance das Confederações nos processos de prestação de contas da Lei Agnelo/Piva no ano corrente (9,1%)
– Medalhista na penúltima edição dos Jogos Olímpicos (7,8%)
– Programa Gestão, Ética e Transparência (6,5%)
– Medalhista na última edição de Jogos Pan-americanos (3,9%)
– Top 8 nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos (3,9%)
– Número de eventos com participação brasileira na última edição dos Jogos Olímpicos (3,9%)
– Top 8 em Campeonato Mundial adulto nos últimos 4 anos (3,9%)
– Top 8 no último Campeonato Mundial de base (2,6%)
Confira a ordem de quanto receberá cada confederação pela Lei das Loterias
Confederação | Valor |
Judô | R$ 7.504.998,42 |
Vôlei | R$ 7.471.089,60 |
Ginástica | R$ 7.198.238,50 |
Boxe | R$ 6.666.329,72 |
Vela | R$ 6.407.272,04 |
Canoagem | R$ 5.965.164,18 |
Atletismo | R$ 5.865.449,24 |
Taekwondo | R$ 5.295.321,19 |
Desportos Aquáticos | R$ 5.188.853,23 |
Tiro Esportivo | R$ 5.115.000,95 |
Esgrima | R$ 4.810.970,98 |
Surfe | R$ 4.407.513,42 |
Skate | R$ 4.328.632,30 |
Caratê | R$ 4.262.538,83 |
Levantamento de Peso | R$ 4.026.613,86 |
Tênis | R$ 4.002.906,42 |
Tênis de Mesa | R$ 3.817.126,29 |
Wrestling | R$ 3.788.246,32 |
Ciclismo | R$ 3.773.159,76 |
Hipismo | R$ 3.768.849,32 |
Basquete | R$ 3.754.193,81 |
Badminton | R$ 3.392.978,61 |
Remo | R$ 3.392.547,56 |
Triatlo | R$ 3.377.892,05 |
Handebol | R$ 3.365.656,60 |
Pentatlo Moderno | R$ 3.363.667,59 |
Desportos na Neve | R$ 3.317.976,88 |
Golfe | R$ 3.311.942,26 |
Desportos no Gelo | R$ 3.274.441,40 |
Rúgbi | R$ 3.219.698,76 |
Hóquei sobre Grama | R$ 3.174.870,15 |
Tiro com Arco | R$ 3.166.680,30 |
Beisebol/Softbol | R$ 2.994.693,59 |
Escalada Esportiva | R$ 2.958.485,86 |