Uma vitória frustrante. Assim pode ser considerado o resultado da Assembleia Extraordinária da CBHb (Confederação Brasileira de Handebol). Realizado de forma virtual, o encontro desta sexta-feira (6) aprovou a antecipação da eleição na entidade. Contudo, esta decisão não será posta em prática. O motivo é que a quantidade de votos favoráveis à antecipação do pleito não atingiu o mínimo estatutário necessário de 3/4 para que fosse efetivado. No popular, foi o famoso “ganhou, mas não levou”.
Desta maneira, o mandato do presidente em exercício Ricardo Souza, o Ricardinho, contestado por praticamente toda a comunidade brasileira no handebol, seguirá no cargo até 1º de fevereiro de 2021, quando deve finalmente acontecer a eleição para definir o seu sucessor.
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Vale sempre relembrar que Ricardinho está suspenso pelo Comitê de Ética do COB (Comitê Olímpico do Brasil) por ser considerado culpado em razão de assédio sexual e moral a uma funcionária da CBHb. Ele só se mantém como presidente em exercício por força de uma liminar na Justiça Comum.
Diante do incrível apego ao poder do dirigente, a despeito de ser renegado publicamente por atletas e treinadores, o COB resolveu cortar relações institucionais com a confederação. Isso implicou, na prática, no cancelamento da semana de treinos da seleção masculina na Missão Europa, em Portugal, nesta semana. Já a CBHb alega que foi ela quem abriu mão de levar seus atletas para o CT de Rio Maior, em razão do aumento de casos de coronavírus no país.
Ausências decisivas
Mas o que levou a Assembleia, mesmo com maioria, não ter emplacado a antecipação da eleição que poderia mudar os rumos do maltratado handebol brasileiro?
Basicamente, falta de quórum.
Dos 48 membros com direito a votar, dez estavam ausentes. Não participaram as federações da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Rio de Janeiro e Rondônia. Além disso, um dos atletas da comissão teve problemas de conexão e também não esteve na Assembleia desta sexta.
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Com isso, restavam 38 integrantes e para aprovar a antecipação da eleição, eram necessários 36 votos. Mas, antes da votação começar, alguns integrantes queriam fazer questionamentos a Ricardinho, que também participou do encontro. Segundo Ricardo Trade, presidente do COAD (Conselho de Administração), o cartola da confederação recusou-se a responder qualquer pergunta sobre sua criticada gestão à frente do handebol do Brasil .
Na votação, 28 membros apoiaram o SIM e aprovaram a antecipação. Foram votos da comissão de atletas, presidentes de comissões, clubes integrantes da Assembleia e seis federações estaduais. Já outras dez federações cravaram o NÃO.
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Com isso, o handebol brasileiro segue em sua crise política interminável e sob o comando de um presidente que ninguém quer ver por perto. Aquela solução que o blog chegou a imaginar semanas atrás, parece cada vez mais distante.