A histórica tradição brasileira no salto triplo, que começou com Adhemar Ferreira da Silva, foi ratificada há exatos 45 anos. Foi em 15 de outubro de 1975 que João Carlos de Oliveira deu um salto para a história. Ao bater o recorde mundial do salto triplo no Pan da Cidade do México, com a incrível marca de 17,89 m, o então sargento do 2º Batalhão do Exército justificava plenamente o apelido que o consagrou: João do Pulo.
Não que a vitória de João na prova do salto triplo do Pan de 1975 tenha sido necessariamente uma surpresa. Até porque ele já havia conquistado uma medalha de ouro na competição dois dias antes, no salto em distância.
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Conforme relatou a reportagem da “Folha de S. Paulo” da edição de 16 de outubro, o salto histórico que superou a marca anterior do soviético Viktor Saneyev veio na penúltima tentativa de João do Pulo, após queimar as duas anteriores.
“O saltador brasileiro foi estrondosamente aplaudido pelo público e viveu momentos de intensa emoção”, descreveu a reportagem do jornal, lembrando que João do Pulo havia sido o primeiro atleta a bater um recorde mundial naquela edição do Pan-Americano.
A marca do brasileiro foi 45 cm superior a do recorde anterior de Saneyev, que era de 17,44 m. Foram necessários dez anos para que alguém conseguisse superar João do Pulo. Em 1985, o americano Willie Banks finalmente arrebatou o recorde, com incríveis 17,97 m.
Uma das coisas mais impressionantes no recorde de João Carlos de Oliveira é que ele começou relativamente tarde no atletismo. Foi apenas em 1971, com apenas 17 anos, que ele se iniciou no atletismo em Pindamonhangaba, sua cidade natal. Depois de um período fazendo provas pedestres, passou para as provas em saltos horizontais.
Apelidado de João do Pulo por seu companheiro de equipe Benedito Rosa Preta logo após a conquista do recorde mundial, o brasileiro foi o principal nome do atletismo brasileiro até sofrer o acidente que lhe causou a amputação da perna direita, em 1981.
Fim precoce de uma carreira de um medalhista olímpico, com os bronzes conquistados em Montreal-1976 e Moscou-1980. Mas ficou eternizado como um dos maiores da história no salto triplo mundial.