Uma das vantagens (talvez a principal) de ser jornalista esportivo é ter a chance de testemunhar ao vivo momentos inesquecíveis no esporte. Quando isso ocorre em Jogos Olímpicos, esta vantagem é triplicada. A Olimpíada Rio-2016 proporcionou, há exatos quatro anos, uma destas raras oportunidades na qual você pode dizer que viu a história ser escrita.
Foi em um 14 de agosto como hoje que Usain Bolt assegurou o tricampeonato olímpico nos 100 metros rasos, na pista do Estádio Engenhão. Horas antes, na arena de tênis do Parque Olímpico da Barra, o britânico Andy Murray levou sua segunda medalha de ouro consecutiva, após derrotar o argentino Juan Martin Del Potro. Para o torcedor brasileiro, porém, nada superou a alegria de ver no começo daquela tarde a inédita dobradinha na ginástica artística, com a prata de Diego Hypólito e o bronze de Arthur Nory, no solo.
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Aquele foi o segundo domingo de competições nos Jogos do Rio. Originalmente, a programação previa que seria um dos dias mais nobres daquela Olimpíada. Ninguém esperava, contudo, que a realidade fosse ainda mais caprichosa em termos de emoção.
Cobri a Rio-2016 pelo “Lance!” e naquele dia, minha escala era cobrir o atletismo. Como o jornal tinha uma equipe numerosa credenciada, poderia me dedicar apenas a acompanhar aquele que seria um momento histórico: a terceira medalha de ouro consecutiva do jamaicano Usain Bolt nos 100 m. Mas antes de pegar o transporte oficial para o Engenhão, pude assistir da sala de imprensa a final do solo, marcada no começo da tarde. E que festa fizeram os colegas brasileiros com aquele resultado inédito.
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Pela primeira vez, dois brasileiros subiram ao pódio em uma mesma prova na ginástica artística. Após duas traumáticas participações com direito a quedas, em Pequim-2008 e Londres-2012, Diego Hypólito levou a medalha de prata, com direito a muito choro no pódio. A festa ficou ainda melhor com a confirmação de Arthur Nory na terceira colocação.
Batalha de quatro horas
Mais tarde, já instalado na tribuna de imprensa do Engenhão, enquanto acompanhava o desenrolar do atletismo, aguardando a final de Bolt, via que um colega acompanhava em um monitor próximo a final masculina do tênis. E não era uma final qualquer. Em uma batalha de quatro horas de duração, Andy Murray superou Juan Martin Del Potro por 3 sets a 1, para delírio da torcida.
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A partida terminou por volta das 21h, pouco mais de uma hora antes da largada da final dos 100 metros. Não foram poucos os colegas que vi chegarem esbaforidos ao estádio, direto do tênis, ainda em tempo de testemunhar o terceiro triunfo olímpico consecutivo de Bolt, feito inédito na história da Olimpíada.
Um domingo como aquele justifica totalmente um dos memes mais famosos da internet: esse dia foi louco!